Universidade Federal do Pará
Disciplina: Recursos Tecnológicos
Período: 7º / 2017
Docente: Ivânia Neves
Discentes: Aliny Cristina Ramos de Sousa
Maria Auxiliadora da Fonseca Correa
Maria Eloise Albuquerque
Os povos indígenas do Brasil, na
contemporaneidade, ao contrário do que se imagina (que eles ainda vivem
em completo isolamento), estão,
sim, inseridos num processo de globalização por meio do acesso à internet. O
que verificamos hoje é sua presença crescente nas redes sociais, como menciona
Neves (2015, p. 134):
A nova realidade midiática da
contemporaneidade passou a envolver as sociedades indígenas em redes de
comunicação que se diferenciam de acordo com o grau de contato que estes povos
estabelecem com as sociedades envolventes. Se, por um lado, na Amazônia, há
ainda grupos isolados na floresta, por outro, a presença indígena na internet passou
a ser uma realidade irrefutável.
Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=816394995077255&set=t.100001202861379&type=3&theater
Um dos objetivos da nossa oficina, Narrativas orais do povo Paresi e uso
das mídias digitais nas aulas de língua portuguesa, é promover uma breve reflexão sobre
a diferença entre história e mito, tomando como referência a história da origem
do povo Paresi, um grupo indígena que habita a Reserva Indígena Paresi, no
oeste do estado de Mato Grosso, no Brasil.
A referida oficina seria também uma
forma de introduzir nas salas de aula uma nova visão a respeito da história, da
cultura e da identidade do povo indígena.
Além disso, outra questão importante
é a valorização dos saberes populares trazidos pelos alunos a respeito do tema
da oficina. Em relação a isso, Paulo Freire, em sua filosofia de inclusão do
oprimido, é muito enfático, propondo que se deve partir do conhecimento
internalizado por eles para se construir novos conhecimentos.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz
e Terra, 1996.
JENKIS, Henry. Cultura
da Convergência. São Paulo: Editora Aleph. Disponível em: http://lelivros.online/book/baixar-livro-cultura-da-convergencia-henry-jenkins-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/
MARTÍN-BARBERO, Jesús. A comunicação na educação. São Paulo:
Contexto, 2014.
NEVES, Ivânia dos Santos.
Narrativas orais indígenas em sala de aula:
música, interação social e transformação histórica. Campinas: Leitura:
Teoria & Prática, v.33, n.64,p.129-143,2015.
PROPP, Vladimir
Iakovlevich. Morfologia do conto
maravilhoso. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
SILVA,
Aracy Lopes da. Mito, razão, história e sociedade: interrelações nos
universos socioculturais indígenas. In: SILVA, Aracy Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete
Benzi (Org.). A temática indígena na
escola: novos subsídios para professores de 1° e 2° graus. 2. ed. São Paula:
Editora Global, 1998.
SILVA, Glauber
Romling da (org.). Livro de narrativas Paresi-Haliti / ProDoclin
Paresi-Haliti. Rio de Janeiro: Museu do Índio – FUNAI, 2014. Disponível em:
https://issuu.com/museudoindio/docs/livro_de_narrativas_paresi
JUSTIFICATIVA
As narrativas orais indígenas são
vistas pela sociedade não indígena como mitos que não possuem valor histórico.
No entanto, para esses povos, as narrativas orais representam a constituição de
sua própria história, do seu povo e de sua cultura.
Consideramos válido levar essa
discussão para a sala de aula, onde exploraremos, juntamente com os alunos do
primeiro ano do ensino médio, mais detidamente, a narrativa oral do povo
Paresi, rica em estrutura linguística, historicidade e elementos literários.
Desta feita, os não indígenas (os
alunos) tomarão conhecimento mais aprofundadamente, da existência de povos,
também brasileiros, com outras línguas, costumes, crenças, história, enfim,
culturas que, com os avanços tecnológicos, como a internet, hoje se tornam cada
vez mais "visíveis", fato que enriquece ainda mais a diversidade cultural
brasileira.
OBJETIVOS
Objetivo geral
Ampliar o conhecimento acerca das narrativas orais
indígenas e a relação com as mídias digitais.
Objetivos
específicos
·
Diferenciar mito de história.
·
Propiciar o conhecimento acerca das
narrativas orais indígenas.
·
Relacionar as narrativas orais às novas
mídias visando a manutenção da língua e da cultura.
·
Analisar aspectos da estrutura narrativa
na perspectiva de Propp.
METODOLOGIA
A
oficina “Narrativas orais do povo Paresi e uso das mídias digitais nas aulas de
língua portuguesa” terá duração de 20 horas/aula e ocorrerá em cinco encontros,
tendo como público alvo alunos do primeiro ano do ensino médio.
Primeiro
encontro (4 horas/aula):
No primeiro encontro, iniciaremos a
discussão acerca do que é mito e o que é história, fazendo uma provocação para
que os alunos reflitam a representação social dessas narrativas para o povo
indígena numa abordagem interacionista.
Em seguida, disponibilizaremos a narrativa da origem mítica do povo
Paresi, no formato digital e impresso, para que cada aluno possa acompanhar a
leitura. Também, nesse primeiro encontro, criaremos um grupo no Facebook, o
qual servirá para socialização das atividades da turma.
Fonte: https://issuu.com/museudoindio/docs/livro_de_narrativas_paresi
Segundo
encontro (4 horas/aula):
No primeiro momento, trabalharemos
os aspectos gerais da narrativa, fazendo uma breve revisão. Em seguida,
solicitaremos que os alunos identifiquem os elementos da narrativa no texto
usado na aula anterior.
Terceiro
encontro (4 horas/aula):
Descrever a influência das mídias digitais
no contexto da aldeia através da apresentação de um vídeo.
Quarto
encontro (4 horas/aula):
Nesse encontro, iremos propor aos
alunos a criação de um jogo baseado na narrativa oral apresentada no primeiro
encontro. A proposta é que formem grupos e que cada grupo crie o seu próprio
jogo utilizando como ferramenta o programa
Construct 2. Esse jogo deverá conter personagens, cenário, tempo, enredo e
narrador (opcional).
Download para o programa
de criação de jogos:
<>
Quinto
encontro (4 horas/aula):
No último encontro, os grupos
apresentarão a sua proposta de jogo numa exposição em Power Point para a turma. Nessa apresentação, cada grupo deverá
compartilhar o link do jogo no grupo do Facebook
para que os demais alunos o baixem; em seguida, descreverão o processo de
criação, o funcionamento e o objetivo.
AVALIAÇÃO
Será utilizada
a avaliação do tipo formativa, a
qual possui a função de fornecer elementos para que aluno compreenda o seu próprio
processo de aprendizagem. Para o professor, esta forma avaliativa propicia a
possibilidade de regular e orientar o aprendizado de uma forma mais crítica.
RECURSOS DIDÁTICOS
- Quadro magnético;
- Material impresso;
- Data show;
- Caixa de som;
- Notebook;
- Celulares.
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