Enok, Érica e Tiago
Especialização em Língua Portuguesa e Análise Literária
UNAMA - 2010
No estado do Pará, mais especificamente em Tomé-Açú foi o local onde os japoneses chegados ao Brasil resolveram se instalar de uma forma bem- sucedida. Ao contrário de muitos outros estrangeiros que não conseguiram grandes feitos em terras Amazônicas.
Tomé-Açu situa-se no nordeste paraense, no interior do estado, é a melhor representação da cultura japonesa na floresta Amazônica. A população local vive em casas típicas de sua cultura e aos domingos se reúnem em um templo budista como forma de manter sua religião. Nas escolas, fala-se e estuda-se japonês; mantêm o hábito de tirar os sapatos para entrar em casa e costumam praticar o sumô, que é uma paixão japonesa também faz parte da cultura local.
Na contramão dos processos de ocupação da Amazônia, Tomé-Açú desenvolveu-se economicamente muito além das perspectivas interioranas. Para os japoneses e seus dependentes o cultivo da terra está em primeiro plano, diferentemente de outros estrangeiros, que não tinham a mesma responsabilidade ambiental. Por conta disso, obtiveram êxito em seus empreendimentos e como conseqüência há um aumento populacional significativo, passando de 20.000 habitantes em 1970 para aproximadamente 57.000 em 2010, segundo dados do IBGE.
Em Tomé-Açu, além da economia e da agricultura, destaca-se também o sistema educacional japonês, que é financiado diretamente pelo governo do Japão, como forma de manter viva a cultura oriental mesmo estando tão longe de sua origem. As escolas “nippo-tomeaçuenses” ensinam história, geografia e músicas japonesas, sem esquecer, é claro, do ensino prioritário da língua do Sol nascente.
A educação ocorre desta maneira para que não aconteça um “choque” cultural (Brasil-Japão), por isso, o governo japonês investe pesado nesse sistema de ensino. Através da escola consegue de maneira eficaz manter cada vez mais viva a cultura nipônica, integrando tomeaçuenses nativos e nippo-tomeaçuenses no mesmo modelo escolar.
Depois de trazer para o Brasil a pimenta-do-reino e a acerola, fruta muito popular hoje nas grandes cidades, e de aprender a cultivar maracujá e guaraná, os japoneses de Tomé-Açu contribuíram ainda para a pluralização lingüística no norte do Brasil. É louvável a introdução de uma língua rica, com múltiplas formas, diversos caracteres e um desejo inestimável por manter as tradições que se ressignificam no tempo e diante das mudanças de postura social. Tudo isso pelo prazer do cultivo da terra e respeito ao lugar que escolheram para também chamarem de seu: A Amazônia.