sábado, 10 de janeiro de 2015

A origem de Goianésia do Pará

Universidade Federal do Pará - PARFOR - Letras - Goianéisia
Disciplina: Variação Linguística - Professora Ivânia Neves
Janeiro de 2015








O texto a seguir é uma narrativa de Rafael Mendes Macedo, morador da cidade há 29 anos. Ele tem 72 anos, foi lavrador até sua fase adulta. Com 55 anos passou a estudar, fez o segundo grau e hoje é técnico em enfermagem.

   
            A história da cidade começou pela construção das estradas. A origem principal foi a vinda de muitas pessoas do nordeste e Maranhão pra trabalhar em Tucuruí. E outros em busca de terras, pessoal mais rico de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. E, como encontraram aqui um projeto registrado que era a PA 150 que ia de Marabá a Belém e a PA 263 que ligava a transamazônica a PA 150, nesse entroncamento foi a origem de localizarem Goianésia aqui.
      Aí, todo o pessoal que vinha em busca de terra, sabendo que ia ter um entroncamento, aí se alojaram aqui. Foi muito rápida essa invasão de pessoas que chegaram. E, em uma abertura na fazenda que pertencia ao Sr. Anésio Guerra em que Manoel da Baronesa e seu Hortêncio eram os gerentes, daí foi que aglomerou esse pessoal.

Rio Verde - Goianésia
Quando vieram as primeiras construções da estrada tinha um rio chamado rio Verde. Na beira desse rio, morava uma mulher que vendia merenda e chamava o local de Santana do Rio Verde. Esse foi o primeiro nome de Goianésia. Como chegou muita gente e rápido, houve certa invasão numa abertura dessa fazenda. Com a invasão do povo nessa fazenda e como chegou muita gente, dias depois o dono liberou essa área. Houve então, a sugestão de mudarem o nome para Goianésia do Pará, em homenagem a Goianésia do Goiás que ele era de lá.
O primeiro bairro foi o centro em que o povo aglomerou-se e onde se encontravam os picos das estradas. E quando veio fazer a estrada ficou lá onde é o entroncamento hoje,  no entanto, o centro não ficou sendo lá. Depois outros bairros surgiram, mas o centro principal ficou sendo onde hoje é a Avenida Tancredo Neves.
Sobre os rios, única coisa que eu sei que marcou foi essa mulher que morava na beira desse rio Verde e que era um ponto de referência. Mais ou menos isso. Mas história sobre os rios não sei nenhuma. A gente sabe que no aspecto geográfico tem esses dois rios: rio Verde e o Arapixi, que passam pro outro lado e se encontram lá embaixo onde é hoje o Itamarati.
Encontro dos rios Verde e Arapixi - Goianésia Pará
Sobre as festas religiosas, a que mais chama a atenção na cidade é o festejo de São João Batista.
Um dos fatos mais marcantes e triste em Goianésia foi a história de Aragão em 1980, que foi a morte das duas crianças. Até hoje todo mundo relembra, no dia 17 de setembro e ficou marcado esse encontro todos os  ano.  Esse foi um marco que trouxe para o povo. Marcou, porque foi um fato que marcou muito aqui. Essa historia das menininhas. Quando Goianésia veio a ser cidade, foi um dos primeiros projetos a ser legalizado na câmara de vereadores para que no dia 17 de setembro fosse feriado municipal “Dia contra a violência”.
                                                                           





Postado por: Jaciara Gomes Brito, Railda Machado dos Santos e Thatiana Trindade 

Memórias de Goianésia do Pará

Universidade Federal do Pará - PARFOR - Letras - Goianésia
Disciplina: Variação Linguística - Professora Ivânia Neves
Janeiro de 2015
Seu Doge   Foto: Wanderson Mendes Silva
 O texto a seguir narra a história de como foi fundado o município de Goianésia do Pará. Baseado na entrevista de um antigo morador do município, o Sr. Mariano Pereira da Silva, 71 anos de idade, casado, cearense, pai de oito filhos e aposentado. Contando as dificuldades que enfrentou na pequena vila por meados de 1979, esse humilde cearense, é conhecido na região pelo apelido de seu “Doge”.



Doge nos relata que para chegar ao povoado andou dois dias de carro, cinco dias e cinco noites de barco, dois dias a pés e que a pequena vila pertencia ao município de São Domingos do Capim. Na época, era de difícil acesso, pois na região não havia meios de transporte e nem de comunicação, assim também como não existia escola e nem posto de saúde.
Para realizar algumas dessas ações, Doge nos diz que “tinha que andar de a pé por piqui, com um cacai (saco amarrado com corda, utilizado para transportar sua bagagem) nas costas, até as cidades vizinhas: Tucuruí ou Jacundá. E si adoecia, era tirado na rede pra puder escapá, porque aqui só tinha um homem da SUCAN,  que  furava o dedo e até  chegar o resultado, demorava muito tempo. Eu mermo tive que ir escapá par banda de Imperatriz,  porque aqui tinha muita malária”.
 Passando-se algum tempo, a vila foi evoluindo. Começou a aumentar a população, surgiram alguns pontos comerciais e houve a necessidade de construir uma escola. Foi feito um prédio escolar com 02 salas de aulas, que funcionava nos 03 períodos: manhã e tarde atendiam as crianças e adolescentes de alfabetização à 4ª série, e no período da noite atendia às pessoas adultas, um ensino diferenciado denominado de “Mobral”. Assim também, foi construído um posto de saúde.
Doge nos afirma que para construir este posto, foram de Jipe até o Ipixuna e de lá andaram 40 quilômetros a pé até Marabá, em uma comitiva, para solicitar ao governador da época recursos para a construção do mesmo. Tempos depois, a vila tornou-se cidade, graças a um grande latifundiário, natural de Goianésia do Goiás, por nome de Anésio Guerra, morador de uma área chamada “Baronesa”, pertencente à vila. Ele doou parte de suas terras para a construção da cidade, que surgiu às margens da rodovia PA-150 no Estado do Pará, a qual foi nomeada de Goianésia do Pará, para homenagear a sua cidade natal. “Goianésia do Goiás”.
No ano de 1991, a cidade foi emancipada, tendo como o primeiro prefeito, o Sr. Amaro Lopes Fernandes, que governou a cidade por dois mandatos consecutivos.  Em seguida, a população elegeu o segundo prefeito do município o Sr. Ortêncio Alves dos Santos, que administrou o município por quatro anos. Em sua gestão, foi criada uma escola, com o nome de Anésio Guerra, em homenagem ao fazendeiro, que foi o seu patrão em tempos passados.
Atualmente, o Município de Goianésia do Pará, localizado no sudeste do Estado, a 272 km da capital, Belém, com uma população aproximadamente 37.249 habitantes e uma extensão territorial de 723.914 km. A cidade é cortada pela rodovia PA-150, sua principal via de acesso.
 O município possui sua economia centrada basicamente na extração e beneficiamento de madeira, na piscicultura que se desenvolveu a partir da implantação do lago da usina hidroelétrica de Tucuruí, no comercio local, serviços públicos e produção agrícola e subsistência. Dado a distância dos principais centros urbanos, a baixa renda da grande maioria de seus munícipes, cuja constituição familiar é de se estar viabilizando um potencial futurístico, haja vista, a principal fonte econômica pautada no extrativismo vegetal, econômico.
Quanto à cultura do município, podemos denominá-la como miscigenada, pois há uma grande mistura de culturas. Porém o artesanato em madeira é marca da região, as peças são trabalhadas em Angelim pedra, uma espécie típica da Amazônia que chama a atenção dos visitantes.

Foto: Wanderso Mendes Silva




Postado por :  Celymar Pereira da Silva
                        Eunice Pereira da Silva
                        Ideanes José Araújo Almeida

                        Maria da Cruz dos Santos Souza