UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO
DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
FACULDADE
DE LETRAS
DISCIPLINA:
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
DOCENTE:
IVÂNIA NEVES
DISCENTES:
BRENO MACHADO TORRES E JÉSSICA GAMA DE CASTRO
INTRODUÇÃO
O Movimento LGBTT é
caracterizado por ativistas que representam a minoria Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis e Transgêneros, com foco na humanização e valorização dos
mesmos, visando o bem-estar dessa parcela da população que é carente de atenção
por parte do Estado e vítima do preconceito e discriminação perante a Sociedade.
Sabemos que o descaso histórico com esta parcela da sociedade traz consigo uma
série de violências que são motivadas pelo preconceito, discriminação e
intolerância da diversidade sexual e de gênero.
A
causa LGBTT tem sido cada vez mais retratada na mídia, tal como nas conversas
de bar e até nas mesas das casas, em discussões familiares. Ainda que com holofotes
voltados à questão, no entanto, não é de conhecimento geral como está a
situação legal do grupo LGBTT no Brasil de hoje. Desde a década de 80 até os
dias atuais, alguns direitos foram conquistados, na base da luta; dentre eles,
a união civil Homoafetiva. Entretanto, a Escola permanece, seja por receio,
seja por descaso, a ignorar ou tratar com muitos dedos a questão LGBTT. Há
ainda o agravante de temer-se que, no atual governo de Michel Temer, muitas
destas conquistas e o acesso a elas encontram-se ameaçadas.
O
que, segundo Martín-Barbero, trata-se de uma herança histórica:
A escola continua consagrando uma
linguagem retórica e distante da vida, de suas penas, suas penas, suas ânsias e
suas lutas, tornando absoluta uma cultura que asfixia a voz própria,
transmitindo ‘a visão que a minoria dominante tem da história nacional, seu
culto dos heróis, seus ódios e seus entusiasmos, seus mitos e seus preconceitos
que ficaram como conteúdo das cartilhas que metodicamente soletram os
estudantes de todo o país’. (MARTÍN-BARBERO, 2014, p. 25)
Dessa forma, esclarecer
o surgimento e a importância do Movimento LGBTT, bem como o respeito à minoria
que compõe o movimento, é fazer valer os direitos a estes indivíduos que
merecem por parte do Estado e da Sociedade inclusão social e o reconhecimento
dos seus Direitos como cidadãos brasileiros, excluindo toda e qualquer forma de
preconceito imposto pela sociedade. Afinal, sobre Conhecimento e Cidadania,
cita-se novamente Martín-Barbero:
Se
o característico da cidadania é estar associada ao ‘reconhecimento recíproco’,
isto passa decisivamente hoje pelo direito de informar e ser informado, de
falar e ser escutado, imprescindível para poder participar nas decisões que
dizem respeito à coletividade. (MARTÍN-BARBERO, 2014, p. 107)
A Escola, portanto, é um ambiente necessário
para se discutir as diversidades sexuais e de gênero e, para que isso possa
ocorrer, o incentivo de professores e responsáveis é de extrema importância,
além de aulas, palestras e exposição de vídeos e outros conteúdos
transmidiáticos que dialoguem sobre a sexualidade e suas diferentes
combinações, ajudando nesta luta de conscientização da diversidade sexual e
direito humano. São essas as motivações que permeiam esta oficina de Língua Portuguesa.
OBJETIVO GERAL
Estimular o debate e fundamentar a temática da diversidade
sexual e de gêneros por meio da discussão sobre os direitos LGBTT no atual
governo de Michel Temer.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Discutir
a diversidade sexual e de gênero na escola a partir de depoimentos e
experiências.
2. Conhecer
o atual cenário político brasileiro e as implicações negativas às comunidades
minoritárias.
3. Salientar
a importância de se reconhecer os direitos das minorias LGBTT como direitos
humanos.
METODOLOGIA
Aula 1
De início, os docentes
irão introduzir a temática da sexualidade, enfatizando a diversidade de gênero
para chegarem aos direitos que os grupos LGBTT conquistaram ao longo do tempo,
no Brasil. Posteriormente, será mostrado em slides alguns desses principais direitos
e como as atuais políticas sociais poderiam destruí-los. Para finalizar a
primeira aula, a equipe de professores mostraria algumas postagens, do Facebook,
retiradas da página Cartazes &
Tirinhas LGBT que fizessem alusão ao atual cenário político-social de nosso
país e pediria para que os alunos formassem uma roda de conversa a fim de
discutirem ou comentarem tanto sobre as postagens mostradas quanto sobre os
direitos da comunidade LGBT no atual governo Temer.
Aula
2
O objetivo primordial
nesta segunda aula é que algumas impressões do senso comum venham à tona a fim
de que uma primeira discussão possa ser feita com os alunos, de modo a começar
a desconstruir algumas representações sobre sexualidade e família. Desse modo,
a metodologia se baseará na projeção de imagens (incluindo-se pinturas) e de
perguntas relacionadas a estas. Todas as respostas dos alunos serão discutidas
pelos professores, a fim de desmistificar as noções de senso comum que forem
surgindo.
Ao projetar a(s) imagem(ns),
os professores devem fazer uma pequena introdução sobre a época em que a imagem
foi produzida e, em caso de pinturas, também um breve comentário geral a
respeito do autor e de sua obra.
´
Aula
3
Nesta terceira etapa,
os alunos irão assistir ao documentário “Escola sem preconceito”, de Pedro
Nunes, em que há a articulação de depoimentos de estudantes e professores/as
sobre o preconceito (homofobia) e diferentes tipos de bullying. Nosso objetivo é mostrar o mundo escolar que muitas vezes
não queremos ver. Após o documentário, os alunos serão divididos em equipes de
5 para serem feitos os comentários e observações sobre o que fora assistido e
assimilado. Cada equipe terá um tempo máximo de 10 minutos para realizar a
atividade oral.
Ao fim desta aula, os
professores relacionarão o documentário assistido com o nosso atual momento
político e social, retornando a conceitos da primeira aula a fim de
problematizar a questão dos direitos LGBTT na era Temer.
Aula
4
Nesta última etapa da
oficina, os professores apresentarão aos alunos algumas reportagens
selecionadas e impressas. A ideia é que os discentes se reúnam em grupos – os
mesmos da aula anterior – para que os professores distribuam as reportagens.
Eles devem ler as reportagens no tempo máximo de 10 minutos, posto que se trate
de reportagens curtas.
Em seguida, cada grupo
vai apresentar brevemente para os colegas o assunto ou o caso específico
abordado pela reportagem. Aos outros alunos e aos professores caberá intervir,
tecer comentários ou expor suas opiniões ou outros exemplos pessoais.
Por fim, será proposta
uma atividade de escrita para os alunos. Após as exposições, cada aluno
precisará construir um comentário de, no máximo, 10 linhas sobre a reportagem a
qual seu grupo ficara responsável. Todos serão orientados no momento da
escrita. Os comentários serão lidos pelos professores à turma, tendo como
objetivo a discussão sobre como o senso comum é (ou não) acionado na construção
de julgamentos morais, num tema para o qual a discussão deveria se dar sob
outros parâmetros.
RECURSOS UTILIZADOS:
·
Data Show;
·
Papel A4;
·
Caixa de Som;
·
Caixinha de papelão.
AVALIAÇÃO
O processo avaliativo
ocorrerá de forma contínua, contemplando as seguintes categorias: produtividade,
participação, assiduidade e pontualidade.
A avaliação é
diagnóstica e estimuladora do desenvolvimento do aluno e do grupo de alunos.
Todas as atividades de leitura, produção escrita, apresentação de vídeos e trabalhos
orais são avaliados. São observados o ritmo individual e o fato de que cada
aluno percorre caminhos diferentes, em tempos diversos, para chegar a fins
semelhantes. E, como o exercício com a palavra é fundamental para a aquisição e
domínio da língua, a produção da leitura e da escrita assume dimensões maiores,
devendo ser considerada significativa para o resultado final da avaliação de
cada escala.
O diálogo e a interação entre os envolvidos no
processo pedagógico poderão determinar a qualidade dos resultados obtidos pelos
professores e pelos alunos. A análise desse processo subsidia o planejamento
para o redimensionamento de novos procedimentos didáticos se necessários.
CONSIDERAÇÕES
GERAIS
As pesquisas linguísticas, nas últimas
décadas, têm permitido que se torne consensual, cada vez mais, uma mudança das
finalidades e do enfoque no ensino de Língua Portuguesa. Entende-se, hoje, que
o ensino da Língua Portuguesa tem por finalidade colocar o aluno em situações
que lhe permitam ampliar o domínio ativo do discurso, nas mais diversas circunstâncias
comunicativas. Para possibilitar a inserção efetiva do aluno no mundo da escrita
e ampliar suas possibilidades de participação social, como cidadão, é preciso
criar condições para que ele atue com competência linguística, nas instâncias
públicas de uso da linguagem. Por isso, o tempo da sala de aula deve ser,
predominantemente, dedicado às atividades de produção de leitura, de escrita e
de reflexão sobre as funções da língua escrita na sociedade
Portanto a língua não
será divorciada de seu contexto social; será compreendida, por princípio, como
dialógica e não será separada de sua própria natureza – dinâmica, heterogênea,
plurissignificativa – mesmo em situação escolar. O texto, nas suas mais variadas formas e nos
seus diferentes gêneros, é a unidade básica da linguagem verbal e a função
comunicativa é o eixo principal do texto e do ato linguístico. Assim, as
propostas de trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa devem se basear na
interação língua/linguagem, num processo discursivo de construção do pensamento
simbólico, constitutivo de cada aluno, em particular, e da sociedade em geral.
BIBLIOGRAFIA DE APOIO
SOUZA, Samuel; CARDOSO, Wlardison; CONRADO,
Monica, QUARESMA, Francielle. Diversidade
sexual na escola: experiências e proposições. (p. 5-22). Disponível em: http://www.organizacaonosmulheres.com.br/cartilhagde.php?cartilha=gde.
Acesso em: 08/09/2016.
MARTÍN-BARBERO,
Jesús. A comunicação na educação. São Paulo: Contexto, 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário