sexta-feira, 15 de junho de 2012

EMPREGADAS DOMÉSTICAS: CLASSE DISCRIMINADA


Quando o assunto é as empregadas domésticas no Pará, exige-se que façamos uma volta ao período da escravidão, tendo em vista que essa é uma profissão existente desde os tempos mais remotos e vem ganhando cada vez mais ênfase nos dias atuais. Todavia, quando nos reportamos ao período escravocrata e analisamos a questão das trabalhadoras aqui citadas, podemos perceber que não há muita diferença entre as duas épocas, a de antigamente e a atual, devido às condições de trabalho ditadas pelas duas.
No período escravo, as escravas eram obrigadas a obedecerem a ordens de seus patrões e eram submetidas a condições de trabalho, muitas vezes, fora da dignidade humana. O que não se diferencia muito de hoje em dia.
Um dos pontos que mais preocupa nessa questão é o grande número de crianças e adolescentes que trabalham em casas de famílias, muitas vezes até mesmo obrigadas pelos próprios pais para poder ajudar na renda familiar. E são, em alguns casos, oriundas do interior do Estado, como, por exemplo, da Ilha do Marajó. Elas migram para a Capital com a expectativa de mudar de vida, mas acabam se deparando com uma realidade totalmente diferente. Outras trabalham sem ganhar salário, só em troca de moradia. Em consequência disso, tendem a abandonar os estudos. Para piorar, a grande maioria delas é tratada de forma humilhante, sendo até mesmo assediadas sexualmente pelos patrões.
Antigamente, o trabalho doméstico não era reconhecido legalmente, já que as empregadas não possuíam Carteira de Trabalho assinada pelos empregadores. Com isso, não podiam fazer qualquer reivindicação para melhoria de trabalho, muitas vezes até por medo de perder o emprego.
Contudo, no ano de 1972 foi vigorada a lei de número 5.859/72, que legaliza o trabalho doméstico no País. Na lei consta que as trabalhadoras terão direitos como: receber um salário por serviço prestado, vinte dias de férias e direitos à Seguridade Social, direitos esses muito inferiores se comparados com benefícios de outros trabalhadores de diferentes áreas vigentes.
O ideal seria se as próprias pessoas passassem a olhar para as “secretarias do lar” com um olhar diferente, passassem a vê-las não só como simples empregadas, mas como seres humanos iguais a todo mundo, como mães, mulheres trabalhadoras que muitas vezes têm que se desdobrar para manter a casa do patrão organizada e cuidar para que a sua também esteja sempre em ordem.
O que falta também é um pouco mais de apoio por parte do governo, com leis que amparem melhor a profissão, afinal esse é um emprego igual a qualquer outro que seja amparado por lei, para que não haja tanta discriminação a essa classe trabalhadora.

Maria Géssica Gomes Monteiro - 1DIN2/ UNAMA
Aluna do curso de Direito

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