quarta-feira, 6 de julho de 2016

Diversidade étnico-racial: Negros - A questão racial na escola

Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação

Faculdade de Letras

Disciplina: Ensino e Aprendizagem I

Docente: Ivânia Neves
Denis SouzaNayana Lima
Suely Carvalho



INTRODUÇÃO

As questões étnicas raciais são recorrentes no mundo. A intolerância se tornou algo comum em alguns casos. As pessoas são discriminadas apenas por serem diferentes das outras, por não terem a mesma cor de pele que as demais. Infelizmente o preconceito é um dos problemas mais graves em todo mundo. Nas escolas essa problemática não é diferente, mas deve ser combatida com a mesma voracidade que nas ruas.
As escolas devem orientar os alunos a pensar de forma crítica sobre o racismo, sendo estimulados desde o início de sua formação escolar, formulando suas ideias e sua personalidade, promovendo a conscientização acerca do assunto para tentar amenizar a problemática nas gerações que estão por vir.

Fonte:http://www.geledes.org.br/wpcontent/uploads/2009/11/ALUNO%20NA%20SALA%20DE%20AULA-755x755.jpg?7179f7 
Os educadores encontram dificuldades em sala de aula diante de certas situações de preconceito. A se depararem com tal situação, os profissionais têm que estar preparados para desfazer os estereótipos e as ideias pré-concebidas que os alunos já trazem sobre a cultura negra como, por exemplo, a que o negro nasceu apenas para ser escravo. Eles não podem ignorar os casos de racismo que surgirem em sala de aula, não apenas repreendendo o aluno que comete o racismo, mas suscitar um diálogo aberto, arejado, transparente com os alunos, mostrando a história da comunidade negra, sua identidade e cultura.  
A escola, possivelmente, não irá conseguir erradicar o preconceito racial, mas acreditamos que a educação é capaz de fazer com que o aluno se questione e desconstrua os mitos de superioridade e inferioridade entre negros e brancos.


Para Freire (1996), o professor deve saber utilizar o momento de dificuldade do aluno para incentivá-lo a raciocinar e formar seu conhecimento, direcionando-o de forma mais lúdica, sem cobranças ou indução, pois ocorre assim uma interação mais estreita entre eles. Esse é um passo importante para ajudar o aluno a ter um posicionamento crítico e para contribuir com a diminuição das desigualdades sociais e raciais no Brasil, refletidas na educação e por ela reforçadas.


PLANO DE AULA

Público alvo: alunos de Ensino Médio
Duração: _______________________

OBJETIVO
Discutir as relações raciais no ambiente escolar.

JUSTIFICATIVA
Preconceito racial, embora seja considerado crime, ainda é uma prática recorrente nas escolas. Enfrentar o preconceito nos sistemas educacionais do Brasil é um desafio, mas é um desafio que tem que ser superado e, para tentar acabar com essa realidade, as escolas têm que trabalhar as diferenças raciais em sala de aula, visando combater o preconceito e a discriminação no ambiente escolar. A exclusão do tema que aborda o preconceito e a discriminação racial nas escolas contribui para que as diferenças raciais entre negros e brancos sejam entendidas como normais, naturais.

RECURSOS DIDÁTICOS
Vídeo, imagens, data show.

METODOLOGIA
1° Momento
Apresentação da oficina e seus objetivos, em seguida apresentação do tema abordado através de slides.

2°Momento
Dialogar com os alunos sobre o tema, ouvir suas opiniões e exemplos de racismo vivenciados no dia a dia, fazer uma sondagem sobre o conhecimento dos alunos sobre a cultura negra. Apresentação de vídeos sobre a cultura negra, sua história e origem.

3° momento
Mostrar imagens de pessoas brancas e negras, perguntado aos alunos quais esteticamente são mais bonitas. Após a identificação, mostrar aos alunos que a diferença de cor é apenas uma questão estética e que todas as pessoas são iguais independentemente de cor da pele.

4° momento
Música: Racismo É Burrice/ Gabriel O Pensador

Salve, meus irmãos africanos e lusitanos, do outro lado do oceano
"O Atlântico é pequeno pra nos separar, porque o sangue é mais forte que a água do mar"
Racismo, preconceito e discriminação em geral;
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal, que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Racismo é burrice

Não seja um imbecil
Não seja um ignorante
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Racismo é burrice

Negro e nordestino constroem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil, o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou o que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento
Que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro, ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
O Juiz Lalau ou o PC Farias
Não, você não faria isso não
Você aprendeu que preto é ladrão
Muitos negros roubam, mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa música você aprender e fazer
A lavagem cerebral

Racismo é burrice

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não pára pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Nenhum tipo de racismo - eu digo nenhum tipo de racismo - se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo que é racista não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice

Racismo é burrice

E se você é mais um burro, não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você.

 Análise da música ‘’Racismo é burrice ‘’, de Gabriel Pensador. Após a análise, formar grupos a fim de que apresentem propostas de como a escola deve agir diante de um caso de racismo e o que fazer para combater o preconceito nas escolas.

5° Momento
Os alunos terão que fazer uma pesquisa sobre sua origem e a origem dos seus ancestrais, procurando saber se eles são de origem afrodescendente e, se forem, que culturas afrodescendentes eles assimilaram e como eles se identificam: negros ou brancos?


REFERENCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
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