terça-feira, 27 de setembro de 2016

PRECONCEITO LINGUÍSTICO EM MÍDIAS SOCIAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
FACULDADE DE LETRAS
DISCIPLINA: RECURSOS TECNOLÓGICOS
PROFESSORA: Drª. IVÂNIA NEVES


OFICINA

Prhyscilla Rodrigues
Merissa Ribeiro
Carolina Abdon


PRECONCEITO LINGUÍSTICO EM MÍDIAS SOCIAIS




Preconceito linguístico nas mídias sociais de Carolina Abdon




INTRODUÇÃO
O Brasil, como uma democracia jovem, tem passado por diversas mudanças sociais em um curto período. Conseguimos perceber que tais mudanças se tornaram evidentes na última década, com a inegável inclusão digital e econômica de classes outrora esquecidas. No entanto, a diferença histórica educacional comum a toda América Latina ainda prevalece e, mais ainda, torna-se evidente com os meios de comunicação e tecnologia. 
Podemos dizer então que somos frutos da desigualdade social e econômica daqueles que nos colonizaram e nos vetaram a possibilidade de pleno crescimento e aprendizado. O marginalizado busca desde então um modo de adentrar onde, primeiramente, não havia sido convidado, onde não era desejado. Na era digital, a demanda faz e produz aquilo que deseja em um processo veloz de circulação de conteúdos e informações de variados tipos, ao que damos o nome, segundo Jenkins (2009), de cultura participativa. 
 É a partir deste ponto de encontro entre o marginal e o que está no centro cultural e intelectual que está o preconceito linguístico, há anos sendo objeto de estudo de sociolinguística e outras áreas da linguística em uma perspectiva social. Dentro desta perspectiva, encontramos o conceito de variação linguística como o modo em que podemos nos expressar de acordo com a nossa realidade social, cultural, e também dependendo do meio em que estamos inseridos. Nesse sentido, é notável em nossa sociedade a forte presença de marginalização daqueles que não se enquadram no padrão culto de fala ou escrita, não importando classe social ou econômica que ocupe. É notável, então que tal marginalização cultural e social tenha migrado no mundo real, onde tal conduta se perpetua através de séculos de exclusão, para a realidade virtual, onde o usuário é o próprio regulador daquilo que está sendo veiculado e demandado.  
          A chacota com os diferentes falares de um país com dimensões continentais migraram também para o mundo online, ficando, por vezes, evidenciada a falta de conscientização do nosso próprio sistema educacional em reverter um processo que tem como objetivo "hermetizar" a língua em imutável e fechada a qualquer tipo de variação, priorizando aquilo que chamamos de "norma curta", a língua estudada, por meio de regras sem preocupação com uso ou os falantes de maneira geral, vedando a palavra geradora que Paulo Freire se apoia para construir uma pedagogia que liberte o aluno (e também o professor) para uma visão de mundo ampla e crítica.


REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2015. 

JENKIS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Editora Aleph. Disponível em: http://lelivros.online/book/baixar-livro-cultura-da-convergencia-henry-jenkins-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/

MARTIN-BARBERO, Jesus. A comunicação na educação. São Paulo: Editora Contexto, 2014. 

BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo: edições Loyola, 1999.

CALVET Louis-Jean. Sociolinguística: uma introdução crítica. São Paulo: Parábola, 2002.




PLANO DE AULA

Público-alvo: Alunos do 2º ano do Ensino Médio.
Duração: 20h, divididas em 5 aulas de 4h.

OBJETIVOS
Objetivo geral
  • Ampliar o conceito de certo e errado que rodeia a Língua Portuguesa.

Objetivos específicos
  • Apresentar as variedades linguísticas presentes no país. 
  • Debater acerca do preconceito linguístico, tanto no campo oral como no campo escrito.
  • Exercitar um posicionamento crítico no aluno.

RECURSOS DIDÁTICOS
Datashow, computador, recursos audiovisuais, material impresso, celulares, câmera digital.

JUSTIFICATIVA
Nunca a informação foi tão massivamente compartilhada e nunca tantas camadas da sociedade tiveram acesso ao que é veiculado. Porém, o acesso à informação que está nas mídias sociais não quer dizer que haja o mesmo acesso à educação e conscientização acerca da linguagem que utilizamos no nosso dia a dia, em ambientes escolares ou mais formais. O preconceito com o modo de falar migrou do cotidiano real para o cotidiano virtual, onde percebemos que esta prática vem acompanhada de chacotas e imagens em tom cômico para diminuir enquanto língua o uso da linguagem coloquial. É nesse sentido que notamos a importância do debate e conscientização por parte das próximas gerações que utilizaram mais ainda esses meios de comunicação, para que o preconceito com o falar do interior, o falar regional, as marcas da oralidade não sejam silenciadas pela língua hermética e cheia de regras.

METODOLOGIA
A metodologia utilizada está dividida na carga horária de 20h, utilizaremos como como ferramentas principais as redes sociais e tipologias/gêneros textuais diversos, com o intuito de oferecer ao aluno um panorama do quanto o preconceito linguístico está presente e sua consequente naturalização.

1ª aula:
  • ·         1º momento (30 minutos): Introdução a respeito do tema “Preconceito linguístico”. Haverá uma discussão sobre o assunto, abordando um conceito teórico que explicará as causas do mesmo. 
  • ·          2º momento (1 hora): O grupo irá induzir os alunos a pensar sobre o que pode motivar um indivíduo a cometer tal preconceito, mostrando as diferentes variações linguísticas existentes.
  • ·         3º momento (10 minutos): A matéria televisiva intitulada “Sotaques do Brasil”, que foi transmitida pelo “Jornal Hoje”, na Rede Globo, será usada para evidenciar a discussão que ocorreu a respeito de variações linguísticas.
  • ·         4º momento (1 hora): Os alunos, após assistirem a matéria, participarão de uma espécie de “roda de conversa” e irão contar seus relatos pessoais: se já presenciaram casos de pessoas que falam/falavam “diferente” das demais em nossa região, assim como algum tipo de preconceito linguístico com as mesmas.
  • ·         5º momento (1 hora): Depois de alcançada a intenção do grupo com os alunos, será discutida a percepção sobre a diversidade linguística existente em nossa região.
2ª aula:
  • ·         1º momento (30 minutos):  A continuação da oficina terá como marco inicial duas imagens: um cartaz que surgiu nas manifestações de 2013 e um “print” de uma conversa em rede social (Facebook). A primeira imagem mostra um cartaz com os dizeres escritos propositalmente errados, onde um indivíduo cobra uma melhor educação no país, já a segunda contém erros de grafia e interpretação que acabou ganhando fins humorísticos devido a conversa inusitada das duas crianças.
  • ·         2º momento (1 hora): O grupo tem como objetivo fazer com que os alunos discutam entre si a intenção de cada imagem citada anteriormente, assim como os “erros de português” encontrados nas mesmas.
  • ·         3º momento (30 minutos): Posteriormente, será mostrada uma paródia de “Canção do Exílio”, famoso poema do autor brasileiro Gonçalves Dias. A paródia, intitulada “Outra Canção do Exílio”, de Eduardo Alves da Costa, tem a intenção de despertar nos alunos o humor e a crítica contidos no poema.
  • ·         4º momento (40 minutos): Os alunos irão visualizar duas (2) matérias de jornais paraenses (“O Liberal” e “Diário do Pará”) de grande circulação na capital, apontando no decorrer da leitura o que mais chamou a atenção dos mesmos.
  • ·         5º momento (1 hora): Após a leitura das duas (2) matérias, o grupo fará com que eles discutam quem produz cada tipo de matéria e onde esses jornais mais circulam, assim como sua “acessibilidade” e linguagem.

3ª aula:
  • ·         1º momento (45 minutos): Debate sobre o discurso de Dilma Rousseff sobre o Zika vírus, apresentando parte de uma transcrição do discurso, feito pela ex-presidente Dilma Rousseff, que demonstra o quanto suas colocações são alvos de preconceito. Em determinado trecho, o autor da transcrição ressalta a pronúncia da ex-presidente em relação ao nome do mosquito vetor do vírus, sugerindo um erro.

    2º momento (30 minutos): Debate sobre a sátira relativa aos pronunciamentos da ex-presidente, utilizando como ponto de partida um meme, que nos permite observar a resistência, de parte da população, aos pronunciamentos de Dilma Rousseff, tidos como incompreensíveis por não utilizar uma linguagem formal.

    3º momento (30 minutos): Explanação sobre o posicionamento do político Eduardo Jorge sobre a legalização da maconha, por meio de trecho de uma entrevista em que o cadidato se posiciona a favor da legalização da maconha, associada a um meme que sugere que o mesmo faz uso da substância, evidenciando, assim, o poder da linguagem midiática em vincular ideias.

    4º momento (30 minutos): Exposição de uma postagem da página Divas Depressão, que demonstra o preconceito das pessoas com determinados discursos políticos.

    5º momento (45 minutos): Leitura de trecho de reportagem do jornal O Globo, que deixa claro um pensamento hierárquico entre a linguagem formal/erudita e a linguagem coloquial/popular.

    6º momento (2 horas): Discussão dirigida sobre os memes apresentados, seguido de atividade de verificação de aprendizagem.

4ª aula:
  • ·         1º momento (30 minutos): Haverá a retomada de conceitos linguísticos ligados à variação e uso em determinados ambientes, iniciando a discussão acerca de como a juventude se comunica e quais marcas de linguísticas mais se utiliza, se é formal ou informal.
  • ·         2º momento (30 minutos): Exibição de vídeos sobre jovens e protestos. O primeiro vídeo a ser discutido é “Protesto contra o GOVERNO Versão Baile de Favela”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=RemC1NFUkTA. Adiante, haverá a exibição do vídeo “Jovens e trabalhadores relatam motivações em protesto ‘Fora Temer’”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=NGi2ego7B5Y. Por fim, a exibição do documentário “Escolas ocupadas – A verdadeira reorganização”, de Jimmy Bro, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=UxpwFW62i7M.
  • ·         3º momento (30 minutos): Discussão acerca dos vídeos exibidos sobre a linguagem dos jovens, o que os diferencia enquanto jovens, o que está sendo reivindicado. Mais adiante, haverá a exibição de imagens de protestos 1964 x 2016, seguindo de questionário oral sobre a história democrática e educacional de nosso país.
  • ·         4º momento (30 minutos): Leitura do texto “Resistir e persistir”, de Vitória J. Monteiro Leite, aluna de uma escola ocupada em São Paulo, a partir de seu próprio ponto de vista de como aquela experiência estava sendo e como estavam fazendo a diferença, disponível em http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/11/opinion/1449840924_860395.html.
  • ·         5º momento (2 horas): Produção em grupos de vídeo, música, texto ou memes de protesto que leve em consideração o sistema político e educacional atual e a linguagem típica do falar jovem, com piadas e trocadilhos. De acordo com a mídia selecionada, haverá acompanhamento com cada grupo formado.
  • ·         6º momento (1 hora): Apresentação da produção para a turma e finalização do dia de aula.
5ª aula:

  • ·         1º momento (1 hora): Retomada dos principais pontos que foram tratados ao longa da oficina.
  • ·         2º momento (30 minutos): Momento destinado para dúvidas dos alunos e outras colocações.
  • ·         3º momento (2 horas): Leitura do comando das atividades e momento para a realização individual do mesmo.
  • ·         4º momento (30 minutos): Resolução conjunta da atividade, utilizando a técnica da tempestade cerebral (brainstorming), em que os alunos possam expor suas respostas.

IMPEACHMENT: A MANIPULAÇÃO E IDEOLOGIA DA MÍDIA

Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras
Disciplina: Tecnologia Educacionais e Ensino de Língua Portuguesa
Docente: Ivânia Neves


                     IMPEACHMENT: A MANIPULAÇÃO E IDEOLOGIA DA MÍDIA

Anna Carolina do Amor Divino Rodrigues
Jamilly Nazaré Brito Koury
Natália Vieira Leite

    1. INTRODUÇÃO


Com a necessidade de se pensar a influencia da mídia no contexto social, assumimos como norte temático “Impeachment: A manipulação e ideologia da mídia”. O objetivo, portanto, é verificar os diferentes discursos presentes nos gêneros textuais que circulam nas mídias em geral, a respeito do processo de impeachment, e verificar como eles operam para a manipulação de informações.
As circulações de informações a partir de diferentes ferramentas midiáticas contribuem justamente para processo convergência destas, que consiste na replicação dessas informações em diversos meios de mídia. O autor Henry Jenkins aponta justamente para este fato em seu livro Cultura da Convergência:

A convergência ocorre dentro dos cérebros de consumidores individuais e em suas interações sociais com outros. Cada um de nós constrói a própria mitologia pessoal, a partir de pedaços e fragmentos de informações extraídos do fluxo midiático e transformados em recursos através dos quais compreendemos nossa vida cotidiana. Por haver mais informações sobre determinado assunto do que alguém possa guardar na cabeça, há um incentivo extra para que conversemos entre nós sobre a mídia que consumimos. (JENKINS, Henry. 2009)


Considerando o cenário político atual do Brasil e todos os acontecimentos recentemente ligados a este meio, é fato a repercussão intensa, nos diferentes meios de comunicação, a respeito impeachment da presidente Dilma. É fato também que, todos os
grandes meios de comunicação têm, naturalmente, suas preferências partidárias, eleitorais, ideológicas. A partir disso, a sociedade é constantemente bombardeada por notícias, reportagens, as quais são consequências de tais ideologias, cujo intuito midiático é, principalmente, o de influenciar, persuadir, convencer a população acerca de tal ideário, buscando ser vista por um todo, ou por uma grande maioria, como verdade absoluta. A realidade de uma mídia manipuladora é algo que pode ser observado claramente diante da situação política a qual vivemos. Por meio de seus macetes discursivos, essa mídia que apresenta conteúdos filtrados, busca cada vez mais alienar o cidadão, ou incutir suas ideologias na consciência da população. Diante disso, com base na teoria Bakhtiniana adota-se a perspectiva da ideologia como produto social e não algo material, visto que, se encontra presente na sociedade e da sua interação uns com os outros, este fenômeno explica a divergência de pensamentos e opiniões que circudam entre os indivíduos. Segundo Bakhtin, “as palavras são tecidas a partir de uma multidão de fios ideológicos [...] É, portanto, claro que a palavra será sempre o indicador mais sensível de todas as transformações sociais” (BAKHTIN, 1978, P. 41).
Portanto, mediante as transformações sofridas pela sociedade e os novos fatos e produtos ideológicos decorrentes dessas mudanças, deveriam incutir em cada individuo a necessidade de definir como se posicionar criticamente frente os processos transformadores do seu grupo social visto de forma ampla. A respeito disso, Bakhtin afirma:

Um produto ideológico faz parte de uma realidade (natural ou social) como todo corpo físico, instrumento de produção ou produto de consumo; mas, ao contrário destes, ele também reflete e refrata uma outra realidade, que lhe é exterior. Tudo que é ideológico possui um significado e remete a algo situado fora de si mesmo. Em outros termos, tudo que é ideológico é um signo. Sem signos não existe ideologia. (BAKHTIN, 1978, p. 31)

                Tendo em vista, os sensíveis momentos políticos, sociais e históricos vivenciados pelo Brasil recentemente, faz-se necessário, por meio do ambiente escolar, ampliar a visão e instigar o pensamento critico do aluno frente a tais mudanças e fatos ocorridos, visto que, estes indivíduos encontram-se permanentemente vulneráveis às manipulações dos diversos discursos veiculados nos meios de comunicação. Sendo assim, espera-se que, durante o processo de troca de informações entre emissor e receptor, haja uma participação igualitária de ambos, a fim de que se construam cidadãos com posicionamentos críticos, e perceptivos acerca das frequentes incursões manipuladoras das mídias. 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1978.

JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo : Aleph, 2009. pg. 30


2.      JUSTIFICATIVA
A justificativa que sustenta este plano de ensino está pautada na perspectiva de manipulação ideológica disseminada através das mídias em sentido amplo. Manipulação, esta, notadamente consciente que utiliza de estratégias de convencimento para ludibriar e dissimular os indivíduos por meio de argumentos e fundamentos notadamente distorcidos e falsos. O impeachment, processo, veinculado inteiramente e ideologicamente através das mídias e dos arquétipos embutidos nas vinculações das noticias lançadas para auferir juízos de contra e a favor de um partido político. Hoje, os juízos referidos ao impeachment da presidente Dilma é algo muito corriqueiro, no qual divide múltiplas opiniões e diversas opiniões políticas.
Nos recursos transmidiáticos, é visível às variedades de meios que os indivíduos são capazes de receber e emitir um juízo crítico acerca do assunto que é comentando e de interesse da sociedade. A manipulação midiática está presente, porém, na maioria dos casos é sutil e joga com diferentes estratégias para manipular o seu público, ou seja, é a junção de mídias e conteúdos, como forma de elucubrar a opinião de uma sociedade, por exemplo, por meio de um jogo de palavras constituídas e encaixadas/adequadas de modo a transmitir determinada ideia ao referido público.
Portanto, a necessidade de argumentos e perspectivas holísticas plausíveis ao público, para que os mesmos emitam o seu próprio juízo acerca de sua ideologia. Por isso, faz-se imprescindível apresentar variadas fontes, verificar argumentos sob diversas óticas, realizar debates para a difusão do conhecimento, e assim expor um conjunto de ideias e valores que orientem a percepção e o comportamento dos indivíduos sobre os diversos assuntos e os aspectos sociais. Tais como: a opinião acerca das preferências que um individuo possui sobre o sistema político, sobre o impeachment, a ordem pública, a economia e as condições sociais, entre outros.



3.      OBJETIVOS

Objetivo geral:
  • Analisar os valores ideológicos e a manipulação nos veículos transmidiáticos que abordam o impeachment através da publicidade.


Objetivos específicos:
  • ·   Oferecer aos discentes uma visão ampla e conscientemente crítica acerca da ideologia e da manipulação dentro das mídias
  • ·       Analisar o uso da língua para auferir perspectiva política.   
  • ·       Proporcionar a visualização de diferentes opiniões que envolvem o impeachment.
  • ·    Oferecer condições para que os alunos possam produzir um texto dissertativo-argumentativo e por meio dele exporem seus argumentos e opiniões.

     4. METODOLOGIA
A oficina terá duração de vinte horas, sendo dividida em quatro dias.

Primeiro dia de aula
  • Momento de pré-leitura

      Apresentar a abordagem do plano de aula dos alunos a partir dos conhecimentos prévios sobre a manipulação ideologia que as mídias retratam sobre o impeachment, após isto, apresentar um “meme” que se divulgou por diversos dias no facebook dos internautas, fazendo uma intertextualidade com outro fator que gerou uma diversidade de opiniões nas Midas.


  • Momento de contextualização

Realizar um diálogo sobre o que os discentes sabem e o que eles ouviram falar acerca do impeachment da presidente Dilma Rousseff, posteriormente conversar sobre o que realmente é o impeachment e como surgiu na história da política brasileira. Além disso, cabe ressaltar ao educandos qual o passo a passo do impeachment da presidente. Isto será mediado através de uma charge e como foi a disposição dos passos elaborados pelo site em.com.br

Atividade 1: O Docente criará um grupo no facebook, que no qual os discentes deverão postar argumentos contra ou a favor do impeachment. Podendo ser utilizados imagens, mas que mantenham o seu posicionamento crítico acerca do assunto proposto. 

Segundo Dia de Aula
  • ·         Momento de Leitura

O momento é a parte principal da aula, pois centra-se na  utilização de texto que retratam a ideologia e a manipulação nas mídias em relação ao impeachment da presidente Dilma. Neste momento, a proposta didática visará levar os alunos as diferentes perspectivas que são utilizadas a através do uso/jogo da língua como persuasão e estratégias de convencimento dos indivíduos.
Serão utilizados dois textos para exemplificação deste momento:












  •       TEXTO 1

MANIPULAÇÃO DO DATAFOLHA VISA

FORÇAR IMPEACHMENT, DIZ LÍDER DO PT




Senador Humberto Costa (PE) diz que análise manipulada dos dados de pesquisas de opinião pública virou a mais nova arma para forçar o impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff; para ele, a última pesquisa Datafolha, que aponta que "50% dos brasileiros desejam que Temer conclua o mandato de Dilma" e que "somente 3% desejam a realização de novas eleições, "é uma forma de tentar convencer os senadores de que a opinião pública está com o golpista e que, em razão disso, seus votos devem ser contra Dilma"; "Mas a partir dessas denúncias, estamos vendo que nada é mais irreal do que essa tese", rebate o parlamentar.

  •  TEXTO 2


Roda de conversa
          Este momento será direcionado para a interação direta com os alunos, os quais farão a partir de toda a discussão a consolidação de seu aprendizado por meio da exposição do que apreenderam e de seus pontos de vista a respeito da ideologia e a manipulação dentro dos recursos midiáticos. Na roda de conversa cada aluno falará um pouco de seu conhecimento a cerca do tema proposto relacionando com o tema proposto na aula.

Exercício: Debate
        Terá o objetivo avaliativo, dentro de uma proposta formativa, a qual se verificará de que modo e a que nível os alunos absorveram a discussão proposta na aula. A dinâmica do debate constituirá em dividir a turma em dois grandes grupos, sendo que um será a favor e o outro grupo contra o impeachment, sendo que os discentes deverão ter um debate regrado pelo docente. Pois na medida em que a relação pedagógica se estreitar irá ganhar transparência, então se fará necessário que tanto os docentes quantos os discentes possam expor, civilizadamente, suas convicções pessoais.

       Atividade 2: Os discentes deverão criar um anúncio publicitário persuasivo para que seja criado          uma painel dentro da sala de aula com os diversos anúncios.


Terceiro dia de aula
1° Momento
       Para introdução da aula, iniciar-se-á uma dinâmica de leituras de textos relacionados às       estratégias ideológicas incutidas nas postagens do facebook. A turma será dividida em grupo, os quais ficaram responsáveis por uma postagem que será distribuída. A partir da leitura dos textos, da discussão da aula anterior e do conhecimento de mundo, os grupos construirão uma leitura expositiva sobre determinada postagem, enquanto os ministradores da oficina orientam a análise realizada pelo grupo. A finalidade deste momento será construir um momento de interação entre professor e aluno, além de introduzir o aluno ao contexto do que será discorrido ao longo da aula.


POSTAGEM 1:                                                                POSTAGEM 2:
                                               

                                          
     POSTAGEM 3:                                                                 POSTAGEM 4:    




Atividade 3: Os discentes deverão retirar das postagens, estratégias do uso da língua para  a influência nos leitores através da plataforma Facebook. Posteriormente, realizar-se-á uma pesquisa com o grupo de colegas para verificar se a estratégia aplicada gerou ou interviu no grau de posicionamento do leitor.

Quarto dia de aula
1º Momento
       Este momento terá o objetivo de fomentar a discussão sobre as diversas intenções ideológicas e de manipulação presentes nos jornais do mundo a partir de uma visão geral de sua representação no decorrer do processo de impeachment. A realização deste momento se dará de forma expositiva, centrada em torno dos aspectos tangentes a tríade ideologia, manipulação e impeachment. A finalidade será de ensejar ao aluno a capacidade de perceber e refletir sobre os diferentes usos gramáticos- normativos nos mídias jornalísticas.





2° Momento
Será sugerida a audição da música “Ideologia”, do cantor e compositor Cazuza, música que fora lançada em 1988, no qual representava a realidade politica e social do Brasil na época. Após ouvi-la os alunos receberão uma cópia da música e será proposto que a analisem a partir das questões abordadas.
Ideologia
Cazuza
Compositor: Cazuza/ Roberto Frejat




Meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Agora assiste a tudo em cima do muro

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver.

Disponível em: http://letras.mus.br/cazuza/43860/>. Acesso em: 31 Ag. 2016.

Para finalizar este dia de aula, mediador inicia uma discussão comentando o significado da palavra ideologia, destacando os diversos trechos do texto e esclarecendo como era e ainda é a sociedade brasileira.

Quinto dia de Aula

            Neste momento os discentes realizarão a produção de um texto dissertativo-argumentativo. A partir das considerações realizadas e debatidas nos dias anteriores, para estimular a produção foram selecionados diferentes gêneros textuais para aguçar a elaboração do texto cujo tema será “IMPEACHMENT: A MANIPULAÇÃO E IDEOLOGIA DA MÍDIA”. No qual deverá manter o padrão de elaboração do Enem. Os textos, abaixo, exposto terão como objetivo oferecer suporte aos alunos e corresponderão aos textos motivadores.

  • Vídeo:





  • Reportagem:

Guerra de narrativas: a batalha do impeachment no Facebook
Monitoramento de veículos mostra que a maioria das matérias mais compartilhadas atenderam a estratégias das campanhas
Desde que a crise política se instaurou, as discussões políticas no Facebook foram tomadas por uma polarização onde, de maneira organizada ou espontânea, militantes e aderentes dos dois lados reforçam narrativas unitárias que repetindo de maneira variada os mesmos argumentos deixam sem espaço o discurso político independente.
A partir de uma ferramenta que desenvolvemos na Universidade de São Paulo, capturamos todas as matérias dos quatro dias que precederam a votação do impeachment (de quarta a sábado) de mais de 117 veículos compreendendo os principais jornais impressos, as maiores revistas semanais, os portais de notícias e a imprensa alternativa de esquerda e de direita. Reunimos um banco de dados com mais de 8.000 matérias que geraram mais de seis milhões de compartilhamentos.
  • Tirinha:

  • Considerações finais da oficina

            Esta etapa será destinada a finalização da aula, traçando um panorama geral do que foi abordado ao longo da oficina. Haverá também espaço para perguntas e esclarecimentos. Finalizar-se-á com a entrega dos textos produzidos pelos alunos, sendo estes, lançados no grupo constituído no primeiro momento de aula, com as devidas correções e observações no moldes do Enem para correção.

      5. AVALIAÇÃO
A avaliação se realizará em diferentes momentos da oficina, os quais estão descritos na metodologia, a saber, serão a “roda de conversa”, o “debate”, “postagens no facebook”, “criação do anuncio publicitário” e a “produção do texto dissertativo argumentativo”.

6. RECURSOS
Data show
Caixa de Som
Material impresso
Computador