Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras
Letras- Língua Portuguesa
Disciplina: Recursos Tecnológico
Docente: Ivânia Neves
Felipe Venancio Ribeiro Araújo
INTRODUÇÃO
Há mais de
quatrocentos anos era fundada a cidade que hoje se conhece por “Pérola do
Caeté”, “Terra da marujada”, “Amazônia Atlântida”, ou seja, Bragança. Sua
formação se deu pela combinação das culturas indígena, africana e europeia que
influenciaram direta e indiretamente em todos os campos culturais da sociedade
bragantina. Culinária, Costumes, Dança, etc.
http://www.portalamazonia.com.br/cultura/files/2014/07/Bragan%C3%A7a-2.jpg
Talvez, o campo mais
bombardeado por essa miscigenação de culturas, tão distintas entre si, seja o
vasto imaginário de contos e lendas que se formou ao decorrer do tempo. Neste
trabalho buscou-se estudar a representação da cidade de Bragança, hoje, no
século XXI, nas narrativas orais de sua população. Que ao serem passadas de
geração a geração acabaram por ir parar no meio digital (blogs, sites, etc.).
Aqui objetiva-se perceber como as narrativas, que antes eram compartilhadas
somente, ou principalmente, de forma oral, comportam-se na internet.
Pretende-se ainda verificar o que se tem de diferente na plataforma digital e o
que ela proporciona de interessante às narrativas.
No passado o lugar (a
cidade de Bragança) tinha um papel muito significativo no imaginário de lendas
e contos. A cidade muitas vezes deixava de ser uma mera representação espacial
e passava a ser um elemento mais efetivo na história, como por exemplo:
personagem. Isso se dava pelo fato de os mais velhos descreverem e narrarem a
vida da cidade por meio de lendas e contos. Atualmente a cidade pode
apresentar, na rede, uma ideia de elemento espaço-temporal por resgatar seus
antecedentes e origens.
Conforme o conceito de
Henry Jenkins, de que os meios de comunicação estão se adaptando a internet (por
meio da convergência midiática), e a certeza de que com o tempo os veículos de
informação constroem linguagens independentes de suas origens este estudo deixa
muito claro que uma sociedade não perde sua cultura ao leva-la para outros
meios como a internet. O que acontece é um típico fenômeno de convergência em
que a internet é usada como ferramenta de interação e de difusão do
conhecimento.
PLANO DE AULA
1. IDENTIFICAÇÃO
Título: O
Imaginário Popular de Bragança na Rede
Proponente: Felipe
Venancio Ribeiro Araújo
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Investigar e analisar como contos e lendas típicos da cidade de Bragança
são apresentados em meio à rede (internet).
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Observar como ocorre à
transmutação das narrativas orais bragantinas para o meio digital;
- Analisar se esta transferência à
rede pode causar mudanças na forma de narrar essas histórias;
- Investigar se, as narrativas, ao
serem divulgadas na internet recebem alterações positivas e/ou negativas no seu
enredo.
3. JUSTIFICATIVA
Este plano de aula tem como finalidade realizar uma leitura
investigativa e analítica de como os contos e as lendas originários de Bragança
são apresentados e divulgados na internet. Busca-se verificar em blogs narrativas que sirvam de exemplo deste vasto arcabouço de histórias, que
tradicionalmente foram passadas boca a boca por gerações. Pretende-se ainda,
averiguar se a convergência digital das narrativas pode promover algum tipo de
mudança no enredo (história) e no modo de contar (narrador) característico das
histórias bragantinas. Este plano não se trata de avaliar positiva e
negativamente a imersão de contos e lendas característicos de uma determinada
região na internet, mas sim de observar se as alterações sofridas neste novo
meio podem ser positivas e/ou negativas ao enredo.
4. CONTEÚDO
Convergência do meio narrativo dos contos e lendas procedentes da cidade
de Bragança.
5. RECURSOS DIDÁTICOS
Data-show e computador com acesso à internet para a coleta de narrativas
em blogs.
6. METODOLOGIA
1º MOMENTO: Será feita uma seleção
de narrativas, típicas da região de Bragança, presentes em blogs da internet.
Neste momento pretende-se fazer com que os alunos tenham a experiência de
buscar e conhecer contos e lendas com os quais não estão habituados. E assim
os alunos poderão escolher duas ou três daquelas que mais lhe despertaram
interesse.
OBS.: como forma de incentivo o
professor pode apresentar aos alunos o seguinte blog: < http://profdariobenedito.blogspot.com.br/2011/04/cafe-das-almas-lenda-da-estrada-de.html>.
Já que o mesmo é fruto de produção local.
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2° MOMENTO: Aos alunos será feita a proposta de
leitura de uma narrativa, retirada de um livro, para que se possa fazer uma
comparação com as narrativas escolhidas por eles anteriormente. Aqui se
pretende fazer com que os alunos atentem para a possibilidade de haver diferenças
no enredo e na forma de narrar das histórias que foram retiradas do meio
digital e do livro físico.
OBS.: é aconselhável ao professor que construa no
quadro, junto com os alunos, uma tabela que contabilize essas diferenças, de
enredo e forma de narrar, presentes nas histórias conforme o meio do qual
foram extraídas.
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3° MOMENTO: Aqui é o momento em que os alunos, após
terem tido contato com narrativas selecionadas do meio digital e do livro
físico, poderão observar como ocorreu à transmutação das narrativas orais
bragantinas ao meio digital.
OBS.: esta etapa por ser um pouco mais cansativa é
sugerido ao professor que faça uma leitura dinâmica com os alunos. Instigando
alguns a comentarem o que observaram com as leituras. E depois perguntando ao
restante da turma se concordam com o que foi exposto por seus colegas.
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4° MOMENTO: Diante todo o trabalho desenvolvido
nas etapas anteriores o professor deve mediar um debate, com os alunos, sobre
a possibilidade de as
alterações sofridas, pelas narrativas oriundas de Bragança, no meio digital,
serem positivas e/ou negativas para o enredo.
OBS.: é de extrema importância que o professor deixe claro aos alunos
que a oficina não busca tratar de avaliar positiva e negativamente a imersão
de contos e lendas, característicos de Bragança, na internet.
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7. AVALIAÇÃO
Após o que foi sugerido na
metodologia o professor pode usar como método avaliativo a seguinte
experiência:
- Selecionar e contar aos alunos uma das narrativas do grande arcabouço
de contos e lendas da cidade de Bragança;
- Em seguida dividir a turma em duplas e/ou trios e pedir-lhes que com base
no que ouviram transportem a narrativa ao meio digital.
Um prazo entre 30 e 45
minutos deve ser o bastante para que a atividade seja posta em prática. Ao
final da atividade peça que os alunos compartilhem seus textos numa página da
internet (sala de bate-papo, comunidade, grupo...) para que assim todos possam
ver as narrativas que foram produzidas. E principalmente possam perceber as
diferenças de enredo e na forma de narrar apresentadas pelos grupos.
8. REFERÊNCIA
JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo (SP):
Aleph, 2008.
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