terça-feira, 27 de setembro de 2016

Os Direitos LGBTT na Solidificação do Governo Temer


UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
FACULDADE DE LETRAS
DISCIPLINA: TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
DOCENTE: IVÂNIA NEVES
DISCENTES: BRENO MACHADO TORRES E JÉSSICA GAMA DE CASTRO

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INTRODUÇÃO
O Movimento LGBTT é caracterizado por ativistas que representam a minoria Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros, com foco na humanização e valorização dos mesmos, visando o bem-estar dessa parcela da população que é carente de atenção por parte do Estado e vítima do preconceito e discriminação perante a Sociedade. Sabemos que o descaso histórico com esta parcela da sociedade traz consigo uma série de violências que são motivadas pelo preconceito, discriminação e intolerância da diversidade sexual e de gênero.
            A causa LGBTT tem sido cada vez mais retratada na mídia, tal como nas conversas de bar e até nas mesas das casas, em discussões familiares. Ainda que com holofotes voltados à questão, no entanto, não é de conhecimento geral como está a situação legal do grupo LGBTT no Brasil de hoje. Desde a década de 80 até os dias atuais, alguns direitos foram conquistados, na base da luta; dentre eles, a união civil Homoafetiva. Entretanto, a Escola permanece, seja por receio, seja por descaso, a ignorar ou tratar com muitos dedos a questão LGBTT. Há ainda o agravante de temer-se que, no atual governo de Michel Temer, muitas destas conquistas e o acesso a elas encontram-se ameaçadas.
            O que, segundo Martín-Barbero, trata-se de uma herança histórica:
A escola continua consagrando uma linguagem retórica e distante da vida, de suas penas, suas penas, suas ânsias e suas lutas, tornando absoluta uma cultura que asfixia a voz própria, transmitindo ‘a visão que a minoria dominante tem da história nacional, seu culto dos heróis, seus ódios e seus entusiasmos, seus mitos e seus preconceitos que ficaram como conteúdo das cartilhas que metodicamente soletram os estudantes de todo o país’. (MARTÍN-BARBERO, 2014, p. 25)

Dessa forma, esclarecer o surgimento e a importância do Movimento LGBTT, bem como o respeito à minoria que compõe o movimento, é fazer valer os direitos a estes indivíduos que merecem por parte do Estado e da Sociedade inclusão social e o reconhecimento dos seus Direitos como cidadãos brasileiros, excluindo toda e qualquer forma de preconceito imposto pela sociedade. Afinal, sobre Conhecimento e Cidadania, cita-se novamente Martín-Barbero:
Se o característico da cidadania é estar associada ao ‘reconhecimento recíproco’, isto passa decisivamente hoje pelo direito de informar e ser informado, de falar e ser escutado, imprescindível para poder participar nas decisões que dizem respeito à coletividade. (MARTÍN-BARBERO, 2014, p. 107)

 A Escola, portanto, é um ambiente necessário para se discutir as diversidades sexuais e de gênero e, para que isso possa ocorrer, o incentivo de professores e responsáveis é de extrema importância, além de aulas, palestras e exposição de vídeos e outros conteúdos transmidiáticos que dialoguem sobre a sexualidade e suas diferentes combinações, ajudando nesta luta de conscientização da diversidade sexual e direito humano. São essas as motivações que permeiam esta oficina de Língua Portuguesa.

OBJETIVO GERAL
Estimular o debate e fundamentar a temática da diversidade sexual e de gêneros por meio da discussão sobre os direitos LGBTT no atual governo de Michel Temer.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Discutir a diversidade sexual e de gênero na escola a partir de depoimentos e experiências.
2. Conhecer o atual cenário político brasileiro e as implicações negativas às comunidades minoritárias.
3. Salientar a importância de se reconhecer os direitos das minorias LGBTT como direitos humanos.

METODOLOGIA
Aula 1
De início, os docentes irão introduzir a temática da sexualidade, enfatizando a diversidade de gênero para chegarem aos direitos que os grupos LGBTT conquistaram ao longo do tempo, no Brasil. Posteriormente, será mostrado em slides alguns desses principais direitos e como as atuais políticas sociais poderiam destruí-los. Para finalizar a primeira aula, a equipe de professores mostraria algumas postagens, do Facebook, retiradas da página Cartazes & Tirinhas LGBT que fizessem alusão ao atual cenário político-social de nosso país e pediria para que os alunos formassem uma roda de conversa a fim de discutirem ou comentarem tanto sobre as postagens mostradas quanto sobre os direitos da comunidade LGBT no atual governo Temer.
          
                                 

Aula 2
O objetivo primordial nesta segunda aula é que algumas impressões do senso comum venham à tona a fim de que uma primeira discussão possa ser feita com os alunos, de modo a começar a desconstruir algumas representações sobre sexualidade e família. Desse modo, a metodologia se baseará na projeção de imagens (incluindo-se pinturas) e de perguntas relacionadas a estas. Todas as respostas dos alunos serão discutidas pelos professores, a fim de desmistificar as noções de senso comum que forem surgindo.
Ao projetar a(s) imagem(ns), os professores devem fazer uma pequena introdução sobre a época em que a imagem foi produzida e, em caso de pinturas, também um breve comentário geral a respeito do autor e de sua obra.  
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Aula 3
Nesta terceira etapa, os alunos irão assistir ao documentário “Escola sem preconceito”, de Pedro Nunes, em que há a articulação de depoimentos de estudantes e professores/as sobre o preconceito (homofobia) e diferentes tipos de bullying. Nosso objetivo é mostrar o mundo escolar que muitas vezes não queremos ver. Após o documentário, os alunos serão divididos em equipes de 5 para serem feitos os comentários e observações sobre o que fora assistido e assimilado. Cada equipe terá um tempo máximo de 10 minutos para realizar a atividade oral.
Ao fim desta aula, os professores relacionarão o documentário assistido com o nosso atual momento político e social, retornando a conceitos da primeira aula a fim de problematizar a questão dos direitos LGBTT na era Temer.


Aula 4
Nesta última etapa da oficina, os professores apresentarão aos alunos algumas reportagens selecionadas e impressas. A ideia é que os discentes se reúnam em grupos – os mesmos da aula anterior – para que os professores distribuam as reportagens. Eles devem ler as reportagens no tempo máximo de 10 minutos, posto que se trate de reportagens curtas.
Em seguida, cada grupo vai apresentar brevemente para os colegas o assunto ou o caso específico abordado pela reportagem. Aos outros alunos e aos professores caberá intervir, tecer comentários ou expor suas opiniões ou outros exemplos pessoais.
Por fim, será proposta uma atividade de escrita para os alunos. Após as exposições, cada aluno precisará construir um comentário de, no máximo, 10 linhas sobre a reportagem a qual seu grupo ficara responsável. Todos serão orientados no momento da escrita. Os comentários serão lidos pelos professores à turma, tendo como objetivo a discussão sobre como o senso comum é (ou não) acionado na construção de julgamentos morais, num tema para o qual a discussão deveria se dar sob outros parâmetros.

RECURSOS UTILIZADOS:
·         Data Show;
·         Papel A4;
·         Caixa de Som;
·         Caixinha de papelão.

AVALIAÇÃO
O processo avaliativo ocorrerá de forma contínua, contemplando as seguintes categorias: produtividade, participação, assiduidade e pontualidade.
A avaliação é diagnóstica e estimuladora do desenvolvimento do aluno e do grupo de alunos. Todas as atividades de leitura, produção escrita, apresentação de vídeos e trabalhos orais são avaliados. São observados o ritmo individual e o fato de que cada aluno percorre caminhos diferentes, em tempos diversos, para chegar a fins semelhantes. E, como o exercício com a palavra é fundamental para a aquisição e domínio da língua, a produção da leitura e da escrita assume dimensões maiores, devendo ser considerada significativa para o resultado final da avaliação de cada escala.
 O diálogo e a interação entre os envolvidos no processo pedagógico poderão determinar a qualidade dos resultados obtidos pelos professores e pelos alunos. A análise desse processo subsidia o planejamento para o redimensionamento de novos procedimentos didáticos se necessários.

CONSIDERAÇÕES GERAIS
 As pesquisas linguísticas, nas últimas décadas, têm permitido que se torne consensual, cada vez mais, uma mudança das finalidades e do enfoque no ensino de Língua Portuguesa. Entende-se, hoje, que o ensino da Língua Portuguesa tem por finalidade colocar o aluno em situações que lhe permitam ampliar o domínio ativo do discurso, nas mais diversas circunstâncias comunicativas. Para possibilitar a inserção efetiva do aluno no mundo da escrita e ampliar suas possibilidades de participação social, como cidadão, é preciso criar condições para que ele atue com competência linguística, nas instâncias públicas de uso da linguagem. Por isso, o tempo da sala de aula deve ser, predominantemente, dedicado às atividades de produção de leitura, de escrita e de reflexão sobre as funções da língua escrita na sociedade
Portanto a língua não será divorciada de seu contexto social; será compreendida, por princípio, como dialógica e não será separada de sua própria natureza – dinâmica, heterogênea, plurissignificativa – mesmo em situação escolar.  O texto, nas suas mais variadas formas e nos seus diferentes gêneros, é a unidade básica da linguagem verbal e a função comunicativa é o eixo principal do texto e do ato linguístico. Assim, as propostas de trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa devem se basear na interação língua/linguagem, num processo discursivo de construção do pensamento simbólico, constitutivo de cada aluno, em particular, e da sociedade em geral.
BIBLIOGRAFIA DE APOIO
SOUZA, Samuel; CARDOSO, Wlardison; CONRADO, Monica, QUARESMA, Francielle. Diversidade sexual na escola: experiências e proposições. (p. 5-22). Disponível em: http://www.organizacaonosmulheres.com.br/cartilhagde.php?cartilha=gde. Acesso em: 08/09/2016.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. A comunicação na educação. São Paulo: Contexto, 2014


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