Por: Eric Bordalo 4PPV11
A musicalidade do Brega foi reinventada há alguns anos. A influência de estilos mais antigos como a Salsa, Calypso e a de músicas tradicionalmente consideradas “de cabaré” que há décadas converteram-se em ritmo regional paraense, foram reconvertidas em vertentes híbridas de música eletrônica e regionalismos, rompendo limites conhecidos do que se entendia como Brega. Surgem rótulos como Techno-Brega, Electro-Melody e Techno-Melody. Os instrumentos acústicos deixados de lado, dando espaço para a música seqüenciada e produzida inteiramente por computadores. Reflexo da pós-modernidade? Sim, sem sombra de dúvida.
É interessante perceber as conseqüências que floresceram dessa mudança. A habilidade em produzir sons a partir do computador ainda é amadora entre os bregueiros, e a qualidade das canções diminuiu consideravelmente. O tempo que as canções permanecem sendo tocadas despencou. Em média um hit é tocado por no máximo alguns meses o que evidencia a nossa nova forma de consumir informação, de maneira efêmera e continua. A criatividade artística parece ter se restringido e quase todas as canções de Techno-Brega são versões (não autorizadas) de sucessos gringos ou mesmo remixagens (também não autorizadas) desses sucessos, onde se mixa os vocais originais da música numa batida de brega.
A pesar dos pesares não vejo o novo brega com maus olhos, a possibilidade de pessoas comuns produzirem música em seus Pc’s e alcançarem sucesso relativo dentro do estado é maravilhosa, além do que a possibilidade dessas mesmas pessoas comuns não dependerem de gravadoras para a distribuição desse material é válida. O Brega é o hino da periferia de Belém, então que ele continue vindo da margem, que ande mais próximo da contracultura do que da cultura imposta pelos grandes meios de comunicação.
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