terça-feira, 5 de setembro de 2017

HITÓRIAS DO POVO INDÍGENA AMAZÔNICO PARESI E SUA INSERÇÃO NAS MÍDIAS

Universidade Federal do Pará
Disciplina: Recursos Tecnológicos
Período: 7º / 2017
Docente: Ivânia Neves
Discentes: Aliny Cristina Ramos de Sousa
                  Maria Auxiliadora da Fonseca Correa
                  Maria Eloise Albuquerque

Os povos indígenas do Brasil, na contemporaneidade, ao contrário do que se imagina (que eles ainda vivem em completo isolamento), estão, sim, inseridos num processo de globalização por meio do acesso à internet. O que verificamos hoje é sua presença crescente nas redes sociais, como menciona Neves (2015, p. 134):

A nova realidade midiática da contemporaneidade passou a envolver as sociedades indígenas em redes de comunicação que se diferenciam de acordo com o grau de contato que estes povos estabelecem com as sociedades envolventes. Se, por um lado, na Amazônia, há ainda grupos isolados na floresta, por outro, a presença indígena na internet passou a ser uma realidade irrefutável.

Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=816394995077255&set=t.100001202861379&type=3&theater


Um dos objetivos da nossa oficina, Narrativas orais do povo Paresi e uso das mídias digitais nas aulas de língua portuguesa, é promover uma breve reflexão sobre a diferença entre história e mito, tomando como referência a história da origem do povo Paresi, um grupo indígena que habita a Reserva Indígena Paresi, no oeste do estado de Mato Grosso, no Brasil.

A referida oficina seria também uma forma de introduzir nas salas de aula uma nova visão a respeito da história, da cultura e da identidade do povo indígena.
Além disso, outra questão importante é a valorização dos saberes populares trazidos pelos alunos a respeito do tema da oficina. Em relação a isso, Paulo Freire, em sua filosofia de inclusão do oprimido, é muito enfático, propondo que se deve partir do conhecimento internalizado por eles para se construir novos conhecimentos.  

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
JENKIS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Editora Aleph. Disponível em: http://lelivros.online/book/baixar-livro-cultura-da-convergencia-henry-jenkins-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/
MARTÍN-BARBERO, Jesús. A comunicação na educação. São Paulo: Contexto, 2014.
NEVES, Ivânia dos Santos. Narrativas orais indígenas em sala de aula: música, interação social e transformação histórica. Campinas: Leitura: Teoria & Prática, v.33, n.64,p.129-143,2015.
PROPP, Vladimir Iakovlevich. Morfologia do conto maravilhoso. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
SILVA, Aracy Lopes da. Mito, razão, história e sociedade: interrelações nos universos socioculturais indígenas. In: SILVA, Aracy Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (Org.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1° e 2° graus. 2. ed. São Paula: Editora Global, 1998.
SILVA, Glauber Romling da (org.). Livro de narrativas Paresi-Haliti / ProDoclin Paresi-Haliti. Rio de Janeiro: Museu do Índio – FUNAI, 2014. Disponível em: https://issuu.com/museudoindio/docs/livro_de_narrativas_paresi

JUSTIFICATIVA
            As narrativas orais indígenas são vistas pela sociedade não indígena como mitos que não possuem valor histórico. No entanto, para esses povos, as narrativas orais representam a constituição de sua própria história, do seu povo e de sua cultura.
            Consideramos válido levar essa discussão para a sala de aula, onde exploraremos, juntamente com os alunos do primeiro ano do ensino médio, mais detidamente, a narrativa oral do povo Paresi, rica em estrutura linguística, historicidade e elementos literários.
            Desta feita, os não indígenas (os alunos) tomarão conhecimento mais aprofundadamente, da existência de povos, também brasileiros, com outras línguas, costumes, crenças, história, enfim, culturas que, com os avanços tecnológicos, como a internet, hoje se tornam cada vez mais "visíveis", fato que enriquece ainda mais a diversidade cultural brasileira.

OBJETIVOS
Objetivo geral
            Ampliar o conhecimento acerca das narrativas orais indígenas e a relação com as mídias digitais.
Objetivos específicos           
·         Diferenciar mito de história.
·         Propiciar o conhecimento acerca das narrativas orais indígenas.
·         Relacionar as narrativas orais às novas mídias visando a manutenção da língua e da cultura.
·         Analisar aspectos da estrutura narrativa na perspectiva de Propp.

METODOLOGIA
            A oficina “Narrativas orais do povo Paresi e uso das mídias digitais nas aulas de língua portuguesa” terá duração de 20 horas/aula e ocorrerá em cinco encontros, tendo como público alvo alunos do primeiro ano do ensino médio.


Primeiro encontro (4 horas/aula):

            No primeiro encontro, iniciaremos a discussão acerca do que é mito e o que é história, fazendo uma provocação para que os alunos reflitam a representação social dessas narrativas para o povo indígena numa abordagem interacionista.  Em seguida, disponibilizaremos a narrativa da origem mítica do povo Paresi, no formato digital e impresso, para que cada aluno possa acompanhar a leitura. Também, nesse primeiro encontro, criaremos um grupo no Facebook, o qual servirá para socialização das atividades da turma. 


Fonte:  https://issuu.com/museudoindio/docs/livro_de_narrativas_paresi

Segundo encontro (4 horas/aula):
            No primeiro momento, trabalharemos os aspectos gerais da narrativa, fazendo uma breve revisão. Em seguida, solicitaremos que os alunos identifiquem os elementos da narrativa no texto usado na aula anterior.
Terceiro encontro (4 horas/aula):
Descrever a influência das mídias digitais no contexto da aldeia através da apresentação de um vídeo.  

Quarto encontro (4 horas/aula):

            Nesse encontro, iremos propor aos alunos a criação de um jogo baseado na narrativa oral apresentada no primeiro encontro. A proposta é que formem grupos e que cada grupo crie o seu próprio jogo utilizando como ferramenta o programa Construct 2. Esse jogo deverá conter personagens, cenário, tempo, enredo e narrador (opcional).

Download para o programa de criação de jogos: 
<>

Quinto encontro (4 horas/aula):
            No último encontro, os grupos apresentarão a sua proposta de jogo numa exposição em Power Point para a turma. Nessa apresentação, cada grupo deverá compartilhar o link do jogo no grupo do Facebook para que os demais alunos o baixem; em seguida, descreverão o processo de criação, o funcionamento e o objetivo.

AVALIAÇÃO
            Será utilizada a avaliação do tipo formativa, a qual possui a função de fornecer elementos para que aluno compreenda o seu próprio processo de aprendizagem. Para o professor, esta forma avaliativa propicia a possibilidade de regular e orientar o aprendizado de uma forma mais crítica.

RECURSOS DIDÁTICOS
  •          Quadro magnético;
  •          Material impresso;
  •          Data show;
  •          Caixa de som;
  •         Notebook;
  •          Celulares.






Nenhum comentário:

Postar um comentário