Universidade Federal do Pará - PARFOR - Letras - Goianésia
Disciplina: Variação Linguística - Professora Ivânia Neves
Janeiro de 2015
Seu Doge Foto: Wanderson Mendes Silva |
Doge nos relata que para chegar ao povoado
andou dois dias de carro, cinco dias e cinco noites de barco, dois dias a pés e
que a pequena vila pertencia ao município de São Domingos do Capim. Na época, era
de difícil acesso, pois na região não havia meios de transporte e nem de
comunicação, assim também como não existia escola e nem posto de saúde.
Para
realizar algumas dessas ações, Doge nos diz que “tinha
que andar de a pé por piqui, com um cacai (saco amarrado com corda,
utilizado para transportar sua bagagem) nas costas, até as cidades vizinhas:
Tucuruí ou Jacundá. E si adoecia, era tirado na rede pra puder escapá, porque
aqui só tinha um homem da SUCAN,
que furava o dedo e até chegar o resultado, demorava muito tempo. Eu
mermo tive que ir escapá par banda de Imperatriz, porque aqui tinha muita malária”.
Passando-se algum tempo, a vila foi evoluindo.
Começou a aumentar a população, surgiram alguns pontos comerciais e houve a
necessidade de construir uma escola. Foi feito um prédio escolar com 02 salas
de aulas, que funcionava nos 03 períodos: manhã e tarde atendiam as crianças e
adolescentes de alfabetização à 4ª série, e no período da noite atendia às
pessoas adultas, um ensino diferenciado denominado de “Mobral”. Assim também,
foi construído um posto de saúde.
Doge
nos afirma que para construir este posto, foram de Jipe até o Ipixuna e de lá andaram
40 quilômetros a pé até Marabá, em uma comitiva, para solicitar ao governador
da época recursos para a construção do mesmo. Tempos depois, a vila tornou-se
cidade, graças a um grande latifundiário, natural de Goianésia do Goiás, por
nome de Anésio Guerra, morador de uma área chamada “Baronesa”, pertencente à
vila. Ele doou parte de suas terras para a construção da cidade, que surgiu às
margens da rodovia PA-150 no Estado do Pará, a qual foi nomeada de Goianésia do
Pará, para homenagear a sua cidade natal. “Goianésia do Goiás”.
No
ano de 1991, a cidade foi emancipada, tendo como o primeiro prefeito, o Sr.
Amaro Lopes Fernandes, que governou a cidade por dois mandatos
consecutivos. Em seguida, a população
elegeu o segundo prefeito do município o Sr. Ortêncio Alves dos Santos, que
administrou o município por quatro anos. Em sua gestão, foi criada uma escola,
com o nome de Anésio Guerra, em homenagem ao fazendeiro, que foi o seu patrão
em tempos passados.
Atualmente,
o Município de Goianésia do Pará, localizado no sudeste do Estado, a 272 km da
capital, Belém, com uma população aproximadamente 37.249 habitantes e uma extensão
territorial de 723.914 km. A cidade é cortada pela
rodovia PA-150, sua principal via de acesso.
O município possui sua economia centrada
basicamente na extração e beneficiamento de madeira, na piscicultura que se
desenvolveu a partir da implantação do lago da usina hidroelétrica de Tucuruí,
no comercio local, serviços públicos e produção agrícola e subsistência. Dado a
distância dos principais centros urbanos, a baixa renda da grande maioria de
seus munícipes, cuja constituição familiar é de se estar viabilizando um
potencial futurístico, haja vista, a principal fonte econômica pautada no
extrativismo vegetal, econômico.
Quanto
à cultura do município, podemos denominá-la como miscigenada, pois há uma
grande mistura de culturas. Porém o artesanato em madeira é marca da região, as
peças são trabalhadas em Angelim pedra, uma espécie típica da Amazônia que chama
a atenção dos visitantes.
Foto: Wanderso Mendes Silva |
Postado por : Celymar Pereira da Silva
Eunice Pereira da Silva
Ideanes José Araújo
Almeida
Maria da Cruz dos
Santos Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário