Rayra Janau
Ana Caroline Silva
O mundo globalizado assume o hibridismo cultural de forma cotidiana e comum aos indivíduos e culturas. O conceito de hibridismo, segundo Canclini, compreende união de etnias, fusões artísticas, comunicacionais, viagens e processos globalizadores. São nesses processos, que se pode observar as transformações da época atual, culturas tradicionais e fechadas se rendendo à globalização de forma natural, imperceptível a quem está envolvido, como é o caso da feira do Ver-o-Peso.
Artigos à venda em barracas do Ver-o-Peso
O Ver-o-Peso é reconhecido internacionalmente como um marco tipicamente paraense, inicialmente, uma feira popular no centro histórico da cidade onde se encontra os principais produtos que identificam a cultura local; comidas típicas, cheiros, acessórios, artesanatos. Porém não houve como se distanciar do hibridismo e os processos de globalização da cidade de Belém influenciaram no mercado.
A feira, atualmente, dispõe de produtos (e falsificações de produtos) de multinacionais, o que demonstra a influencia do capitalismo. Além dos sucos de frutas regionais, é possível facilmente encontrar refrigerantes da marca Coca-Cola. Junto às sandálias de couro e palha estão as similares à Melissa e marcas nacionais. Os artesanatos também assumem temas universais, como renas e pinheiros feitos de patichouli pra o natal. As roupas com temas locais (que por si já são híbridas, direcionadas ao mercado de turismo) disputam lugar com as réplicas.
Não é correto dizer que essa mistura propõe condições iguais e ganhos para todos os lados, entretanto, é importante perceber que o hibridismo não destrói uma das culturas em detrimento da outra e sim permite que elas convivam em um mesmo espaço. A feira continua sendo tradicional e contendo produtos tradicionais, mas oferece opções mais amplas para quem a freqüenta.
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