terça-feira, 15 de novembro de 2011

I Encontro de Análise do Discurso da Amazônia

   Entre o local e o Global: desenhando nossa própria cartografia
          O objetivo do encontro é integrar os diferentes pesquisadores de Análise do Discurso da região Norte, para promover a discussão sobre os tipos de pesquisas que vêm sendo desenvolvidas neste campo e, assim, traçar um perfil da AD na Amazônia.
Este encontro é pensado como o início de um ciclo de debates que deverá se desdobrar em uma agenda de novos eventos acadêmicos em AD para os próximos anos. Esta dinâmica fornecerá subsídios para que nós pesquisadores possamos nos reconhecer e sermos reconhecidos enquanto analistas do discurso, a partir da construção conjunta de uma tradição de discussões em torno da temática do discurso.

sábado, 5 de novembro de 2011

Tiapé Suruí fala sobre Belo Monte

Para nós, não tem nada de belo, não! É mal monte, feio monte...
                                                                      Aricassú, Tiapé e Umassú Suruí

Não considero importante a construção de Belo Monte. Se realmente construíram a barragem, vão dar um jeito de acabar com os indígenas, os ribeirinhos. Vão destruir a floresta e nesta região a floresta é mais conservada do que onde eu moro, que fica perto de Marabá. Também vão acabar com muitos peixes, por causa do rio e da caça, porque a floresta vai se inundada.

Em 2010, na Terra Indígena Sororó, onde moro, não foi inundado, mas aconteceu uma grande queimada. Nós sofremos muito, porque diminuiu a caça, mas também deu problema na agricultura. Agora, em 2011, nós não conseguimos produzir nada.

Eu acredito que se construírem a barragem, os povos indígenas de lá e os ribeirinhos, o s pequenos agricultores, vai ser difícil pra eles fazerem roça e a roça pegar.

Quando inundar tudo, eles vão ter que caçar algum meio pra viver. Então, vai ter indígena na cidade. Vão ter que trabalhar pros fazendeiros. Vivendo na cidade, vai ser difícil preservar a cultura, manter viva para futuras gerações. Os costumes vão mudar. Eles não vão comer mais caça, vai ser só comida industrializada, não vão mais comer comida natural. E como é que os mais velhos vão viver na cidade?

 

 Terra Indígena Kwatinemu - será afetada por Bele Monte
Foto: Ivânia Neves

Eles pegaram de surpresa os índios. Não perguntaram se eles queiram. Agora, os povos de lá estão tentando se defender. Em outubro teve um protesto grande e muitos povos foram tentar impedir a construção. Wirapiaí Suruí e Muruó Suruí, dois Aikewára que estudam em Marabá foram pra lá também.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

PROGRAMA DE MESTRADO EM COMUNICAÇÃO, LINGUAGENS E CULTURA

Simpósio de Pesquisa em Tecnologias Digitais e Sociabilidade: Mídias

O SIMSOCIAL – Simpósio de Pesquisa em Tecnologias Digitais e Sociabilidade: Mídias Sociais, Saberes e Representações é um evento de cunho acadêmico destinado a promover debates e circulação da pesquisa produzida sobre as tecnologias digitais e sociabilidade no Brasil.  Idealizado pelo GITS – Grupo de Pesquisa em Interações, Tecnologias Digitais e Sociedade, que compõe o Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA, o simpósio acontece nas dependências da Faculdade da Comunicação desta universidade, em Salvador, nos dias 13 e 14 de outubro de 2011.
Na programação, estão previstas atividades como conferências, apresentação de comunicações em grupos de trabalho e mini-cursos. O SIMSOCIAL – Simpósio de Pesquisa em Tecnologias Digitais e Sociabilidade tem como público-alvo pesquisadores, professores e estudantes universitários, além de profissionais de instituições relacionadas à área.
A Universidade da Amazônia está sendo representada pela Professora Doutora Ivânia Neves e pela aluna
do Mestrado ]em Comunicação, Linguagens e Cultura,
 Hellen Maria Alonso Monarcha com o artigo que tem como tema:

Resumo: Neste artigo, tomando como principais reflexões teóricas as discussões de Manuel Castells e Martín-Barbero, pretendemos analisar o atual momento das diferentes relações que os povos indígenas estabelecem com a rede mundial de computadores. Existe, de fato, uma possibilidade da tão discutida recepção ativa na internet vir a ser uma prática social entre eles? Como a sociedade brasileira, de forma geral compreende as novas tecnologias e os povos indígenas? Na parte final, falaremos especificamente sobre a experiência, que teve início sistemático no final de 2009, com as novas tecnologias da informação e da comunicação e o povo indígena Aikewára. Ainda que a história das sociedades indígenas e seus contatos com as mídias ocidentais tenham deixado um rastro bastante negativo, a realização de alguns projetos entre eles mostrou que também é possível colocar as tecnologias a favor da diversidade cultural.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

II Conferência Sul-Americana e VII Conferência Brasileira de Mídia Cidadã


De 17 a 22 de outubro, a Universidade Federal do Pará sedia a II Conferência Sul-Americana de Mídia Cidadã e a VII Conferência Brasileira de Mídia Cidadã. As Conferências são uma iniciativa da Cátedra UNESCO/UMESP de Comunicação para o desenvolvimento regional e ainda englobam a IV Feira Nacional de Mídia Cidadã e a III Mostra Nacional de Vídeo Cidadão.
 Essa será a primeira vez que as Conferências são realizadas na Amazônia, e por isso, trabalharemos com o tema “Amazônia e o direito de comunicar”. O evento pretende ampliar o diálogo e a reflexão sobre a comunicação cidadã, partindo do olhar e das experiências vivenciadas na região, considerando suas características geográficas, demográficas e culturais e estimulando a interação entre os diversos atores dessa produção, tanto no âmbito acadêmico quanto no mercado.
 Além disso, quem for participar das Conferências poderá também estar presente ao I Seminário Regional ALAIC - Bacia Amazônia - que acontece de 17 a 19 de outubro, também pela primeira vez na Amazônia.
Por isso, convidamos a todos a participar do evento para promover o intercâmbio de experiências midiáticas, produzidas por movimentos sociais e organizações não-governamentais, empresas privadas e entidades públicas de todo o Brasil.
 As inscrições vão até o dia 10 de outubro, mas os interessados em submeter trabalhos devem fazer o pagamento da taxa até o dia 29 de setembro. Os trabalhos podem ser artigos científicos, relatos de experiência, vídeos e exposições e devem seguir os modelos disponíveis no site www.midiacidada.ufpa.br. O prazo para submissão é dia 3 de outubro.

Não deixe de participar!
Comissão Organizadora

II Conferência Sul-Americana e VII Conferência Brasileira de Mídia Cidadã
De 17 a 22/10/2011 no Centro de Eventos Benedito Nunes/UFPA/Belém-PA
Contatos: (91) 4005-7436 / 3201-8012
site: midiacidada.ufpa.br/
twitter: @midiacidada2011
facebook: Mídia Cidadã 2011 (comunidade)

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Horror Constante No Interior Do Pará


Na terça-feira, 24 de maio, o casal José Cláudio Ribeiro da Silva (54) e Maria do Espírito Santo da Silva (53) foi assassinado na cidade de Nova Ipixuna, no Estado do Pará. O casal tinha um grande envolvimento em protestos contra um grupo de madeireiros que tentavam extrair produtos daquela região, principalmente castanhas do Pará. Por serem considerados revolucionários e o envolvimento em protestos em busca de seus direitos, José e Maria já recebiam ameaças de morte desde o início de Junho do ano passado e fizeram a denuncia à Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Casos semelhantes vêem acontecendo no interior do Pará, tal como em fevereiro de 2005, a missionária Dorothy Stang, foi brutalmente assassinada em Anapu, no Pará, por lutar por causas parecidas com a que o casal defendia. Muitos dos trabalhadores de regiões desfavorecidas dentro do Estado convivem com o medo e a ameaça de morte por lutarem em busca de melhoria.
Dentro do Estado do Pará desde 1996 até os dias de hoje o número de mortos por protestarem contra causas agrárias é de 205, mais de 800 trabalhadores do campo foram assassinados de forma cruel.
O vereador e amigo do casal João Batista Delmondes do PT diz ter certeza de que o mandato de assassinato do casal foi ordem de alguém que tem profundo interesse em desmatar o assentamento. A irmã de José Cláudio, Claudelice Silva dos Santos também deu depoimento em relação ao caso e diz está disposta a lutar por justiça.
O governador do Estado do Pará, Simão Jatene ficou revoltado com o assassinato do casal e entrou com uma ação para mobilizar o sistema de Segurança Pública do Estado para proteger as regiões que se encontram nesse estado tão violento.
No dia 7 de junho, terça-feira, o Ministério da Justiça e o Exército começaram a ação de proteção aos camponeses com a chegada da Força Nacional de Segurança nos municípios paraenses, sendo a princípio Marabá, Altamira e Santarém.

Trabalho da aluna do Curso de Jornalismo - UNAMA -  Amanda da Silva

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

UM RAIO QUE O PARTA?

Uma “enchente” de opiniões diverge sobre a divisão do Pará

um raio que o parta - divisao_estado, 2011
 
Uma “enchente” de opiniões políticas diverge sobre a divisão do Pará. No dia 5 de maio, a Câmara dos Deputados, em Brasília, aprovou o plebiscito que irá definir o futuro do Pará. De um lado, encontram-se os defensores da integridade do estado, de outro os que defendem a criação dos dois estados: Tapajós e Carajás. Caso aprovada, a divisão do Pará irá influenciar a vida de pouco mais de sete milhões de pessoas. Essas mudanças transcendem a política, o comércio e a cultura.
No interior do Pará, é grande o número de pessoas a favor da divisão do Estado. Segundo Deley Santos, presidente do Partido Verde (PV) de Tucuruí, o número de cidadãos residentes nessas áreas que almejam a descaracterização da atual unidade federativa ultrapassa 90%. “A ausência do poder público é evidente nesta parte (Carajás). Se você for fazer uma pesquisa informal, vai ver que grande parte do povo quer se desmembrar do Pará que conhecemos hoje”, pontua o político, que é marido de Henilda Santos, atual vice-prefeita de Tucuruí.
A discrepância na divisão dos recursos também é um dos pontos levantados pelo ex-deputado estadual. “O governo deveria integrar mais o Estado, tornando-o mais ‘enxuto’. Do jeito que está atualmente, as partes que correspondem Tapajós e Carajás produzem muitas riquezas, mas vai quase tudo para fora do estado”, afirma o deputado.
Pensando nos benefícios que o novo Estado poderia incidir sobre a cidade em que mora e atua como político – no caso Tucuruí, localizado na área reivindicada para o novo Estado do Carajás -, Deley Santos, juntamente com prefeitos, deputados e vereadores da região estão organizado comissões pró-divisão do Pará. O objetivo é preparar e informar a população, visando à vitória no plebiscito, que poderá ocorrer nos próximos meses. “Estamos fazendo um mapeamento dessas cidades, fazendo levantamentos, estatísticas, PIB etc. Tudo para usarmos como argumento quando chegar à hora da população decidir, nas urnas, sobre a criação dos Estados do Tapajós e Carajás”.
Em depoimento no lançamento do Comitê da Não Divisão do Estado na Associação Comercial do Pará (ACP), na última quarta (1), o Deputado Federal e chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, ressaltaram que “os separatistas (relacionados aos que querem a criação dos estados de Tapajós e Carajás) desejavam que só aqueles que morassem nas áreas afetadas pudessem votar no plebiscito, essa ação partiu da Assembléia Legislativa do estado de Goiás. A constituição é clara ao defender que o plebiscito é feito em áreas diretamente interessadas. Como nós não somos interessados? E com a criação dos estados quem ficará com as despesas será o Estado-mãe, ou seja, o Pará”, disse Zenaldo.
 E ainda destacou que de acordo com pesquisas feitas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o custeio para mais duas máquinas administrativas (dois novos estados) vão gerar um déficit de 2 bilhões reais por ano.
“Só ficaremos com 17% do território atual, os minérios e as hidrelétricas, ficariam com os outros estados.Temos que lutar pelo nosso fortalecimento, precisamos da nossa unidade para trazermos mais recursos e melhores condições para Pará. As pessoas devem ter informações antes de votarem”, ressaltou o Deputado Federal.
A opinião  diverge entre a população. Para Camila Maia, estudante,15 anos, moradora do sudeste do Pará acredita que “a criação do Estado seria mais viável, principalmente se Marabá for à capital, pois assim seriam criados mais empregos e nossas riquezas poderiam ser mais bem exploradas. Hoje essas riquezas não nos beneficiam muito e temos muitas carências, como por exemplo, a falta de opções de cursos universitários. Eu mesmo vou sair para fazer um curso fora”, disse a estudante
Já para Roberto Correa, cientista político, acredita que se deve analisar o período histórico que envolve a criação do estado e elaborar soluções para o seu desenvolvimento. ”Sou contra a divisão do Estado e a favor de que se faça uma revisão histórica severa, e que após isso se busque resgatar a infraestrutura para o desenvolvimento sustentável de todas as regiões. Com o aporte tecnológico, com produção a baixo custo que gera competitividade, e também emprego e renda, será possível”, argumentou Corrêa.


Alunos do Curso de Jornalismo - UNAMA - Aline Seabra, Fernanda Brabo, Roberta Damasceno, Valquiria Lima, Mauro Tavernard, Renan Rollo

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A VIOLÊNCIA IMPERA NO CAMPO

José Cláudio da Silva e a mulher Maria do Espírito Santo foram mortos a tiros, no dia 24 de maio de 2011, em uma estrada de Nova Ipixuna (sudestes do Pará), perto de um assentamento extrativista em que viviam. Eles denunciavam e combatiam a ação de madeireiros da região. Segundo informações do delegado responsável pelo caso, o casal foi morto a tiros ao cruzar a estrada que seguia caminho até onde residiam. O enterro do cônjuge, ocorrido no dia 26 de maio, foi marcado por emoções e protestos.

Há vários anos o casal de extrativistas travava uma luta contra madeireiros e carvoeiros que retiravam castanheira do assentamento Praia Altos Piranheira, a guerra custou–lhes a vida. O casal participava do Projeto Água Extrativista e segundo informações de familiares, o casal recebia constantemente ameaças de madeireiros. O retrato falado dos pistoleiros já foi divulgado pela Polícia.

O caso foi destaque internacional. A presidente Dilma Roussef determinou que a Polícia Federal investigasse o assassinato. Recentemente os governadores do Estado, Simão Jatene junto com o ministro da Justiça, se reuniram para definir medidas de segurança para combater a violência no campo, já que o Pará é considerado a região brasileira com maiores índices de violência agrária.


Trabalho da Turma de Jornalismo – UNAMA – 2011

Felipe Carvalho

“Xingu vivo” e a hidrelétrica de Belo Monte.

Foi concedida a licença de instalação do canteiro da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. O IBAMA considerou cumpridas todas as 40 condicionantes impostas ao consócio Norte energia acompanhado de outras 23 exigências.


Todavia, há pessoas contrárias ao projeto da construção da usina de Belo Monte. Existe um movimento chamado “Xingu vivo”. Segundo os dirigentes e os integrantes do movimento contra a construção da usina, a cidade de Belo Monte não têm viabilidade econômica, social, ambiental, cultural e política para um grande projeto como este.

As obras serão liberadas após a publicação no diário oficial. Depois de dez anos da retomada do projeto que ocorreu inicialmente em 1989 só agora podemos ver a hidrelétrica sendo construída. Foram escolhidos três ministros para anunciar as obras, e o Norte Energia garantiu o cumprimento do cronograma. As primeiras turbinas estarão prontas em 31 de dezembro de 2014 e comercialização da energia somente em fevereiro do ano seguinte.

O orçamento chega a R$ 20 bilhões, porém pode chegar ao valor superior de R$ 30 bilhões estimados; a usina terá uma potência de 11.233 megawatts (MW) em 2019, ano que estará totalmente pronta.



Trabalho da Turma de Jornalismo 2011.
Cirayth Rodrigues

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Belo Monte de Divergências

Atualmente, o mundo busca energias renováveis para sustentar o desenvolvimento e sua população, respeitando assim o meio ambiente. Enquanto países desenvolvidos já esgotaram sua capacidade de aproveitamento hidrelétrico, o Brasil tem ainda um enorme potencial inexplorado. No Pará, a Bacia do Rio Xingu é um exemplo, ainda na década de 1950 foram realizados estudos de inventário que identificaram a possibilidade de aproveitamentos hidrelétricos, mas não chegaram a ser implementados. Em 2005 foi iniciado um inventário e em 2008, o Conselho Nacional de Política e Energética definiu que será construída apenas a hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu.

A previsão para o funcionamento é em 2015, a usina será a terceira maior hidrelétrica do mundo. A construção de Belo Monte vai gerar cerca de 18 mil empregos diretos além de 80 mil indiretos. A região desse aproveitamento hidrelétrico já é objeto de intensas atividades agropecuárias e envolvem diretamente cinco municípios, Altamira, Brasil Novo, Vitória do Xingu, Senador José Porfírio e Anapu.

A bacia Amazônica abriga 60% das florestas tropicais do planeta. Um quinto de quase toda água doce do mundo, corre pelo imenso e emaranhados rios amazônicos. O rio Xingu é um desses rios integrantes desta vasta rede. Ele garante a sustentação de mais de 25 mil indígenas, milhares de ribeirinhos, populações extrativistas, agricultores familiares e inúmeras espécies de plantas e animais. A bacia do Rio Xingu abriga áreas protegidas do Brasil, desde terras indígenas e áreas de conservação como parques nacionais e reservas extrativistas. No entanto no coração da floresta amazônica, o governo brasileiro quer construir o que veria ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, Belo Monte.

A construção irá atingir uma curva do rio chamada Volta Grande, conhecida por sua rica biodiversidade, e desviará quase todo o fluxo do Rio Xingu, a fim de gerar eletricidade. A hidrelétrica irá ter um consumo alto. Se Belo Monte for construída parte do Xingu pode secar e deixar os habitantes ao longo do rio sem acesso a água, a peixes e meios de transportes. Duas comunidades indígenas, Juruna e Arara têm feito da Volta Grande, um lar a gerações. A seca do Rio irá causar muitos impactos no modo de vida indígena, que é baseado na pesca, agricultura e caça. Além das centenas de famílias ribeirinhas que pescam e cultivam alimentos na margem e ilhas do Xingu.

A barragem de Belo Monte iria forçar essas famílias a se deslocarem para as cidades, onde haverá uma competição por trabalhos, que ainda é mal remunerado e não há vagas para todos, pois existe a necessidade da qualificação, diploma e experiência. Esses que não conseguirem emprego irão recorrer a outras atividades, agravando a pesca e a caça ilegais, a exploração ilegal de madeira e a criação de gado, que é a maior causa de desmatamento na Amazônia, que com o tempo irá afetar não somente toda a região Norte, mas a todo o Brasil e mundo.

Enquanto seca de um lado, alaga outras áreas urbanas na cidade de Altamira, forçando novamente o deslocamento de 20 mil a 40 mil pessoas que não tem nenhuma informação para onde ir, caso a usina seja construída. Especialistas calculam que o projeto teria um prejuízo entre 6 à 8 milhões de dólares. Cientistas, ambientalistas, povos indígenas, economistas, engenheiros tem denunciado a ameaça de Belo Monte, seus impactos sociais e ambientais, ineficiência energética e econômica, e ao mesmo tempo apontando outros meios mais sustentáveis que preservam a Amazônia e que permitem o desenvolvimento do Brasil. Como investimento em energias a eólicas.


Trabalho da aluna Bruna Brabo - Curso de Jornalismo - UNAMA.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A VIOLÊNCIA IMPERA NO CAMPO


A Morte já estava anunciada do casal de ambientalistas

José Cláudio da Silva e a mulher Maria do Espírito Santo foram mortos a tiros no dia 24 de maio de 2011 em uma estrada de Nova Ipixuna (sudestes do Pará), perto de um assentamento extrativista em que viviam. Eles denunciavam e combatiam a ação de madeireiros da região. Segundo informações do delegado responsável pelo caso, o casal foi morto a tiros ao cruzar a estrada que seguia caminho até onde residiam. O enterro do casal, ocorrido no dia 26 de maio, foi marcado por emoção e protestos.
            Há vários anos o casal de extrativistas travava uma luta contra madeireiros e carvoeiros que retiravam castanheira do assentamento Praia Altos Piranheira, a guerra custou–lhes a vida. O casal participava do Projeto Água Extrativista e segundo informações de familiares, o casal recebia constantemente ameaças de madeireiros. O retrato – falado dos pistoleiros já foi divulgado pela Polícia.
            O caso foi destaque internacional. A presidente Dilma Roussef determinou que a Polícia Federal investigasse o assassinato. Recentemente os governadores do Estado, Simão Jatene junto com o ministro da Justiça, se reuniram para definir medidas de segurança para combater a violência no campo, já que o Pará é considerado a região brasileira com maiores índices de violência agrária.


Felipe Carvalho: aluno de jornalismo da UNAMA - 2011