sábado, 10 de janeiro de 2015

Memórias de Goianésia do Pará

Universidade Federal do Pará - PARFOR - Letras - Goianésia
Disciplina: Variação Linguística - Professora Ivânia Neves
Janeiro de 2015
Seu Doge   Foto: Wanderson Mendes Silva
 O texto a seguir narra a história de como foi fundado o município de Goianésia do Pará. Baseado na entrevista de um antigo morador do município, o Sr. Mariano Pereira da Silva, 71 anos de idade, casado, cearense, pai de oito filhos e aposentado. Contando as dificuldades que enfrentou na pequena vila por meados de 1979, esse humilde cearense, é conhecido na região pelo apelido de seu “Doge”.



Doge nos relata que para chegar ao povoado andou dois dias de carro, cinco dias e cinco noites de barco, dois dias a pés e que a pequena vila pertencia ao município de São Domingos do Capim. Na época, era de difícil acesso, pois na região não havia meios de transporte e nem de comunicação, assim também como não existia escola e nem posto de saúde.
Para realizar algumas dessas ações, Doge nos diz que “tinha que andar de a pé por piqui, com um cacai (saco amarrado com corda, utilizado para transportar sua bagagem) nas costas, até as cidades vizinhas: Tucuruí ou Jacundá. E si adoecia, era tirado na rede pra puder escapá, porque aqui só tinha um homem da SUCAN,  que  furava o dedo e até  chegar o resultado, demorava muito tempo. Eu mermo tive que ir escapá par banda de Imperatriz,  porque aqui tinha muita malária”.
 Passando-se algum tempo, a vila foi evoluindo. Começou a aumentar a população, surgiram alguns pontos comerciais e houve a necessidade de construir uma escola. Foi feito um prédio escolar com 02 salas de aulas, que funcionava nos 03 períodos: manhã e tarde atendiam as crianças e adolescentes de alfabetização à 4ª série, e no período da noite atendia às pessoas adultas, um ensino diferenciado denominado de “Mobral”. Assim também, foi construído um posto de saúde.
Doge nos afirma que para construir este posto, foram de Jipe até o Ipixuna e de lá andaram 40 quilômetros a pé até Marabá, em uma comitiva, para solicitar ao governador da época recursos para a construção do mesmo. Tempos depois, a vila tornou-se cidade, graças a um grande latifundiário, natural de Goianésia do Goiás, por nome de Anésio Guerra, morador de uma área chamada “Baronesa”, pertencente à vila. Ele doou parte de suas terras para a construção da cidade, que surgiu às margens da rodovia PA-150 no Estado do Pará, a qual foi nomeada de Goianésia do Pará, para homenagear a sua cidade natal. “Goianésia do Goiás”.
No ano de 1991, a cidade foi emancipada, tendo como o primeiro prefeito, o Sr. Amaro Lopes Fernandes, que governou a cidade por dois mandatos consecutivos.  Em seguida, a população elegeu o segundo prefeito do município o Sr. Ortêncio Alves dos Santos, que administrou o município por quatro anos. Em sua gestão, foi criada uma escola, com o nome de Anésio Guerra, em homenagem ao fazendeiro, que foi o seu patrão em tempos passados.
Atualmente, o Município de Goianésia do Pará, localizado no sudeste do Estado, a 272 km da capital, Belém, com uma população aproximadamente 37.249 habitantes e uma extensão territorial de 723.914 km. A cidade é cortada pela rodovia PA-150, sua principal via de acesso.
 O município possui sua economia centrada basicamente na extração e beneficiamento de madeira, na piscicultura que se desenvolveu a partir da implantação do lago da usina hidroelétrica de Tucuruí, no comercio local, serviços públicos e produção agrícola e subsistência. Dado a distância dos principais centros urbanos, a baixa renda da grande maioria de seus munícipes, cuja constituição familiar é de se estar viabilizando um potencial futurístico, haja vista, a principal fonte econômica pautada no extrativismo vegetal, econômico.
Quanto à cultura do município, podemos denominá-la como miscigenada, pois há uma grande mistura de culturas. Porém o artesanato em madeira é marca da região, as peças são trabalhadas em Angelim pedra, uma espécie típica da Amazônia que chama a atenção dos visitantes.

Foto: Wanderso Mendes Silva




Postado por :  Celymar Pereira da Silva
                        Eunice Pereira da Silva
                        Ideanes José Araújo Almeida

                        Maria da Cruz dos Santos Souza

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