Em setembro de 2009, mais uma vez uma grande revista de circulação nacional preparou uma edição voltada para a Amazônia. Trata-se da Veja Amazônia de Setembro. As matérias e as propagandas que aparecem nesta revista mereceram uma análise detalhada em nossas salas de aula. Estamos no estado do Pará e a revista simplesmente ignora a nossa existência.
Com suas enunciações sensacionalistas e reducionistas, a Veja Amazônia dá voz de forma muito tendenciosa ao homem da Amazônia. Para representar as populações indígenas, ela dá voz a um índio que mora em Manaus, cursou Administração e agora pretende fazer um MBA. Esta é a única fala de um indígena, na revista, que se propõe a traduzir o que é a Amazônia, hoje.
A maioria das pessoas entrevistadas não é da região e aqui se estabeleceram para tentar uma nova vida. Assim como não estão presentes os índios, também não estão presentes os ribeirinhos e nem as pessoas que vivem nas grandes cidades da região.
Hoje, felizmente, a internet nos possibilita responder a estes abusos destas grandes revistas. As postagens seguintes analisam as matérias e as propagandas desta edição da Veja Amazônia de Setembro.
Profª Ivânia Neves
Fiquei feliz em ler nossos textos no blog, mas percebi que os nomes estão trocados no texto sobre "Pulmão intoxicado pelo diesel".
ResponderExcluirEntão, o correto seria o meu nome no primeiro texto que começa com o questionameto "Que amazônia (...)" até "(...) sentido foucaultiano". Se fosse possível fazer a correção, ficarei grata.
Maria Waldecira Sarges de Souza
Infelizmente grandes meios de comunicação de massa abusam do poder com matérias tendenciosas como essa, que esconde a realidade sobre os fatos. Resta saber até quando!
ResponderExcluirUm amigo (engenheiro ambiental) meu sempre diz algo que, por mais que eu saiba o quanto de verdade há na fala dele, reluto em concordar... porque eu ainda acredito que há esperança para o Brasil, para a Amazônia, para o Pará. Esse meu amigo sempre diz que onde há política, não há nada o que fazer; como no caso dessa edição da Veja, a clara intervenção política do governo de Manaus, propagando-o como o melhor pedaço da Amazônia, deturpa não só o que há de múltiplo por aqui, como também joga fora o trabalho de pessoas engajadas com a melhoria do homem e do meio ambiente na Amazônia e que não necessariamente residem em território amazonense. Eu sei que temos problemas gravíssimos aqui no Pará a serem resolvidos, sei que temos problemas seriíssimos de políticas públicas, de cultura, de cidadania, de consciência... mas atitudes como essa não ajudam de forma alguma. Elas só confirmam o que esse meu amigo acredita, só confirmam o ideal colonizador do macho branco, só confirmam uma falsa representação da realidade. Em vez de nos unir, nos consome pela intriga e pela competição. O grande problema disso é o descrédito não só para com a política, mas também para com os meios de comunicação e os profissionais da área em geral. Ou seja, por um grupo de jornalistas que priorizam dinheiro, em vez da verdade, temos a obrigação de mostrarmos que somos melhores - primeiro porque temos ética, depois porque conhecemos essa imensidão da Amazônia e ainda assim temos a humildade de admitir que falta tanto para entendê-la por completo.
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