UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
FACULDADE DE LETRAS
DISCIPLINA: RECURSOS TECNOLÓGICOS
PROFESSORA: Drª. IVÂNIA NEVES
OFICINA
Helem Maia
Jaqueline do Socorro Costa Silva
A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA EMBUTIDA NA POLITICA BRASILEIRA:
VOCÊ CURTE E/OU
COMPARTILHA?
Fonte: http://nodeoito.com/fanatismo-religioso-e-intolerancia/
INTRODUÇÃO
A rigor, sabe-se que com o
advento da internet, na última década, têm-se alargado de modo vertiginoso os estudos
desenvolvidos sob a esfera teórica da Linguística Aplicada – que tematizam a análise
e a produção de materiais e manuais didáticos. Dessa forma, no campo que se
destina ao ensino de Língua Portuguesa temos presenciado o despontar de
pesquisas interessadas em considerar diferentes tipos de materiais didáticos,
entre eles, destacamos: a utilização das redes sociais para fins didáticos-metodológico.
Dessa forma, a necessidade de diálogo entre as novas linguagens tecnológicas e os processos
de ensino-aprendizagem de língua materna ampliou a busca por espaços
educacionais abertos de circulação de conhecimento tanto por parte de
professores como de alunos, para que, em princípio, as práticas de sala de aula
se tornem mais efetivas para esses sujeitos.
Assim, embasadas em Rojo
(2010), aclaramos que optamos por essa temática, em
função da “obrigatoriedade” contemporânea de introduzir os alunos, sobretudo os
do ensino médio, nos mais variados eventos de letramento, como pode ser
observado nas orientações dos PCNEM (2000)
O novo ensino médio
deve estar atento para superar contradições reais ou aparentes entre
conhecimentos e competências. Para quem possa temer que se estejam violando os
limites disciplinares quando estes se compõem com conhecimentos e competências,
vale lembrar que as próprias formas de organização do conhecimento, as
disciplinas, têm passado por contínuos rearranjos. Muitas disciplinas
acadêmicas e campos da cultura resultam de processos recentes de sistematização
de conhecimentos práticos ou teóricos, reunindo elementos que, em outras
épocas, estavam dispersos em distintas especialidades (BRASIL, 2010, p. 14).
Corroborando, acordamos com
Zacharias (2016) ao refletir que tais recomendações se deve ao fato de que precisamos
atentar para a formação de leitores para o universo multimidiático, haja vista
a velocidade indisfarçável das tecnologias digitais na sociedade atual,
inclusive, numa pressurosa redefinição do papel da escola nesse contexto.
Segundo
Zacharias (2016, p. 17) “ser letrado hoje não é garantia de que seremos
letrados amanhã, uma vez que as novas tecnologias se renovam continuamente,
exigindo leitores e produtores de textos experientes em várias mídias”. Dessa
forma, não podemos deixar de notar a presença das tecnologias no dia a dia da
atividade escolar, o que inclui o livro didático. Sendo assim, os PCNEM
enfatizam que
Cada vez mais a
linguagem cultural inclui o uso de diversos recursos tecnológicos para produzir
processos comunicativos, utilizando-se diferentes códigos de significação
(novas maneiras de se expressar e se relacionar). Além dos meios gráficos,
inúmeros meios audiovisuais e multimídia disponibilizam dados e informações,
permitindo novas formas de comunicação. As tecnologias da comunicação, além de
serem veículos de informações, possibilitam novas formas de ordenação da
experiência humana, com múltiplos reflexos, particularmente na cognição e na
atuação humana sobre o meio e sobre si mesmo (BRASIL, 2000, p. 135).
É
importante destacar que apesar de escrito há quase 20 anos, esses documentos já
indicavam à necessidade de se incorporar as tecnologias da comunicação no
ensino, dado o contexto social e as inovações que as tecnologias provocam. Para reforçar,
Gomes (2016) argumenta que “a escola não pode ficar à margem das tecnologias, e
esse despertar para o uso crítico e construtivo das TICs deve ocorrer na escola
o quanto antes, ou seja, a partir da educação infantil”, caso contrário,
formaremos zumbis tecnológicos, alheios ao letramento digital – contribuição
nossa.
Assim,
por conta de toda essa modernização advinda do desenvolvimento tecnológico, David
Crystal (2005), linguista com varias contribuições relevantes na área de
linguística aplicada, alerta que o usuário dessas informações passa a ser
incapaz de concentrar-se em apenas uma tarefa cognitiva, levando o cérebro a
tornar-se inquieto e ávido por satisfação imediata com o mínimo de esforços.
Confirmando
assim as premissas elencadas nos PCNEM. Visto que de acordo com os parâmetros,
A simples presença de
novas tecnologias na escola não é, por si só, garantia de melhor qualidade na
educação, pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional
baseado na recepção e memorização de informações. [...] A concepção de ensino
aprendizagem revela-se na prática em sala de aula e na forma como professores e
alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis (BRASIL, 2000, p. 140).
Neste viés, concordamos em
destacar que vivemos hodiernamente em uma era de grandes transformações
sociais, sobretudo no que tange à comunicação e a interação entre os sujeitos
(MARTÍN-BARBERO, 2014). Desse modo, para Zacharias (2016, p. 17) “o desafio que
precisamos enfrentar é o de incorporar ao ensino de língua materna tanto os
textos de diferentes mídias [...] quanto às formas de lidar com eles”. Isso se
pensarmos desde a construção inicial da informação e pelo modo como as relações
sociais vem se estabelecendo – em ritmo e velocidade extrema.
BRASIL. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Ensino Médio, parte II, Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias. Brasília: MEC, 2000.
CRYSTAL, David. O papel da internet.
In:______. A revolução da linguagem.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. pp. 75-102.
GOMES, Luiz Fernando. Redes sociais e
escola: o que temos de aprender? In: ARAÚJO, Júlio; LEFFA, Vilson. Redes Sociais e ensino de línguas: o que
temos que aprender? São Paulo: Parábola Editorial, 2016. pp. 81-92.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. A Comunicação na Educação. São Paulo: Contexto, 2014.
ROJO, R. Letramentos
escolares:
coletâneas de textos nos livros didáticos de língua portuguesa. São Paulo: Perspectiva,
2010. pp. 433-465.
ZACHARIAS,
Valéria Ribeiro de Castro. Letramento digital: desafios e possibilidades para o
ensino. In: COSCARELLI, Carla Viana (org.). Tecnologias para aprender. São Paulo: Parábola Editorial, 2016. pp.
15-30.
PLANO DE AULA
Público-alvo: Alunos do 1º ano do Ensino Médio.
Duração: 20 horas divididas em 5 aulas.
OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Analisar os discursos políticos que apresentam intolerância religiosa na rede social Facebook.
Objetivos específicos:
- Identificar como os meios de comunicação são permeados por posicionamentos político-ideológicos.
- Verificar como os gêneros textuais digitais constituem-se como práticas discursivas nos meios de comunicação.
- Incentivar a pesquisa , debates e troca de ideias.
RECURSOS DIDÁTICOS
Data show, quadro magnético, computador, caixas de som.
JUSTIFICATIVA
O presente trabalho justifica-se pela necessidade de desenvolver oficinas de língua portuguesa que integrem os recursos tecnológicos às aulas, com a finalidade de desenvolver atividades argumentativas de cunho crítico, a partir de um conjunto de textos
híbridos, incorporado de diferentes gêneros, campos e de produtores variados. Nesse
viés, a partir dos estudos que compreendem essa multiplicidade cultural, não
podemos mais eleger uma cultura e atribui-la o status de principal, pois de
acordo com Zacharias (2016) “as mídias nas quais esses textos são disponibilizados têm
a tela como principal suporte, exigindo conhecimentos que ultrapassam as
fronteiras do impresso” – sejam eles eruditos ou populares; centrais ou
marginais; canônicos ou de massa (contribuição nossa).
Além do mais, como pode ser observado a partir dos argumentos reunidos
acima, a teoria do letramento enfatiza a necessidade de letrar e não somente
alfabetizar. Assim, de acordo com Rojo (2010) tendo em vista os avanços das Tecnologias
da Informação e Comunicação (TICs) nas sociedades contemporâneas; o amplo
acesso das pessoas às mídias digitais e o fato de as práticas sociais serem
marcadas pela diversidade cultural, linguística e tecnológica, é necessário que
as práticas de letramento passem por mudanças, ou seja, sejam reinventadas para
atender os prossumidores digitais.
SOBRE A AVALIAÇÃO
A avaliação ocorrerá de forma
contínua, tendo em vista a participação ativa dos educandos nas atividades
propostas, o envolvimento, o interesse, a assiduidade e as relações
interpessoais.
METODOLOGIA
PRIMEIRO ENCONTRO - 4 h/a
- Apresentação da Oficina:
Iniciaremos com a pergunta: Você sabe o que é ser intolerante?
- Após a discussão acerca da configuração da palavra INTOLERÂNCIA, entregaremos aos alunos alguns textos que pontuam sobre a temática.
- Passada a fase da leitura, pediremos para que alunos escrevam um pequeno texto informando se já presenciaram algum debate sobre o tema em de sociais.
SEGUNDO ENCONTRO - 4h/a
- Apresentação da proposta:
A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA EMBUTIDA NA POLITICA BRASILEIRA:
VOCÊ CURTE E/OU COMPARTILHA?
- Nessa etapa aproveitaremos o conhecimento prévio dos alunos para dar continuidade a oficina, introduzindo-os ao contato com gênero digital - da esfera discursiva em estudo.
- Nesse momento recorreremos ao uso tecnológico, haja vista que será necessário apresentar como esse entrave acontece em meio social.
TERCEIRO ENCONTRO - 4h/a
No terceiro encontro iremos pontuar:
- Ampliação do repertório sobre
o gênero em estudo, por meio de leituras e análise de textos do gênero;
- Organização e sistematização
do conhecimento sobre o gênero: estudo detalhado de sua situação de produção e
circulação; estudo de elementos próprios da composição do gênero e de
características da linguagem nele utilizada.
QUARTO ENCONTRO - 4h/a
- Produção coletiva.
Mais uma vez a tecnologia será utilizada. No entanto, pelos alunos.
A proposta é que eles, divididos em grupos de 4 pessoas, gravem com o auxílio do celular, vídeos com a temática foco desta oficina, para posteriormente postarmos na página do Facebook que será criada para abrigar esses corpus.
QUINTO ENCONTRO - 4h/a
No último encontro, visando a produção individual, revisão e reescrita, dever-se-á pedir para que os alunos escrevam um pequeno texto expondo a opinião individual acerca da problemática - essa produção deverá ser postada na página do Facebook.
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