Programa de Mestrado em Comunicação, Linguagens e Cultura
Os Aikewára e a Mídia:
Relações de poder, cultura e mediação.
Maurício Neves Corrêa
BANCA
EXAMINADORA:
Presidente/orientador:
Profª Drª Marisa Mokarzel (UNAMA)
Professora
Drª Maria do Rosário V. Gregolin
(UNESP/Araraquara)
Professor
DrºAgenor Sarraf (UFPA)
Professor
Drº Nilton Milanez(UESB)
Local: Casa da Memória – Unama Alcindo Cacela, Bloco D
– 5º. Andar
Data: 18/03/2013
Horário: 16:00
RESMO
Esta
pesquisa analisa os resultados do projeto Crianças Suruí-Aikewára: entre a
tradição e nas novos tecnologias na escola e a relação dos Aikewára com a
mídia. Uma nova frente de contato a que está exposto o povo indígena Aikewára:
a chegada nada pacífica da mídia a Terra Indígena Sororó. Os enfrentamentos
teóricos precisam chegar a esta nova fronteira, que não pode desconsiderar a
história e os aspectos econômicos a que está submetida esta sociedade e que já foram
bastante discutidos pela antropologia, mas que devem ir um pouco além, porque
falam a partir de uma realidade midiatizada, que demanda novas categorias de
análise. O objetivo deste trabalho é compreender, a partir da análise das
relações de poder da Análise do Discurso e dos estudos de mediação propostos
pelos Estudos Culturais e dos estudos de Fricção Interétinica, como se
constitui a história do presente entre os Aikewára e a chegada sistemática e
violenta dos meios de comunicação, mas mostrar que existe pontos de fuga, de
produções de novos sentidos, como o projeto Crianças Suruí-Aikewára.
Os
Aikewára, também conhecidos como Suruí do Pará e Suruí-Aikewára, são índios
castanheiros que moram no sudeste do Pará entre os municípios de São Domingos e
São Geraldo do Araguaia. “Suruí” foi uma denominação imposta pelo não
índio. Este povo tupi vive na Terra
Indígena Sororó, um grande quadrado de floresta preservado em meio à
devastação.
Em meados dos anos de 1960, os índios Aikewára sofreram uma grande
depopulação após o contato sistemático com a população das cidades vizinhas e
chegaram a 33 índios. Apesar de duramente perseguidos por fazendeiros e
madeireiros da região, além de surtos de gripe e varíola, os Aikewára
resistiram. Houve muita interferência por parte dos não-índios, neste processo,
que procuraram alterar suas práticas religiosas, sua alimentação, suas regras
matrimoniais, etc. Este momento mudou definitivamente o rumo da história e da
cultura desta sociedade indígena. Segundo o último senso da Aldeia, os Aikewára
somam mais de 300 índios, sendo que a maioria são crianças e jovens.
Palavras-Chave: Discurso, Cultura, Aikewára,Sociedades
indígenas.