Universidade
Federal do Pará
Instituto de
Letras e Comunicação
Faculdade de
Letras
Disciplina:
Recursos Tecnológicos no Ensino de Português
Docente: Ivânia
Neves
Discentes: Ana
Carolina Sena
Alcione Alves Farias
Romário Paixão Costa
http://roseartseducar.blogspot.com.br/2013/03/lenda-do-guarana-avalialacao.html
O
Brasil tem uma grande diversidade cultural, dentre as quais se destacam a
cultura dos povos indígenas, que habitavam este território muito antes do
processo de colonização do país. A herança histórico-cultural dos indígenas se
faz muito presente em nossa sociedade, principalmente na região amazônica como
podemos observar nos hábitos e costumes da região, desde a gastronomia até o
nosso vocabulário. Desta maneira, este trabalho explora um pouco da cultura dos
Satére-Mawé, povo indígena que valoriza sua cultura mesmo estando em contato
com o homem branco.
As narrativas orais Sateré-Mawé sintetizam a memória dos seus
ancestrais, os elementos simbólicos da cultura desse povo são apresentados nos
rituais, nas danças e nas suas narrativas, revelando os seus hábitos, as suas
crenças bem como a sua organização social. (NASCIMENTO, 2013, p.29)
É
através das suas narrativas orais que os Sateré-Mawé, conhecidos como filhos do
guaraná, buscam manter a própria cultura e suas tradições.
Pensando na importância que é reconhecer o valor da
cultura indígena e que ela faz parte da nossa história é importante que os
educadores tragam essas narrativas orais para o contexto escolar, com o
objetivo de fortalecer a nossa cultura e os saberes do povo. Portanto é importante a aplicação de atividades que assegurem essa
valorização. Atividades que contemplem não apenas a sala de aula, mas que possa
alcançar, por meio de vários recursos midiáticos, uma grande parcela da
sociedade para que a mesma tenha uma visão crítica e participativa reconhecendo
o nosso valor cultural.
De acordo com Jenkins (2006) apud KELLNER; SHARE
(2008) os educadores precisam se preocupar em incentivar seus alunos a ter uma
participação, crítica ou não, efetiva na mídia, como produtores culturais e
participantes, não somente como consumidores. Isto é, o reconhecimento da cultura
indígena pode alcançar grandes proporções, desde que haja um direcionamento por
parte dos educadores à um conhecimento crítico e participativo dos alunos e da
sociedade em geral.
Referência Bibliográfica
JENKINS, Henry. Cultura
da convergência. São Paulo: Aleph, 2006.
Nascimento, Dilce Pio. Narrativas sateré - mawé: oralidade e dramatização. /Dilce Pio
Nascimento. – Manaus: UEA, 2013.
PLANEJAMENTO
DA OFICINA
TEMA: A Valorização da Cultura do povo
indígena Sateré-Mawé por meio de Narrativas Orais.
OBJETIVO
GERAL:
Reconhecer a língua como instrumento de transmissão e
manutenção de saberes únicos, culturais e históricos do povo Sateré-Mawé.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS:
· Conhecer, por meio de textos e videos o povo Sataré-Mawé.
· Mostrar
as características de uma narrativa oral.
· Apresentar
algumas narrativas orais do povo Sateré-Mawé.
· Demonstrar
aspectos da cultura Sataré-Mawé em suas narrativas orais.
JUSTIFICATIVA:
Na cultura indígena, as
narrativas orais têm um papel fundamental para manter a memória e a identidade
de um povo. Em virtude disso, optou-se abordar o tema “A valorização da cultura do povo indígena Sateré-Mawé por meio de
narrativas orais” no ambiente escolar. Através desta oficina, busca-se
proporcionar aos alunos o conhecimento sobre o contexto histórico-cultural da
Amazônia; e um contato com a visão do mundo e das coisas por meio da linguagem
indígena, por meio das narrativas orais dos Sateré-Mawé. Em consonância com o
que afirma Barbero (2014, p. 30) “A linguagem é a instância em que emergem
mundo e homem ao mesmo tempo. E aprender a falar é aprender a dizer o mundo, a
dizê-lo com os outros, a partir da experiência de habitante da terra, uma experiência acumulada através dos séculos”.
Pensando nos saberes
adquiridos e transmitidos através dos séculos, por meio de narrativas orais do
povo Sataré-Mawé, no presente trabalho, utilizaremos algumas narrativas que
explicam a origem do povo, e de alimentos como o guaraná e a mandioca, além do
ritual da tukandera, característicos da comunidade Sateré-Mawé e que ajudam a manter
as tradições que fazem parte da identidade deste povo.
METODOLOGIA
A oficina terá duração de 20h, que
será dividida em cinco aulas, de quatro horas/aula.
AULA 1
·
1° Momento (01h30 min)
Para iniciar a aula, será apresentado
o tema da oficina e, em seguida, será entregue aos alunos um texto sobre o povo
indígena Sateré-Mawé que contém informações acerca da língua, localização, história,
cultura e como vivem essa comunidade indígena atualmente e seus projetos.
·
2° Momento (30 min)
Será feito um debate com os alunos com
o objetivo de identificar o que eles sabem sobre a cultura dos povos indígenas,
ao mesmo tempo será dada informações específicas sobre como a cultura
Sateré-Mawé procura se manter através das narrativas orais.
·
3° Momento (30 min)
Para complementar o debate será
apresentado aos alunos o vídeo “Memorial
Indígena Sateré-Mawé”, o qual mostra como os Sateré-Mawé transmitem a sua
história através das narrativas orais.
·
4° Momento: (1h30 min)
Após a análise dos vídeos será
retomada a discussão questionando a origem dos alunos, isto é, sua ascendência.
Cada aluno deverá fazer um breve relato sobre o que ele conhece acerca das sua
origens e que aprendeu através de narrativas orais.
AULA 2
· 1°
Momento: (01h00)
Nesta aula será
apresentado um texto sobre a origem do povo Sateré-Mawé e porque eles são
conhecidos como os filhos do Guaraná, onde serão explicitados os elementos
simbólicos desse povo presentes na narrativa.
Fonte: FIGUEROA, Alba Lucy Giraldo. Guaraná, a máquina do tempo dos Sateré-Mawé.
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 11, n. 1, p.
55-85, jan.-abr. 2016
· 2°
Momento: (30 min)
Para complementar,
será apresentado o vídeo “Reportagem em telejornalismo: os filhos do guaraná” que
aborda o tema: a cultura do guaraná na etnia Sateré-Mawé, considerados os
domesticadores da planta. Um vídeo de quinze minutos que mostra relatos sobre a
origem do guaraná, a forma de cultivo e beneficiamento do fruto, o consumo do
sapó e uma série de referências cinéticas sobre a cultura e sobre a região,
construídas a partir da articulação de vários elementos da linguagem
televisual.
· 3°
Momento (01h30 min)
Depois da exibição do vídeo, que serviu como
um preparo para a atividade posterior, os alunos serão agrupados em cículo para
o início de uma atividade de improviso, na qual será produzida uma história da
origem de um povo. O início da narrativa será elaborado pelo professor e, em
seguida, os alunos é que terão que dar continuidade à história, não
necessariamente em sequência, e a mesma precisa ter início, meio e fim. Para
esta atividade será preciso de um gravador, pois a gravação desta narrativa
será apresentada aos alunos no final da oficina em forma de vídeo de animação.
· 4°
Momento (01h00)
Com
base no que foi trabalhado em sala, a turma deverá pesquisar sobre outras
narrativas orais, de outros povos indígenas onde discutiremos sobre a
importância de se manter a cultura indígena de acordo com concepção de cada um.
AULA
3
·
1° Momento (30 min)
A continuação da oficina
se dará através da exibição do vídeo
“Ritual da Tucandeira na comunidade indígena Sataré-Mawé Sahuapé” com o
objetivo de mostrar aos alunos que os rituais também estão presentes em
narrativas orais.
·
2° Momento (01h00)
Realizar uma discussão
com os alunos sobre a finalidade do ritual em comunidade indígena.
·
3° Momento (30 min)
A discussão será
complementada com a amostra de slides que contém informações e imagens sobre os
Sateré-Mawé.
·
4° Momento (30 min)
Neste momento da aula os
alunos poderão tirar suas dúvidas ou contribuir para a oficina através das suas
observações acerca do tema.
AULA
4
· 1°
Momento (30 min)
Inicialmente
apresentaremos outras narrativas através de textos sobre a Lenda da mandioca
contada pelos índios Sateré-Mawé.
· 2°
Momento (01:00h min)
Será
feita uma discussão sobre como essas lendas influenciam a cultura e o comércio
do povo Sateré-Mawé.
· 3°
Momento (01:00h30 min)
Neste
momento será solicitado para que o aluno produza uma narrativa falando da
importância de mantê-las como um meio de conservação dos valores culturais.
· 4°
Momento (01:00h)
Discussão
sobre algumas ideias acerca do que já foi produzido em sala.
AULA
5
·
1° Momento (1h00)
Apresentação do vídeo “Costumes e
tradições dos índios Sateré-Mawé” e logo em seguida uma roda de conversa será
feita para uma breve discussão.
Fonte:
·
2° Momento (1h00)
Faremos um apanhado geral sobre o que
foi feito em sala e tentaremos identificar os proveitos que eles tiveram com a
oficina.
·
3° Momento (01h 30 min)
Neste momento será entregue ao aluno
um pequeno questionário com as seguintes perguntas que deveram ser respondidas
oralmente.
- Durante a oficina, o que mais lhe
chamou a atenção em relação as narrativas orais?
-
O que você aprendeu sobre a importância de valorizar a cultura indígena?
- Foi modificado o olhar de vocês
sobre as questões indígenas? De que forma?
·
4° Momento (30 min)
Para finalizar a oficina será
apresentado um vídeo em animação com a narrativa criada pelos alunos em sala no
momento do improviso.
AVALIAÇÃO
A avaliação será
contínua, através de frequência, participação e no final da oficina os alunos
deverão criar um texto sobre a importância de valorizar a cultura dos povos
indígenas, que deverá ser publicado no Facebook.
RECURSOS
DIDÁTICOS
Ø Textos
escritos
Ø Computador
Ø Caixas de som
Ø Data-show
Ø Celulares
REFERÊNCIAS:
KELLNER, Douglas;
SHARE, Jeff. Educação para a Leitura
Crítica da Mídia, Democracia Radical e a Reconstrução da Educação. Educ. Soc., Campinas, vol.29, n.104 –
Especial, p. 687-715, out.2008
MARTÍN-BARBERO,
Jesus. A comunicação na educação. São Paulo: Contexto, 2014.
Nascimento, Dilce Pio. Narrativas sateré - mawé: oralidade e
dramatização. /Dilce Pio Nascimento. – Manaus: UEA, 2013.
http://sateremaw.blogspot.com.br/2013/01/cultura-material-e-cosmologia.html
acessado em: 04/08/2017
https://pib.socioambiental.org/pt/povo/satere-mawe
acessado em: 04/08/2017
http://sateremaw.blogspot.com.br/p/curiosidades.html
acessado em: 04/08/2017.
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