sexta-feira, 8 de maio de 2020

Eventos culturais em Belém do Pará que evidenciam a valorização e a celebração da diversidade de gênero  

    Fonte: Facebook
    No livro “Pedagogia da Autonomia”, do patrono da educação brasileira Paulo Freire, o autor afirma que “ensinar exige rejeição a qualquer forma de discriminação e que a prática preconceituosa de raça, classe e gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia”. Assim, é importante para nós, como futuras professoras, não deixarmos mais essas práticas discriminatórias e preconceituosas continuem se perpetuando em nossa sociedade. Nós professores precisamos intervir na educação de uma forma em que possamos mostrar aos nossos alunos que precisamos respeitar os nossos semelhantes, independente da cor, classe social, gênero e dar um basta a tudo o que diminui, agride, menospreza o ser humano. Por conseguinte decidimos falar sobre os eventos culturais que acontecem em Belém do Pará que celebram a diversidade de gênero existente na nossa capital.

   Temos dois eventos culturais na capital paraense que se destacam em relação ao assunto que decidimos abordar nesse trabalho, um é o Rainha das Rainhas Gay que teve sua primeira edição no ano de 2017 e esse ano do 2018 vai ter a sua segunda edição na sede da tuna luso no dia 4 de fevereiro. Esse evento se trata de um concurso de beleza da capital paraense que tem um objetivo de escolher um representante gay de cada clube do nosso estado, é um evento de muito glamour, pois, os participantes irão desfilar com uma roupa cheia de adornos e acessórios e também irão executar uma dança e quem se sair melhor, tanto no traje quanto na dança, leva para casa um carro zero quilômetro, um troféu de rainha das rainhas gay da capital paraense e também ganha uma viajem para conhecer outro país.

                               Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=fGX5_m03tgk
          O outro evento que reúne uma grande quantidade de público em Belém do Pará é a tradicional Festa das chiquitas que acontece há mais de trinta anos ao lado do Bar do parque, em Belém. Essa festa começa logo após a procissão de Transladação do Círio que leva a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré até a igreja da Sé. Tem um momento muito esperado nessa festa que é a coroação do veado de ouro, isso é a eleição de uma celebridade ou algum intelectual contribuinte de alguma forma, com a defesa da diversidade sexual no estado ou até mesmo no país.
É muito interessante divulgar para mais pessoas saberem sobre eventos desse porte aconteçam em nossa capital, também é importante discutirmos essas questões que dizem respeito à diversidade sexual existente não só em nosso país, mas no mundo todo. Infelizmente vários homossexuais são mortos todos os anos vítimas da homofobia e isso mostra uma total falta de amor e de respeito ao próximo, é lamentável, mas estamos vivendo numa época aonde reina a intolerância, o ódio e precisamos dar um basta nisso, precisamos nos manifestar contra todos os tipos de práticas que ferem os seres humanos e por isso achamos interessante abordarmos esses assuntos no nosso trabalho.


REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: paz e terra, 1996.

Planejamento de Aula


Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Coronel Sarmento
Disciplina: Língua Portuguesa
Turma: 1º ano do ensino médio
Carga horária: 20 horas/aula
Professora: Ivânia Neves

OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem por objetivo ampliar a questão de gênero na sala de aula e a visão que as pessoas têm sobre o masculino e o feminino não só na cidade de Belém do Pará, mas no país inteiro.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  •  Discutir a questão de gênero em nossa sociedade
  • Analisar conceitos e as relações de gênero que se dão no ambiente escolar.
  • Debater por que ainda existem diferenças de gênero consideráveis em nossa capital e nossa sociedade.

JUSTIFICATIVA
   Quando uma pessoa trata de forma desigual outra pessoa, dando apelidos pejorativos, agredindo fisicamente, verbalmente ou causando transtornos psicológicos a uma pessoa ou um grupo de pessoas por causa do gênero dessas pessoas, estamos diante de práticas sexistas, infelizmente, milhares de pessoas são mortas todos os anos vítimas de homofobia, machismo e isso infelizmente mostra um grande desamor e desrespeito ao ser humano, como cita Barbeiro (ano, página) “ A sociedade multicultural significa reconhecer em nossos países não só a existência da diversidade étnica, racial ou de gênero” Assim, o presente projeto se revela de suma importância, pois, busca através do diálogo e outras atividades que nos propomos a realizar com os alunos, resgatar o respeito e a valorização do ser humano e celebrar a diversidade de gênero existente na nossa sociedade.
METODOLOGIA
A oficina terá a duração de 20 horas aula, que serão distribuídas em duas turmas. Serão utilizados em cada dia, dois horários em cada turma, que no total terão a duração de 2 horas. A oficina será realizada três dias na semana. Os planos de aula serão usados de forma igual para cada turma.

Recursos: Datashow, revistas e quadro magnético.

Plano de aula 1

Iniciar a aula com a pergunta: “onde é realmente o lugar da mulher na sociedade?”
Mostrar imagens em que meninos e meninas brincam e usam roupas de acordo com o que a sociedade lhes impõe. Perguntar aos alunos “por que a cor azul é de meninos e a rosa é de meninas?”. Após isso, os alunos falarão sobre as brincadeiras que gostavam quando eram crianças, assim como cores, etc. A fim de evidenciar que as relações de gênero são historicamente construídas, serão apresentadas algumas propagandas sexistas. 



Plano de aula 2
Será apresentada a música “Mulher não manda em homem”, e a partir dela, será promovida uma breve discussão em torno da “posse” da mulher na sociedade contemporânea. A partir de exposições de figuras, buscar fomentar a oralidade dos alunos e o desenvolvimento de sua capacidade interpretativa em relação a esse assunto. Serão apresentados temas relacionados à estrutura familiar, sobre a mulher na cozinha e o homem na empresa e a questão racial nas novelas. Após isso, os alunos receberão uma atividade a ser desenvolvida em casa com a argumentação dos pais em relação a esse assunto.

Texto: Música (Mulher não manda em homem- grupo sereno)

Agora que eu não vou
Pra casa descansar
Mulher não manda em homem
E você quer me mandar
Com tanta roupa suja em casa
Você vive atrás de mim
Mulher foi feita para o tanque
Homem para o botequim
Vê se não me amola
Para com isso mulher
Eu bebo em casa
Ou aonde eu bem quiser
Não vem com essa
De querer vir me buscar

Plano de aula 3

No início da aula, cada aluno irá apresentar a argumentação que seus pais fizeram de forma oral. Haverá uma discussão sobre essas opiniões nesse momento. Após essa atividade, os alunos serão questionados se o sexismo pode estar relacionado a outras situações. Após os comentários dos alunos, será discutida a questão da homofobia.
Após essa aula, os alunos terão que elaborar algumas propostas de como de conscientizar as pessoas da escola sobre o assunto. A turma será dividida em duas equipes e cada equipe ao final da aula, mostrará suas ideias sobre o assunto.

Plano de aula 4
Haverá uma abordagem sobre como o sexismo ocorre na religião. Através de slides e explicação oral, os alunos entenderão como isso ocorre no mundo da religião. Em seguida, os alunos serão levados até o laboratório ou biblioteca para realizarem uma pesquisa sobre casos de sexismo na religião. Ao final da aula, os alunos terão que apresentar como forma de seminário o que pesquisaram.


Plano de aula 5

Nessa aula, será abordado o tema do “Cavalheirismo”. O objetivo é mostrar através de uma longa abordagem histórica, como este caso acabou se tornando uma questão sexista. Em seguida, será perguntado aos alunos o que seus pais lhe ensinaram sobre cavalheirismo. As meninas dirão o que consideram cavalheirismo e logo depois, os meninos falarão se praticam algumas atitudes mostradas nas fotos do slide. Eles terão que falar porque fazem isso. Ao final na aula, escolheremos alguns alunos para encenarem as situações que foram mostradas no slide. Nós filmaremos essa prática.

Plano de aula 6

 Será abordada a questão de como uma linguagem vulgar contribui para a formação de uma sociedade sexista. Perguntaremos aos alunos certas expressões negativas que são usadas como referência à mulher. Após essa abordagem, os alunos terão que trocar algumas palavras negativas associadas à mulher por palavras positivas. Essas palavras serão coladas na parede da sala.

Plano de aula 7

Nessa aula, serão comentados alguns casos de sexismo expostos em notícias. Mostraremos através de slides, essas notícias e os alunos terão que dar sua opinião sobre elas. Depois da abordagem, os alunos terão que procurar mais notícias sobre casos de sexismo e elaborar uma pequena história sobre isso. Todas as histórias criadas serão lidas e analisadas ao final da aula.

Textos (notícias)

“Boxeadora reclama de preconceito e diz: Quero ser citada pelo talento”

Filha de pais hippies, Mayer se tornou boxeadora aos 17 anos, após ser introduzida no mundo das lutas através de treinos de Muay Thai e Kickboxing. Apesar da escolha pelo boxe, ela cita a dificuldade de ser um atleta da modalidade nos Estados Unidos. Segundo ela, ainda existe muito preconceito enfrentado por mulheres na nobre arte.
- Acho que ainda existe preconceito quando se fala em boxe feminino. Nos Estados Unidos nós não estamos nos vídeos de melhores momentos, não aparecemos na TV. As pessoas não entendem que ainda não somos um grande esporte.

Luiz Fernando Coutinho. Site: www.lance.com.br


“Mulheres ao volante e o combate ao machismo no trânsito”

“Empresária e sócia de um lava jato no centro do Recife, Fernanda Ribeiro diariamente faz o trajeto da Cidade Universitária, na Zona Oeste, até a Boa Vista, área central da capital pernambucana. Seja no caminho para o trabalho ou nas rodas de conversa com amigos, percebe com clareza estereótipos machistas sobre mulheres condutoras. "O trânsito é ainda um ambiente muito machista. Você sempre escuta uma gracinha, uma crítica. Quando, na minha opinião, as mulheres têm muito mais cautela e sensatez no volante“

Alexandre Cunha. Site: leiaja.com


Plano de aula 8

Nessa aula, será elaborada uma campanha para ser realizada na escola como forma de expor o problema do sexismo. Os gêneros: música, poesia e charge serão sorteados, e as equipes terão que produzir algo sobre sexismo através desses gêneros textuais. Ao final da produção, alunos de outras salas poderão visitar a sala para olhar os trabalhos produzidos.

Plano de aula 9

Nesta aula, o professor trará pessoas de diversos sexos para dialogarem com os alunos e falarem sobre os preconceitos enfrentados por eles na sociedade, discutirem a questão da homofobia que é um tipo de violência contra os homossexuais, discutirem a questão do machismo e dos grandes casos de feminicídio no país e no mundo.

Plano de aula 10 (Avaliação final)

Como forma de avaliar se os alunos compreenderam o assunto de forma correta, será realizada uma revisão sobre os temas que foram abordados durante a oficina. Nesse momento, os alunos poderão tirar suas dúvidas sobre o assunto. Após isso, os alunos terão que produzir charges sobre sexismo, que serão expostas no site “breados online”.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: paz e terra, 1996.
MARTÍN-BARBERO, J. A Comunicação na Educação. São Paulo: Contexto, 2014.
BELO, R. P. et al. Correlatos valorativos do sexismo ambivalente. Psicologia: reflexão e crítica. Porto Alegre, v. 18, n. 1, p. 7-15, jan.-abr. 2005. 



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