domingo, 2 de julho de 2017

ANÁLISE DAS NARRATIVAS ORAIS INDÍGENAS BRASILEIRAS NO YOUTUBE

Universidade Federal do Pará
Faculdade de Letras
Disciplina: Recursos Tecnológicos no Ensino de Português
Docente: Ivânia Neves
Discentes: Ingryd Moraes de Moraes
                 Kelly E. Oliveira da Silva
                 Midiane Bento Figueiredo Rodrigues


  
https://issuu.com/brunaql/docs/narrativas_ind__genas_3
    A cultura indígena no Brasil, desde os tempos da colonização, foi sendo anulada, e, com isso, toda uma diversidade linguística e cultural ignorada e perdida. Atualmente, várias línguas e, consequentemente, vários aspectos culturais de vários grupos indígenas foram extintos. Pouco se vê, por exemplo, sobre o ideário e pensamento indígenas. Esse é o caso das narrativas orais dos povos indígenas. Essas narrativas geralmente são consideradas como lendas ou mitos, termo considerado pejorativo por Neves (2009), uma vez que desconsidera toda uma ideologia e pensamento de um povo, quando afirma que:
Embora rotuladas como mito, as narrativas orais indígenas são o conhecimento histórico destas sociedades, a forma como narrativizam suas experiências, organizam seus conceitos. (NEVES, 2009, p. 94)                   
Considerar ainda como essas narrativas estão presentes hoje em nossa sociedade, época em que predomina vários meios de comunicação, é de suma importância para percebermos como o pensamento das sociedades minoritárias está sendo disseminado.  
Trazendo a questão das narrativas para a educação nos deparamos com mais entraves. Pouco se tem falado sobre diversidade de pensamento e cultura nas escolas e apenas algumas narrativas orais indígenas chegam aos alunos, mais difícil ainda quando pensamos em como e onde encontrar tais narrativas.
Pensar e analisar sobre como e em quais meios são disseminadas as narrativas indígenas, as quais representam muito da diversidade cultural que possuímos, poderá trazer à tona um debate sobre as questões de igualdade e equilíbrio social, proporcionando aos povos indígenas e a nós maiores diálogos entre culturas, que, nos termos de Jenkins (2009), trata-se de uma cultura em que os conteúdos são convergidos e tratados por uma cultura de participantes ativos.
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/10-livros-historias-indigenas-folclore-brasileiro-738413.shtml

REFERÊNCIAS
JENKIS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Editora Aleph. Disponível em: http://lelivros.online/book/baixar-livro-cultura-da-convergencia-henry-jenkins-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/
NEVES, Ivânia dos Santos. Considerações sobre mito, história e ciência. In: A invenção do índio e as narrativas orais Tupi. Campinas, SP: [s.n.], 2009. p. 99-134.
  
PLANEJAMENTO DA OFICINA

TEMA: Análise das narrativas orais indígenas brasileiras no youtube

OBJETIVO GERAL
Analisar as narrativas orais dos povos indígenas brasileiros no youtube.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
·         Demonstrar como a sociedade atual reconhece as narrativas orais indígenas.
·         Possibilitar ao aluno uma melhor percepção das narrativas orais indígenas por meio do teatro.
·         Promover a disseminação das narrativas orais indígenas no facebook.

JUSTIFICATIVA
Este trabalho justifica-se, entre outras razões, pela importância de se trabalhar narrativas orais indígenas em sala de aula, levando-se em consideração que ao estudarmos a cultura desses povos também estamos conhecendo a nossa própria cultura, uma vez que foram estes os povos que habitaram primeiro esta terra e deles fomos influenciados em muitos aspectos. Assim como estudamos vários outros povos que de alguma forma fizeram parte da nossa história, devemos também conhecer o mundo indígena, suas histórias, suas línguas, seus costumes e também suas influências.
Dentre os vários aspectos que podíamos explorar neste trabalho, optamos por trabalhar as narrativas orais indígenas por entendermos que essas narrativas revelam muito da história e concepção de mundo de cada povo.
Ao fazermos buscas dessas narrativas em diversos meios, observamos que as mesmas se fazem pouco presente nos meios sociais, com exceção do youtube, que apresenta várias narrativas de diferentes povos. Eis que surgiu a ideia de analisar as narrativas orais indígenas presentes no youtube e disseminar essas narrativas através de um outro meio muito utilizado atualmente, o facebook.
É importante ressaltar também que, levar a cultura indígena até a sala de aula faz parte das recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que ao tratar da pluralidade cultural diz o seguinte:
Há muito se diz que o Brasil é um país rico em diversidade étnica e cultural, plural em sua identidade: é índio, afrodescendente, imigrante, é urbano, sertanejo, caiçara, caipira... Contudo, ao longo de nossa história, têm existido preconceitos, relações de discriminação e exclusão social que impedem muitos brasileiros de ter uma vivência plena de sua cidadania. (BRASIL, 1997, p. 15)

Portanto, esse documento nos alerta sobre a discriminação e exclusão vivida por esses povos e sobre a necessidade de se levar a pluralidade cultural para a sala de aula, oferecendo informações que possam contribuir para a formação de novas mentalidades, voltadas para a superação de todas as formas de discriminação e exclusão.
A inclusão dos povos indígenas na educação faz parte da legislação atual. “Deve-se respeitar as línguas, as particularidades culturais e históricas desses povos” (NEVES, 2015).


METODOLOGIA
A oficina “Análise das narrativas orais indígenas brasileiras no youtube” tem duração de 20H e será realizada em 5 encontros.

Primeiro encontro (4 horas): Será disponibilizado aos alunos um texto-resumo, abordando a história dos povos indígenas brasileiros, a origem das suas narrativas e a importância delas para a cultura indígena em questão. Em seguida, os alunos já deverão desenvolver uma atividade, que compreenderá em pesquisas de narrativas orais indígenas mais recorrentes no youtube; os mesmos deverão escolher quatro narrativas.




Segundo encontro (4 horas): No primeiro momento da oficina os alunos iniciarão outra atividade de pesquisa de documentários, os quais devem contemplar alguém não indígena narrando uma lenda ou falando sobre ela. No segundo momento haverá uma atividade de produção teatral desenvolvida pelos alunos, cada grupo ficará encarregado de produzir o vídeo escolhido no youtube.

Terceiro encontro (4 horas divididas em 2 momentos de 2 horas cada): No Primeiro momento, será apresentada aos alunos uma página no Facebook, criada pelas próprias professoras com o objetivo de promover a disseminação das narrativas orais indígenas brasileiras. Nessa página os alunos deverão publicar todas as atividades realizadas durante a oficina. No segundo momento, as peças serão ensaiadas. Cada grupo terá trinta minutos para ensaiar a sua peça.

Quarto encontro (4 horas): Dia destinado aos ensaios das peças. Cada grupo terá trinta minutos para ensaiar a sua peça. Em seguida, se pensará como serão os cenários e quais os materiais necessários para sua montagem. Um aluno será escolhido para filmar através de um aparelho celular todo o ensaio, pois servirá de making off para ser inserido na página do facebook.

Quinto encontro (4 horas): Dia destinado à apresentação dos grupos. Enquanto os alunos apresentam, estarão sendo avaliados pelas professoras. Os critérios de avaliação serão: criatividade, fidelidade ao enredo da narrativa, expressão, cenário e arte no corpo. Haverá a filmagem das peças. Ao final das apresentações, os alunos deverão inserir os vídeos na página do facebook.



AVALIAÇÃO
A avaliação não consistirá em apenas avaliar a atividade final, mas todo o processo. Isto é, serão avaliados: frequência, participação e desempenho em todas as atividades.

RECURSOS UTILIZADOS
ü  Computador
ü  Caixa de Som
ü  Data show
ü  Material impresso
ü  Smartphone
ü  Teatro: Câmera digital, Cenografia, Figurino, Iluminação, Maquiagem, Sonoplastia.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALCÂNTARA, Flavia Graciela de. Narrativas orais e memória coletiva: uma proposta para pensar a formação de conceitos. Igualitária: Revista do Curso de História da Estácio BH, v. 1, n. 3, 2014.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: pluralidade cultural, orientação sexual / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 164p.
COELHO, Maria do Carmo P. As narrações da cultura indígena da Amazônia: lendas e histórias. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (tese), 2003.
JENKIS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Editora Aleph. Disponível em: http://lelivros.online/book/baixar-livro-cultura-da-convergencia-henry-jenkins-em-pdf-epub-e-mobi-ou-ler-online/
NEVES, Ivânia dos Santos. Considerações sobre mito, história e ciência. In: A invenção do índio e as narrativas orais Tupi. Campinas, SP: [s.n.], 2009. p. 99-134.
NEVES, Ivânia dos Santos. Narrativas orais indígenas em sala de aula: música, interação social e transformação histórica. Leitura: Teoria & Prática, v. 33, n. 64, p. 129-143, 2015.




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