A revista Veja especial Amazônia do mês de setembro, destaca as riquezas naturais, sua economia e sua cultura, de forma muito superficial, alem de enaltecer o estado do Amazonas e desqualificar o estado do Pará. Na matéria “A economia que poupa a floresta”, mostra-se a cidade de Manaus como referencia em desenvolvimento sustentável, ao contrário do Pará, que é mostrado como o “monstro da floresta”, que só desmata e destrói com a natureza. Mas afinal, a revista não é um especial sobre a Amazônia?
Manaus se tornou um exemplo de empreendedorismo na Amazônia, pois mostra a zona franca de Manaus, como um pólo econômico, onde grandes indústrias como a Honda e a Nokia, investem intensamente na capital, sem se quer derrubar uma única árvore. Mas dizer que a cobertura da floresta do estado do amazonas é de 98% de fato nos remete ao lúdico, pois na Amazônia foram implantados os “grandes projetos” de desenvolvimento na déc. 50. Será que desde essa época não se desmatou mais nenhuma área na região? E só o estado do Pará que devasta o verde, como consta na matéria.
De fato o Amazonas cresceu e se desenvolveu ao longo dos anos, mas dizer que no Pará a economia é gerada somente, através do extrativismo e do desmatamento, é limitar um estado que possui o melhor desenvolvimento em pesquisa da Amazônia, assim como demonstra a falta de competência de uma população que não sabe preservar o seu habitat e criar alternativas de sustentabilidade. Mas há empresas e mineradoras no estado. Exportamos diversos produtos, em vários segmentos, alimentícios, vestuário, artesanato, material in natura, entre outros.
Segundo a matéria, são cerca de 500.000 empregos, sendo 100.000 diretos e 400.000 indiretos. Mas sustentabilidade não esta relacionada com estabilidade? Onde está a sustentabilidade da região? Devemos acreditar que, empresas multinacionais estão instaladas em uma região, com grandes recursos naturais a serem explorados, para somente desenvolver a economia e ofertar emprego para a população. De onde essas empresas extraem sua matéria prima para a produção dos seus produtos. Não seria da Amazônia?
A revista não mostra o estado como um todo. As cidades que compõem o amazonas, não são cidades economicamente rentáveis, sendo geograficamente distantes e vivem da exploração da floresta. É uma contradição, pois temos uma matéria que mostra um estado economicamente moderno, com grandes empresas e empregos para todos. Mas não é bem assim, falta muito para que a região amazônica seja considerada desenvolvida, não só no aspecto econômico, mas principalmente, no social. A região tem um dos menores índices de desenvolvimento humano (IDH), bem como a educação esta distante de transformar toda a região em uma região de alfabetizados, ou seja, para se alcançar uma região, como a construída na matéria, necessita de outros aspectos, que vão além da economia.
Denilson de Almeida Barroso 4JLN11
Janaina Haila Lima da Cruz
Karina Samille Alves Costa
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