sábado, 10 de outubro de 2009

Como vemos a Veja Amazônia de setembro de 2009



Em setembro de 2009, mais uma vez uma grande revista de circulação nacional preparou uma edição voltada para a Amazônia. Trata-se da Veja Amazônia de Setembro. As matérias e as propagandas que aparecem nesta revista mereceram uma análise detalhada em nossas salas de aula. Estamos no estado do Pará e a revista simplesmente ignora a nossa existência.
Com suas enunciações sensacionalistas e reducionistas, a Veja Amazônia dá voz de forma muito tendenciosa ao homem da Amazônia. Para representar as populações indígenas, ela dá voz a um índio que mora em Manaus, cursou Administração e agora pretende fazer um MBA. Esta é a única fala de um indígena, na revista, que se propõe a traduzir o que é a Amazônia, hoje.
A maioria das pessoas entrevistadas não é da região e aqui se estabeleceram para tentar uma nova vida. Assim como não estão presentes os índios, também não estão presentes os ribeirinhos e nem as pessoas que vivem nas grandes cidades da região.
Hoje, felizmente, a internet nos possibilita responder a estes abusos destas grandes revistas. As postagens seguintes analisam as matérias e as propagandas desta edição da Veja Amazônia de Setembro.

Profª Ivânia Neves

3 comentários:

  1. Fiquei feliz em ler nossos textos no blog, mas percebi que os nomes estão trocados no texto sobre "Pulmão intoxicado pelo diesel".
    Então, o correto seria o meu nome no primeiro texto que começa com o questionameto "Que amazônia (...)" até "(...) sentido foucaultiano". Se fosse possível fazer a correção, ficarei grata.


    Maria Waldecira Sarges de Souza

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  2. Infelizmente grandes meios de comunicação de massa abusam do poder com matérias tendenciosas como essa, que esconde a realidade sobre os fatos. Resta saber até quando!

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  3. Um amigo (engenheiro ambiental) meu sempre diz algo que, por mais que eu saiba o quanto de verdade há na fala dele, reluto em concordar... porque eu ainda acredito que há esperança para o Brasil, para a Amazônia, para o Pará. Esse meu amigo sempre diz que onde há política, não há nada o que fazer; como no caso dessa edição da Veja, a clara intervenção política do governo de Manaus, propagando-o como o melhor pedaço da Amazônia, deturpa não só o que há de múltiplo por aqui, como também joga fora o trabalho de pessoas engajadas com a melhoria do homem e do meio ambiente na Amazônia e que não necessariamente residem em território amazonense. Eu sei que temos problemas gravíssimos aqui no Pará a serem resolvidos, sei que temos problemas seriíssimos de políticas públicas, de cultura, de cidadania, de consciência... mas atitudes como essa não ajudam de forma alguma. Elas só confirmam o que esse meu amigo acredita, só confirmam o ideal colonizador do macho branco, só confirmam uma falsa representação da realidade. Em vez de nos unir, nos consome pela intriga e pela competição. O grande problema disso é o descrédito não só para com a política, mas também para com os meios de comunicação e os profissionais da área em geral. Ou seja, por um grupo de jornalistas que priorizam dinheiro, em vez da verdade, temos a obrigação de mostrarmos que somos melhores - primeiro porque temos ética, depois porque conhecemos essa imensidão da Amazônia e ainda assim temos a humildade de admitir que falta tanto para entendê-la por completo.

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