MEMES SOBRE A CRISE NO BRASIL
Universidade
Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras - FALE
Disciplina: Tecnologia Educacionais e Ensino de
Língua Portuguesa
Docente: Ivânia Neves
Memes
sobre a crise no Brasil
Anderson Luiz TeixeiraPereira
Rui Lobato Bahia Junior
Introdução
A
internet, bem como outros grandes meios de comunicação de massa, ocupa um
espaço importante na vida dos jovens brasileiros, o que provoca a necessidade de
se pensar em formas específicas de integração do ensino de língua portuguesa a este
contexto, no intuito de contribuir com o processo de ensino-aprendizagem.
Para
o desenvolvimento deste trabalho, assumiram-se com os seus pilares tanto as
propostas de Bakhtin (1997), no tocante aos gêneros do discurso, quanto a temática
“Memes sobre a crise no Brasil”. Conforme o escreve o linguista, em Estética da Criação Verbal:
Todas
as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão sempre
relacionadas com a utilização da língua. Não é de surpreender que o caráter e
os modos dessa utilização sejam tão variados como as próprias esferas da
atividade humana, o que não contradiz a unidade nacional de uma língua. A
utilização da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos),
concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da
atividade humana. (BAKHTIN, 1997, p. 279)
Desta forma, compreende-se que o gênero
meme seja uma estratégia interessante para a reflexão sobre a crise instaurada
no Brasil, uma vez que ele surge de uma esfera de atividade humana que se
estabelece na internet, além de permitir uma leitura crítica, por meio do humor,
sobre os fatos veiculados a respeito dos males sociais do Brasil e de elementos
que fazem farte da cultura nacional. Os memes constituem práticas discursivas materializadas
em imagens, ao apresentarem em seus enunciados um posicionamento
político-ideológico, fato importante que permite ao aluno realizar diferentes
leituras sobre um mesmo fato, isto é, na construção deste gênero se agrega uma
informação que faz parte do conhecimento da cultura popular, e sobre essa
informação se estabelece um novo enunciado, criando um novo discurso sobre a
informação anterior.
Freire
(2002) ensina que a curiosidade como “inquietação indagadora” é vital a todos, por
isso, o meme, quando percebido como objeto de indagação, permite o
estabelecimento de um olhar crítico sobre a realidade. Além disso, Freire (2002)
deixa claro que ensinar pressupõe trabalhar com a possibilidade de mudanças e,
no que tange aos meios de comunicação, isso se dá a partir da apreensão de
discursos recorrentes que permeiam estes gêneros e que estão relacionados aos
meios de comunicação midiáticos.
Compreende-se que este gênero representa
uma parte concreta das mudanças ocorridas nos meios midiáticos, nas últimas
décadas: antes, o acesso à informação se dava em sua maior parte por meio dos
jornais televisivos e impressos e pelos rádios; em contrapartida, com o advento
da internet e, consequentemente, das redes sociais, os processos de comunicação
começaram a convergir para esse novo espaço virtual.
A respeito dos processos de construção
de sentido crítico sobre a crise no Brasil —presentes nos enunciados dos memes,
que
partem de diversos usuários da rede mundial de computadores e utilizam a
internet como meio midiático para a exposição da situação atual do país — entende-se
que
possuam estreita relação com o processo de “convergência cultural”, expressado
por Jenkins (2008), em A Cultura da
convergência. De maneira similar, entendemos como sendo possível o
estabelecimento de outra conexão, desta vez com a proposta de Martin-Barbeiro
(2014), referente à comunicação como um processo de compartilhamento,
totalmente necessário no contexto relativo à aprendizagem, quer dizer, as
convergências dos meios midiáticos promoveram um maior compartilhamento de
conhecimento da cultura de massa na rede mundial de computadores; fato que permite
pensar, também, os memes como uma forma de compartilhamento de conhecimento.
Observe-se a imagem abaixo:
Esta imagem expressa bem o processo de
convergência proposto por Jenkins (2008). Nela está presente o entrecruzamento de
velhas e novos mídias, na medida em que o produtor do texto valeu-se de vários
fragmentos oriundos de diversos meios de comunicação, como televisão e rádio ─
que noticiaram sobre a “figura da falsa mulher grávida” ─, associados à
internet, a fim de estabelecer um novo enunciado. Analisando-se a imagem é
possível perceber que há uma crítica que se dá pela relação da “figura da falsa
mulher grávida” com a ideia que se tem do Brasil, objetivando mostrar,
portanto, que “ A ordem e o progresso” e o discurso do Brasil como um país
grandioso são tão falsos quanto a “gravidez da falsa grávida” que, apesar de
perceptível, conseguiu enganar algumas pessoas.
A grande transformação possível neste
processo de convergência é a participação ativa do “consumidor”. Essa
convergência cultural permitiu que fosse criada uma situação capaz de expressar
a realidade brasileira, e não apenas isso, que pudesse, além disso, ser compartilhada
com vários outros usuários da internet.
O referido processo de convergência,
baseado nas ideias de Paulo Freire, dialoga com o que Martin-Barbeiro (2014)
chama de “Textura dialógica da comunicação”, que concebe a porta para
comunicação a partir da estrutura dialógica, pois, segundo ele, a comunicação
se realiza quando “há forma à conflituosa experiência de conviver, quando se constitui
em horizonte de reciprocidade de cada homem com os outros no mundo”
(MARTIN-BARBERO, 2014, p. 29)
Referências
BAKHTIN,
Mikhail. Estética da criação verbal.
Trad. Maria Ermantina Pereira ─ São Paulo: Martins Fontes, 1997.
FERREIRA,
Marcos Vinícius. O gênero “meme” em propostas de produção de textos:
implicações discursivas e multimodais.
In: Anais do SIELP. Volume 2, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2012.
FREIRE,
Paulo. Educação como prática da liberdade.
─ Rio de Janeiro: Paz e terra, 1967.
FREIRE, Paulo. Pedagogia
da autonomia: saberes necessários á prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996.
HORTA, Natália Botelho. O meme como linguagem da internet: uma
perspectiva semiótica. Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília. Brasília,
2015.
JENKINS, Henry. Cultura
da convergência. São Paulo: Aleph. 2008
MARTÍN-BARBERO, Jesús. A
comunicação na educação. Trad. Maria Lopes e Dafne Melo. São Paulo:
Contexto, 2014.
PLANO DE AULA
Público-alvo: Ensino médio em geral.
Duração: 20 horas divididas em 5 aulas.
OBJETIVOS
Objetivo
Geral:
- Analisar a crise instaurada no Brasil a partir de leituras de Memes que circulam na internet
Objetivos
específicos:
- Constatar como os meios de comunicação são permeados por posicionamentos político-ideológicos.
- Identificar como os gêneros textuais constituem-se práticas discursivas nos meios de comunicação.
- Discutir as diferentes opiniões sobre o tema proposto, reconhecendo-as nos memes.
- Apresentar a construção semântico-pragmático do gênero meme.
- Propor uma atividade de construção de um meme sobre a crise no Brasil.
- Verificar em que medida o aluno consegue perceber ou discernir as características contextuais das quais faz parte, por meio da leitura de memes.
RECURSOS
DIDÁTICOS
Data show, quadro magnético,
celular, computador, gêneros textuais, redes sociais.
JUSTIFICATIVA
A
presente sequencia didática justifica-se pela necessidade de desenvolver
oficinas de língua portuguesa
que integrem os recursos tecnológicos às aulas, com a finalidade de aprimorar
as práticas de leituras-críticas contextualizadas, permitindo ao aluno, por
meio do entendimento crítico, perceber como a linguagem e a comunicação operam
na esfera da internet e como elas são importantes para a construção da cultura
popular. Nesse
sentido, cabe ao professor propor aos alunos discussões que desenvolvam o seu espírito
crítico. Portanto, o gênero meme torna-se uma ferramenta importantíssima para
se trabalhar a questão dos vários discursos nos meios de comunicação, de
maneira que aluno perceba que este gênero não é valido apenas para causar o
humor e sim como objeto reflexivo.
AVALIAÇÂO
A avaliação será formativa e
continuada, e se efetivará a partir das atividades designadas para a verificação
do envolvimento dos alunos em relação ao conteúdo trabalhado na oficina.
Destacamos os momentos como “1.3. sondagem”, “2.2. sondagem”, “2.4.
culminância”, “3.3 Atividade de sondagem”, “3.4. debate” e, sobretudo o “momento
cinco”, no qual será realizada a exposição oral dos textos produzidos pelos
alunos. Por fim, os relatos de experiência deles – último momento − servirá
para a avaliação final.
METODOLOGIA
1º Momento: Contextualização (4h)
1.1.Introdução (60 min)
A temática a ser
discutida será apresentada aos alunos; em seguida ser-lhes-á dada a
oportunidade de apresentarem os seus respectivos posicionamentos sobre o
assunto, ressaltando-se que a discussão será medida pelos professores.
1.2. Leitura (90 min)
Diálogo acerca das redes
sociais, sob o tema “ O que é notícia nas redes sociais? ”. Para esse momento
iremos realizar a leitura dos textos “As redes sociais e a opinião pública diante da
crise política” — retirado
do site “CanalTech” — e “O poder das redes
sociais” — retirado do site da Federação das
indústrias do estado de São Paulo —, os
quais abordam questões gerais acerca da importância das redes sociais no dia a
dia das pessoas. O objetivo deste momento é fazer com que o aluno perceba a
importância das redes sociais como um espaço de circulação de conteúdo e de
opinião pública.
Texto 1: As redes sociais e a opinião
pública diante da crise política brasileira
O bombardeio de informações
sobre a atual crise política no país não é novidade, e você deve ter
acompanhado a verdadeira guerra virtual que se estabeleceu nas últimas semanas.
Desde o início da Operação Lava Jato, que investiga um grande esquema de corrupção
na Petrobras envolvendo diversos políticos e empreiteiras, uma onda de
manifestações tomou conta das redes sociais, as quais tem um poder enorme de
influenciar o comportamento individual e social.
A viralização de certos
conteúdos é assunto bastante complexo, e Lauren Colvaren, psicóloga, estudou em
sua tese de doutorado a situação da subjetividade em tempos de redes sociais. A
tese, defendida no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
(IP-USP), entre outros assuntos, fala sobre os conteúdos virais,
relacionando-os com rotas preguiçosas de expressão, já que, ao compartilhar uma
informação, o usuário dispensa a colocação de suas próprias palavras.
Mas afinal, o que isso tem a
ver com as últimas questões políticas ocorridas no Brasil? Tudo, pois o que
pode ser observado, por meio das fan pages, comunidades e afins, é uma
infinidade de informações e embates baseados em opiniões que rapidamente
viralizaram, via Facebook, Twitter e WhatsApp.
É interessante perceber, diante
dessas manifestações virtuais, que as redes sociais são utilizadas também como
fontes de pesquisa interativa, onde o leitor não é passivo diante das notícias
e informações recebidas. O que se vê é
que com a oportunidade de se expressar, por meio das redes, qualquer pessoa é
capaz, não só de partilhar e ter acesso às informações, mas também de
produzi-las e se tornar formadora de opinião, ainda que não seja expert no
assunto.
Aí está a magia do uso das
redes sociais, a liberdade de expressão diante dos fatos no lugar da
passividade de recepção de dados e notícias das mídias impressas. Essa imensa
capacidade interativa e de liberdade gera dificuldades para quem deseja
controlar a opinião pública, já que a rede é um espaço criado e utilizado em
que todos podem publicar suas opiniões, insatisfações, pensamentos e
sentimentos em relação ao mundo.
Diante dos últimos
acontecimentos relacionados à crise política no Brasil, pôde-se perceber o
poder do uso das redes sociais, que se mostraram enquanto local de mobilizações,
manifestações e reivindicações. Notícias sobre as decisões do poder público,
abaixo assinados, e até memes sobre toda a situação do país viralizaram e
ganharam força na mídia. A luta, independente de partido político, mostrou-se
protagonizada por grupos com objetivos bem definidos.
Algumas pessoas não consideram
as manifestações virtuais como práticas genuínas, por acreditarem que a luta se
faz nas ruas, porém, não se pode negar que por meio das redes milhares de
pessoas foram mobilizadas para a luta na sociedade. As manifestações que
tomaram a Av. Paulista e tantos outros lugares no país ganharam força pela
potencialização da comunicação possibilitada pela internet.
Diversos estudos, nas mais
variadas áreas, tratam da influência das redes sociais no comportamento da
sociedade, e os eventos ocorridos ao longo do mês só reforçam essa ideia. A
opinião pública é influenciada pelo compartilhamento de informações, que se dá
de forma extremamente veloz. Foi por meio do Facebook que ativistas dos dois
lados (a favor do governo e contra o governo) se mobilizaram para combinar
datas e outros detalhes das manifestações, além de utilizarem o espaço da rede
para discutir os pontos que seriam reivindicados. Vale lembrar que o alcance
foi de grande magnitude, repercutindo em matérias por todo o mundo.
Seja para pedir o impeachment da presidente do
país, seja para defender o atual governo, é importante que todo
leitor-participante tenha criticidade e possa fazer uso das redes sociais da
forma mais saudável possível. As vantagens do uso da internet, quando se trata
de manifestação já está mais que provada, mas a conscientização de cada um no
que se refere ao comportamento social deve ser prioridade, para que toda a
possibilidade de disseminação de ideias não seja fonte de arbitrariedades e
violência, como o que vem ocorrendo no último mês. E você? Como se informa sobre todas essas
questões?
Autoria
de Andressa Neves
Disponível
em: http://canaltech.com.br/materia/redes-sociais/o-que-as-redes-sociais-tem-a-ver-com-a-crise-politica-no-brasil-60657/
Texto 2: O
poder das redes sociais
Muitas
pessoas confundem redes sociais com mídias socias. Redes sociais = Pessoas
“conectadas” por relações onde se emite e recebe mensagens entre ambos. Quando
há esta relação de troca, podemos dizer que existe conexão. Mídias sociais =
Ferramentas digitais personalizadas ou de prestação de serviços que permitem
publicação de conteúdo e formação de relacionamento, todavia apenas por meios virtuais.
É
o caso do Facebook, Linkedin, WordPress, Orkut, MSN etc. Na terminologia da
palavra, podemos afirmar que redes são novas visões da sociedade, política,
internet em um mundo globalizado onde podemos dizer que tudo que é sustentável
tem o padrão de rede.
Temos
que tomar cuidado para não confundir Rede Social com Institucional, ou seja, em
uma rede não pode haver hierarquia e burocracias.
A
vida é formada por redes e conexões em um pensamento sistêmico. No seu livro a
“Teia da Vida” o Profº Fritjov Capra defende que há uma interligação ecológica
de todos os eventos que permite a vida humana e animal. “Todos os seres vivos
são membros de comunidades ecológicas ligadas umas às outras numa rede de
interdependência” (Capra, 1999 – Teia da Vida).
Temos
que tomar cuidado para não confundir Rede Social com Institucional, ou seja, em
uma rede não pode haver hierarquia e burocracias. Uma rede social não pode ser
um grupo seleto, guetos ou um clube de pessoas. Networking = Rede de
interesses/competitividade. Busca-se a potencialização profissional através de
alianças estratégicas, relações comerciais e interesses próprios. Neste tipo de
ganha a ganho, apenas um indivíduo se beneficia. Mídia Social – Linkedin e
Branchout por exemplo.
O
networking desta forma já não está sendo visto com tanto valor na sociedade e
corporativo. O netweaving possibilitou esta evolução. Netweaving = Rede de
causas/cooperação. A proposta é poder guardar seu conhecimento com as outras
pessoas e fazer uma animação de redes de modo a ajudar, mobilizar, inspirar e
colaborar com a sociedade. Nela você abre a mão de ter guetos ou grupos
fechados e faz uma distribuição em torno de agendas compartilhadas. Plataformas
virtuais como o NING possibilitam esta reunião de pessoas.
Sendo
prático, vamos pensar em inovação. Você quer inovar (x), sendo assim você
começa a se conectar com pessoas que também querem inovar (x) ou (x+y). Estas
pontes e mobilizações reúnem pessoas dentro de uma rede de causa. Esta rede
animada começa a produzir, produzir e começa a CONTAMINAR mais pessoas. Você
atingiu os resultados, criou mais situações e uma rede. REDES CONTAMINAM E
INFLUENCIAM PESSOAS.
A
rede derrubou do poder o Presidente do Egito e pode derrubar um CEO. De acordo
com o profº Augusto de Franco, quatro tentações devem ser evitadas para quebrar
uma rede netweaving: Fazê-la uma instituição; reuniões para decidir quem e o
que fazer ao invés de deixar as pessoas fazerem acontecer; tratar as pessoas
como “massas” a serem mobilizadas ao invés de amigos pessoais a serem
conquistados e monopolizar lideranças ao invés de estimular a emergência da
multiliderança.
Por
que está se criando uma anarquia positiva? (1) Acabou-se a BARSA e a
Enciclopédia Larrousse Cultural. Temos o google
com qualquer conteúdo. O conhecimento gratuito disponível 24 horas a qualquer
pessoa e idade. (2) Acabou-se o muro de conhecer pessoas, cidades, projetos e
países. A internet, facebook, flickr etc.trouxeram uma nova economia e
sociedade livre. Economia Glocalizada. (3) Acabou-se o monopólio das mídias
televisivas, rádios e revistas. Blogs e demais meios possibilitam gratuitamente
aproximar consumidores e produtos. (4) Acabou-se as ditaduras políticas e
silêncio de expressão. (5) Acabou-se e estão se destruindo tantos muros que
vejo uma sociedade mais justa e sustentável daqui pra frente.
Esta
anarquia positiva por enquanto ainda não deu muitos sinais do que estas
liberdade e conectividade podem causar futuramente. Vendo esta mudança de
cenários econômicos e sociais, te pergunto: dá ainda para existir nas empresas
hierarquias verticais? O CEO e o Diretor intocável, formado em Harvard e
detentor do conhecimento e poder? Dá para existir ainda monopólios de agências
de propagandas? Dá para existir ainda clusters, clube do café, grupinhos e
guetos dentro das empresas? Dá para existir ainda gestão oculta? Nenhuma área
pode saber da outra ou participar das agendas?
O
Chefe das ocultas acabou. Este não é o futuro. A empresa é uma rede social
colaborativa onde se produz conhecimento e deve ser compartilhado, mão de obra
produtiva, a fim de manter a prosperidade econômica da empresa, funcionário e
país, conectar pessoas como amigos pessoais e autodesenvolvimento da rede e,
por fim, criar impactos positivos para a sustentabilidade e pessoas. Faça de
sua empresa e equipe uma REDE SOCIAL. VIVA LA REVOLUCIÓN!
Autoria
de Maurílio Santos Jr
Acessado
em: 18/09/2016
1.3. Sondagem (40 min)
Pretende-se sondar, por
meio de questionamentos, a dinâmica do processo de envolvimento dos alunos da
oficina com a produção e recepção de conteúdo, nas redes sociais deles, referente
à crise por que passa o Brasil.
Perguntas:
1) Como você lida com as redes sociais no seu dia a
dia?
2) Você já publicou, compartilhou ou recebeu algum meme
nas suas redes sociais?
3) Quais são os assuntos mais recorrentes nas redes
sociais neste momento, na sua opinião?
4) Você acha que as redes sócias podem contribuir para que
se reflita e que se mude algo do atual cenário nacional brasileiro?
5) Na sua opinião, a temática “A crise instaurada no
Brasil” está sendo discutida nas redes socias?
1.4 Culminância (50
min)
Discutir-se-á, de maneira
específica, questões relacionadas ao gênero meme, ressaltando, sobretudo, a
circulação deles nas redes sociais. A aula será finalizada com a exibição do
vídeo“ Os grandes memes de 2015”, retirado do canal de vídeos “Canaltech”, do
“You tube”; o vídeo será importante, posteriormente, para auxiliar no
entendimento do aluno sobre o processo de construção do gênero.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=KRbTowuNVBc
2º Momento: Conceituação (4h)
2.1 Introdução
(60 min)
Serão apresentadas, aos
alunos, as estruturas do gênero meme, por meio da exibição de três vídeos,
sendo que os dois primeiros explicarão o que é um meme e como ele pode ser construído,
e o último mostrará alguns dos melhores memes do ano de 2016; para finalizar
este momento será apresentado o site memepedia (http://youpix.virgula.uol.com.br/memepedia/),
primeira enciclopédia de memes do Brasil, a fim de que os alunos possam fixar
melhor as ideias sobre o gênero.
Os
vídeos a serem exibidos serão: Memes: o que são? (https://youtu.be/_9RQUtnE60I); O que são Memes? | Galo
Digitalks #Piloto (https://youtu.be/vuolZojRP7I); Os melhores memes de maio a julho [TOP Memes] (https://youtu.be/ldmaBI7Huks).
2.2 Leitura (90 min)
Momento em que serão
lidos dois textos, para maiores esclarecimentos. No intervalo entre um e outro,
os alunos serão levados a refleti sobre a relação do gênero com o contexto de
crise institucional pelo qual passa o Brasil.
Texto 1: Memes para
reflexão, parte 1
Muita gente passou a conhecer
os memes após o advento das redes sociais online. O que pouca gente sabe, no
entanto, é que os memes da internet nada mais são do
que uma espécie de “subgrupo” de um conceito muito mais abrangente, poderoso, e
até mesmo místico:
Um meme –
conforme proposto pelo biólogo britânico Richard Dawkins – é para a memória o
análogo do gene na genética, a sua unidade mínima. É considerado como uma
unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro, ou entre locais
onde a informação é armazenada (como livros) e outros locais de armazenamento
ou cérebros. No que diz respeito à sua funcionalidade, o meme é considerado uma
unidade de evolução cultural que pode de alguma forma se autopropagar. Os memes
podem ser ideias, línguas, sons, desenhos, doutrinas religiosas, valores
estéticos e morais etc. O estudo dos modelos evolutivos da transferência de
informação é conhecido como memética.
Apesar de ser um conceito puramente metafísico, ele tem sido capaz de explicar muita
coisa que ocorre dentro da mente humana, particularmente no que tange a troca
de informações sociais e culturais. Assim, se é verdade que muitos memes da
internet não passam de pequenas peças de humor, não é verdade
que todos eles possam ser considerados somente isso.
Conforme um dia nos
explicou Ralph Waldo Emerson, “A chave de todo ser humano é seu pensamento.
Resistente e desafiante aos olhares, tem oculto um estandarte que obedece, que
é a ideia ante a qual todos os seus fatos são interpretados. O ser humano pode
somente ser reformado mostrando-lhe uma ideia nova que supere a antiga e traga
comandos próprios”.
É levando isto em
consideração que eu pensei comigo mesmo, “Ora, se há tantos memes bobos que
alcançaram tamanho sucesso em se replicar pelas mentes alheias, por que não
usar do mesmo expediente para tentar refletir adiante ideias um pouco mais
profundas?”.
Foi assim que me senti
inspirado para criar alguns “memes para reflexão” e publicá-los em nossa página no Facebook. A minha ideia, é claro, não é criar
memes “acadêmicos” ou “muito sérios”, mas me aproveitar do bom humor e do
grande alcance deste tipo de linguagem online para, como sempre tento fazer,
levar as pessoas a refletirem um pouco mais sobre algumas ideias que talvez
estejam já velhas demais, solidificadas demais, dogmáticas demais.
Com isso não quero denegrir ou reduzir tais ideias, que são memes muito mais antigos e duradouros do que qualquer meme de internet, mas pelo contrário: mostrar outros pontos de vista para, quem sabe, trazer tais ideias ancestrais para o meio do século 21, onde há um verdadeiro Dilúvio de informação irrelevante; de modo que as ideias relevantes talvez precisem ser guardadas com carinho, na segurança de nossa Arca de Noé, esta que sempre navegou em nossa própria alma.
Com isso não quero denegrir ou reduzir tais ideias, que são memes muito mais antigos e duradouros do que qualquer meme de internet, mas pelo contrário: mostrar outros pontos de vista para, quem sabe, trazer tais ideias ancestrais para o meio do século 21, onde há um verdadeiro Dilúvio de informação irrelevante; de modo que as ideias relevantes talvez precisem ser guardadas com carinho, na segurança de nossa Arca de Noé, esta que sempre navegou em nossa própria alma.
Na sequência, trarei
alguns dos memes publicados em nossa galeria no Facebook, com uma pequena
explicação sobre o que exatamente quis passar com cada um, assim como uma
rápida descrição das discussões geradas por aqueles que foram mais
compartilhados.
Crédito da
imagem: Raph/Google Image Search
Disponível em:
http://textosparareflexao.blogspot.com/2015/08/memes-para-reflexao-parte-1.html
Acessado em: 20/08/2016
Texto 2: Como
fazer um Meme
Memes são todo o furor da
internet, são textos e montagens feitas de forma bem-humorada, irônica ou
sarcástica para retratar um ponto de vista. Se há uma observação engraçada que
você fez na vida, faça disso um meme! Veja como.
1 - Pense em algo engraçado que pode
ser expresso em duas linhas. A parte engraçada deve estar contida na
segunda linha. Procure um sentimento que possa ser relatado e que outras
pessoas também acharão divertido.
2 - Decida se você quer reciclar um
meme existente ou fazer upload de uma imagem sua pra criar o meme. A
maioria dos criadores de meme oferecerão as duas opções.
3 - Escolha o criador de
meme. Sites populares incluem:
Disponível em: http://pt.wikihow.com/Fazer-um-Meme
Acessado em: 20/08/2016
2.3 Sondagem (40 min)
Pretende-se sondar, por
meio de questionamentos a serem respondidos e entregues ao professor, o nível
de entendimento dos alunos quanto ao aspecto conceitual e estrutural do gênero
“meme”.
Perguntas:
1- O que você entende por “meme”?
2 - Você poderia apontar as características principais do gênero?
3 - Você se acha capaz de produzir um “meme”?
4 - Você achou importante esta aula? Se achou, em que medida ela contribuiu com os seus conhecimentos?
5 - Você pretende utilizar os conhecimentos adquiridos nesta aula? De que forma?
1- O que você entende por “meme”?
2 - Você poderia apontar as características principais do gênero?
3 - Você se acha capaz de produzir um “meme”?
4 - Você achou importante esta aula? Se achou, em que medida ela contribuiu com os seus conhecimentos?
5 - Você pretende utilizar os conhecimentos adquiridos nesta aula? De que forma?
2.4 Culminância (50
min)
A turma será dividida em
grupos. Solicitar-se-á que eles conversem a respeito de como fariam para
elaborar dois memes, um de tema livre, o outro voltado a questões que envolvam
aspectos de crise por que passa o Brasil na atualidade; e, por fim, será pedido
a cada grupo que escolha um representante, a fim de explanar, para o restante
da turma, o que foi discutido entre eles.
3º Momento: Leitura e prática
3.1. Introdução (60 min)
Esta aula
será iniciada com a leitura e discussão do texto “fenômeno dos memes”, o qual
retoma conceitos básicos sobre o gênero, discutidos anteriormente.
Texto 1: O fenômeno
dos memes
No contexto da internet, meme é uma mensagem quase sempre de tom jocoso
ou irônico que pode ou não ser acompanhada por uma imagem ou vídeo e que é
intensamente compartilhada por usuários nas mídias sociais. O termo foi cunhado
pelo zoólogo Richard Dawkins em sua obra O gene egoísta, de 1976,
para fazer uma comparação com o conceito de gene. Assim, para Dawkins, meme
seria "uma unidade de transmissão cultural, ou de imitação", ou seja,
tudo aquilo que se transmite através da repetição, como hábitos e costumes
dentro de uma determinada cultura. Adaptado para a internet, especialmente para
as redes sociais, o conceito de meme passa a ser uma "unidade"
propagada ou transmitida através da repetição e imitação, de usuário para
usuário ou de grupo para grupo.
Essa associação, que resultou no conceito contemporâneo de meme, nasceu
no final da década de 1990, quando um dos criadores da página del.icio.us(um
site agregador de links) criou a página Memepool ("piscina
de memes", em tradução livre), que compilava links e
outros conteúdos compartilhados pelos usuários na web. No final dos anos 2000,
Jonah Peretti, um dos fundadores do portal Huffington Post, gerenciava com
alguns amigos a página Contagious Media (algo como mídia
contagiante), onde realizava "experimentos" com conteúdos publicados
na web. Essas iniciativas culminaram em um "festival de virais", onde
a maioria dos participantes se baseava no conceito de Dawkins para remeter a
algo que se propagava pela rede.
CONTEÚDO
VIRAL
Para a pesquisadora em comunicação digital e professora da Faculdade
Cásper Líbero, Janaíra França, os memes são mais antigos que a própria cultura
digital, mas encontraram nela solo fértil para se expandir devido à capacidade
de propagação. "A facilidade com que esses canais permitem que uma dada
informação seja repassada adiante é a força motriz da linguagem dos
memes", comenta. A propagação se dá, segundo França, por uma série de
fatores inerentes ao meio digital. "Os memes são apropriações temáticas
que vão desde o humor sobre amenidades até assuntos como política e economia, e
que têm, na maioria das vezes, mensagens de compreensão fácil e rápida. Some a
isso a facilidade de publicação e o compartilhamento, sobretudo pelas redes
sociais, e teremos a viralização do conteúdo", complementa a professora.
Também emprestado da biologia, o termo viralização remete a algo que se
espalha de maneira contagiosa, infectando e se disseminando na internet. Essa
talvez seja uma das características mais marcantes do fenômeno meme na cultura
digital, mas não é a única. Assim como na concepção original de Richard
Dawkins, um meme precisa evoluir para conseguir se propagar na rede, já que não
é fácil conquistar a atenção dos usuários nesse emaranhado de likes,
shares e selfies.
Segundo a professora e jornalista especializada em marketing, Silvia
Ferreira, da Universidade Bilac, em São José dos Campos (SP), na cultura
digital os memes devem se adaptar aos mais diferentes contextos para fisgar a
atenção das pessoas. "Um meme pode ser tudo, menos estático. Se não inovar
na mensagem ou na forma, estará fadado ao esquecimento", diz. Ferreira
lembra que até em ambientes corporativos podemos ver essa adaptação.
"Muitas empresas e instituições já possuem departamentos de comunicação que
se encarregam de produzir memes. Se não entregarem algo novo, adaptado ao
público, o meme pode ser subtraído da rede e sua evolução cessará",
enfatiza. O processo adaptativo do meme leva em consideração, segundo França, a
própria audiência para quem essa mensagem se dirige. "Eles são um tipo de
linguagem que tenta expressar o que a audiência digital tem interesse em
determinado momento. Deve ser lúdico, divertido", coloca.
Autoria de Ton Torres
Disponível
em:
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252016000300018&script=sci_arttext
Acessado
em:
18/09/2016
3.2. Exposição dos memes (30 min)
Exibição do acervo composto por 40 memes
coletados para a execução desta oficina.
3.3. Atividade de sondagem (90
min)
Será
desenvolvida uma atividade em grupos compostos por quatro alunos cada, os quais
terão como finalidade realizar uma leitura de um meme e, em seguida, socializar
suas análises.
Serão dados como critérios para nortear a
leitura dos textos as seguintes perguntas:
a) Quais os possíveis locais de circulação deste
gênero?
b) Qual o contexto sócio-histórico?
c) Este gênero constitui uma prática discursiva
pertinente a qual esfera de comunicação?
d) Apresenta conteúdo irônico ou apenas humorístico?
e) Propõe reflexão?
f) Qual o posicionamento crítico do enunciador sobre o
assunto? Vocês concordam?
g) O plano de fundo utilizado para a construção deste
meme é um viral nas redes sociais? Isso contribuiu para a construção do
enunciado?
h) Vocês compartilhariam este texto nas suas redes sociais?
3.4. Debate (60 min)
Para a
finalização deste dia utilizaremos os memes apresentados ao longo da aula, como
textos geradores de reflexão. A turma será dividida em dois grandes grupos, os
quais irão debater sobre o seguinte tema:
- Na sua opinião, os memes podem ser utilizados para causar reflexões e mudanças, sim ou não?
4º momento: produção textual (4h)
Neste momento será proposta uma atividade de
produção textual, que proporcionará aos alunos um momento crítico e criativo,
permitindo-lhes que se sintam como participantes ativos no processo de
comunicação de memes, nas redes sociais. Os alunos produzirão vários memes sob
a temática “a crise no Brasil”.
Serão utilizadas como possibilidades de planos de
fundos para a criação dos textos as seguintes imagens, que viralizaram na
internet:
Chapolin
sincero
Alienígena me solta
Já acabou Jéssica?
Reflitão
Inês Brasil
Menina Cloe
Abaixo apresentamos dois memes criados pelos autores
desta oficina, utilizando o site
“Geradordememes.com”:
5º momento
5.1.Avaliação
Neste momento será realizada
a socialização dos textos. Todos irão expor seus memes e explicarão, oralmente,
como se deu o processo de criação. Posteriormente, a partir da utilização de
recursos tecnológicos como computador, celular, internet e outros, os alunos compartilharão
os seus textos em suas próprias redes sociais.
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