Eventos
culturais em Belém do Pará que evidenciam a valorização e a celebração da
diversidade de gênero
Fonte: Facebook
No livro “Pedagogia da Autonomia”,
do patrono da educação brasileira Paulo Freire, o autor afirma que “ensinar
exige rejeição a qualquer forma de discriminação e que a prática preconceituosa
de raça, classe e gênero ofende a substantividade do ser humano e nega
radicalmente a democracia”. Assim, é importante para nós, como futuras
professoras, não deixarmos mais essas práticas discriminatórias e
preconceituosas continuem se perpetuando em nossa sociedade. Nós professores
precisamos intervir na educação de uma forma em que possamos mostrar aos nossos
alunos que precisamos respeitar os nossos semelhantes, independente da cor,
classe social, gênero e dar um basta a tudo o que diminui, agride, menospreza o
ser humano. Por conseguinte decidimos falar sobre os eventos culturais que
acontecem em Belém do Pará que celebram a diversidade de gênero existente na
nossa capital.
Temos dois eventos culturais na capital
paraense que se destacam em relação ao assunto que decidimos abordar nesse
trabalho, um é o Rainha das Rainhas Gay que teve sua primeira edição no ano de
2017 e esse ano do 2018 vai ter a sua segunda edição na sede da tuna luso no
dia 4 de fevereiro. Esse evento se trata de um concurso de beleza da capital paraense
que tem um objetivo de escolher um representante gay de cada clube do nosso
estado, é um evento de muito glamour, pois, os participantes irão desfilar com
uma roupa cheia de adornos e acessórios e também irão executar uma dança e quem
se sair melhor, tanto no traje quanto na dança, leva para casa um carro zero
quilômetro, um troféu de rainha das rainhas gay da capital paraense e também
ganha uma viajem para conhecer outro país.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=fGX5_m03tgk
O outro evento que reúne uma grande quantidade
de público em Belém do Pará é a tradicional Festa das chiquitas que acontece há
mais de trinta anos ao lado do Bar do parque, em Belém. Essa festa começa logo
após a procissão de Transladação do Círio que leva a imagem peregrina de Nossa
Senhora de Nazaré até a igreja da Sé. Tem um momento muito esperado nessa festa
que é a coroação do veado de ouro, isso é a eleição de uma celebridade ou algum
intelectual contribuinte de alguma forma, com a defesa da diversidade sexual no
estado ou até mesmo no país.
É
muito interessante divulgar para mais pessoas saberem sobre eventos desse porte aconteçam em nossa capital,
também é importante discutirmos essas questões que dizem respeito à diversidade
sexual existente não só em nosso país, mas no mundo todo. Infelizmente vários
homossexuais são mortos todos os anos vítimas da homofobia e isso mostra uma
total falta de amor e de respeito ao próximo, é lamentável, mas estamos vivendo
numa época aonde reina a intolerância, o ódio e precisamos dar um basta nisso,
precisamos nos manifestar contra todos os tipos de práticas que ferem os seres
humanos e por isso achamos interessante abordarmos esses assuntos no nosso
trabalho.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
Rio de Janeiro: paz e terra, 1996.
Planejamento de Aula
Escola Estadual de Ensino Fundamental
e Médio Coronel Sarmento
Disciplina: Língua Portuguesa
Turma: 1º ano do ensino médio
Carga horária: 20
horas/aula
Professora: Ivânia
Neves
OBJETIVO GERAL
Este trabalho tem por objetivo ampliar a
questão de gênero na sala de aula e a visão que as pessoas têm sobre o
masculino e o feminino não só na cidade de Belém do Pará, mas no país inteiro.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Discutir a questão de gênero em nossa sociedade
- Analisar conceitos e as relações de gênero que se dão no ambiente escolar.
- Debater por que ainda existem diferenças de gênero consideráveis em nossa capital e nossa sociedade.
JUSTIFICATIVA
Quando uma pessoa trata de forma desigual
outra pessoa, dando apelidos pejorativos, agredindo fisicamente, verbalmente ou
causando transtornos psicológicos a uma pessoa ou um grupo de pessoas por causa
do gênero dessas pessoas, estamos diante de práticas sexistas, infelizmente,
milhares de pessoas são mortas todos os anos vítimas de homofobia, machismo e
isso infelizmente mostra um grande desamor e desrespeito ao ser humano, como
cita Barbeiro (ano, página) “ A sociedade multicultural significa reconhecer em
nossos países não só a existência da diversidade étnica, racial ou de gênero” Assim, o presente projeto se revela de suma importância,
pois, busca através do diálogo e outras atividades que nos propomos a realizar
com os alunos, resgatar o respeito e a valorização do ser humano e celebrar a
diversidade de gênero existente na nossa sociedade.
METODOLOGIA
A
oficina terá a duração de 20 horas aula, que serão distribuídas em duas turmas.
Serão utilizados em cada dia, dois horários em cada turma, que no total terão a
duração de 2 horas. A oficina será realizada três dias na semana. Os planos de
aula serão usados de forma igual para cada turma.
Recursos:
Datashow, revistas e quadro magnético.
Plano
de aula 1
Iniciar a aula
com a pergunta: “onde é realmente o lugar da mulher na sociedade?”
Mostrar
imagens em que meninos e meninas brincam e usam roupas de acordo com o
que a sociedade lhes impõe. Perguntar
aos alunos “por que a cor azul é de meninos e a rosa é de meninas?”. Após isso,
os alunos falarão sobre as brincadeiras que gostavam quando eram crianças, assim
como cores, etc. A fim de evidenciar que as relações de gênero são
historicamente construídas, serão apresentadas algumas propagandas sexistas.
Plano de aula 2
Será
apresentada a música “Mulher não manda em homem”, e a partir dela, será
promovida uma breve discussão em torno da “posse” da mulher na sociedade
contemporânea. A partir de exposições de figuras, buscar fomentar a oralidade
dos alunos e o desenvolvimento de sua capacidade interpretativa em relação a
esse assunto. Serão apresentados temas relacionados à estrutura familiar, sobre
a mulher na cozinha e o homem na empresa e a questão racial nas novelas. Após
isso, os alunos receberão uma atividade a ser desenvolvida em casa com a argumentação
dos pais em relação a esse assunto.
Texto: Música (Mulher não manda em
homem- grupo sereno)
Agora que eu não vou
Pra casa descansar
Mulher não manda em homem
E você quer me mandar
Com tanta roupa suja em casa
Você vive atrás de mim
Mulher foi feita para o tanque
Homem para o botequim
Vê se não me amola
Para com isso mulher
Eu bebo em casa
Ou aonde eu bem quiser
Não vem com essa
De querer vir me buscar
Pra casa descansar
Mulher não manda em homem
E você quer me mandar
Com tanta roupa suja em casa
Você vive atrás de mim
Mulher foi feita para o tanque
Homem para o botequim
Vê se não me amola
Para com isso mulher
Eu bebo em casa
Ou aonde eu bem quiser
Não vem com essa
De querer vir me buscar
Plano de aula 3
No início da aula, cada aluno irá apresentar
a argumentação que seus pais fizeram de forma oral. Haverá uma discussão sobre
essas opiniões nesse momento. Após essa atividade, os alunos serão questionados
se o sexismo pode estar relacionado a outras situações. Após os comentários dos
alunos, será discutida a questão da homofobia.
Após essa aula, os alunos terão que elaborar
algumas propostas de como de conscientizar as pessoas da escola sobre o
assunto. A turma será dividida em duas equipes e cada equipe ao final da aula,
mostrará suas ideias sobre o assunto.
Plano
de aula 4
Haverá
uma abordagem sobre como o sexismo ocorre na religião. Através de slides e
explicação oral, os alunos entenderão como isso ocorre no mundo da religião. Em
seguida, os alunos serão levados até o laboratório ou biblioteca para
realizarem uma pesquisa sobre casos de sexismo na religião. Ao final da aula,
os alunos terão que apresentar como forma de seminário o que pesquisaram.
Plano de aula 5
Nessa
aula, será abordado o tema do “Cavalheirismo”. O objetivo é mostrar através de
uma longa abordagem histórica, como este caso acabou se tornando uma questão
sexista. Em seguida, será perguntado
aos alunos o que seus pais lhe ensinaram sobre cavalheirismo. As meninas dirão
o que consideram cavalheirismo e logo depois, os meninos falarão se praticam
algumas atitudes mostradas nas fotos do slide. Eles terão que falar porque
fazem isso. Ao final na aula, escolheremos alguns alunos para encenarem as
situações que foram mostradas no slide. Nós filmaremos essa prática.
Plano de aula 6
Será abordada
a questão de como uma linguagem vulgar contribui para a formação de uma
sociedade sexista. Perguntaremos aos alunos certas expressões negativas que são
usadas como referência à mulher. Após essa abordagem, os alunos terão que
trocar algumas palavras negativas associadas à mulher por palavras positivas.
Essas palavras serão coladas na parede da sala.
Plano de aula 7
Nessa
aula, serão comentados alguns casos de sexismo expostos em notícias.
Mostraremos através de slides, essas notícias e os alunos terão que dar sua
opinião sobre elas. Depois da abordagem, os alunos terão que procurar mais
notícias sobre casos de sexismo e elaborar uma pequena história sobre isso.
Todas as histórias criadas serão lidas e analisadas ao final da aula.
Textos (notícias)
“Boxeadora reclama de preconceito e diz:
Quero ser citada pelo talento”
Filha de pais hippies, Mayer se tornou
boxeadora aos 17 anos, após ser introduzida no mundo das lutas através de
treinos de Muay Thai e Kickboxing. Apesar da escolha pelo boxe, ela cita a
dificuldade de ser um atleta da modalidade nos Estados Unidos. Segundo ela,
ainda existe muito preconceito enfrentado por mulheres na nobre arte.
- Acho que ainda existe preconceito quando se fala em boxe feminino. Nos Estados Unidos nós não estamos nos vídeos de melhores momentos, não aparecemos na TV. As pessoas não entendem que ainda não somos um grande esporte.
- Acho que ainda existe preconceito quando se fala em boxe feminino. Nos Estados Unidos nós não estamos nos vídeos de melhores momentos, não aparecemos na TV. As pessoas não entendem que ainda não somos um grande esporte.
Luiz Fernando Coutinho. Site: www.lance.com.br
“Mulheres ao volante e o combate ao machismo
no trânsito”
“Empresária e sócia de um lava jato no centro
do Recife, Fernanda Ribeiro diariamente faz o trajeto da Cidade Universitária,
na Zona Oeste, até a Boa Vista, área central da capital pernambucana. Seja no
caminho para o trabalho ou nas rodas de conversa com amigos, percebe com
clareza estereótipos machistas sobre mulheres condutoras. "O trânsito é
ainda um ambiente muito machista. Você sempre escuta uma gracinha, uma crítica.
Quando, na minha opinião, as mulheres têm muito mais cautela e sensatez no volante“
Alexandre Cunha. Site: leiaja.com
Plano de aula 8
Nessa
aula, será elaborada uma campanha para ser realizada na escola como forma de
expor o problema do sexismo. Os gêneros: música, poesia e charge serão
sorteados, e as equipes terão que produzir algo sobre sexismo através desses
gêneros textuais. Ao final da produção, alunos de outras salas poderão visitar
a sala para olhar os trabalhos produzidos.
Plano de aula 9
Nesta
aula, o professor trará pessoas de diversos sexos para dialogarem com os alunos
e falarem sobre os preconceitos enfrentados por eles na sociedade, discutirem a
questão da homofobia que é um tipo de violência contra os homossexuais,
discutirem a questão do machismo e dos grandes casos de feminicídio no país e
no mundo.
Plano de aula 10 (Avaliação final)
Como
forma de avaliar se os alunos compreenderam o assunto de forma correta, será
realizada uma revisão sobre os temas que foram abordados durante a oficina. Nesse
momento, os alunos poderão tirar suas dúvidas sobre o assunto. Após isso, os
alunos terão que produzir charges sobre sexismo, que serão expostas no
site “breados online”.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
Rio de Janeiro: paz e terra, 1996.
MARTÍN-BARBERO, J. A Comunicação na Educação. São Paulo:
Contexto, 2014.
BELO, R. P. et al. Correlatos valorativos do sexismo
ambivalente. Psicologia: reflexão e crítica. Porto Alegre, v. 18, n. 1, p.
7-15, jan.-abr. 2005.
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