quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

RACISMO: Um problema cultural e midiático

Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras
Disciplina Recursos Tecnológicos
Professora Ivânia Neves
Dezembro/2013


Daniele Santos da Silva
João Paulo Cordeiro Ferreira
Sindy Rayane de Souza Ferreira
Tereza Tayná Coutinho Lopes

Ainda hoje entende-se racismo como discriminação entre “brancos” e “negros”. Isso acontece principalmente pela forma como se deu a colonização no século XV, quando muitos negros eram vendidos aos brancos para servir como mão de obra escrava. Porém, ressaltamos que nesse momento histórico a questão da escravidão era comercial, uma vez que os próprios negros vendiam seus descendentes. Neste período os europeus começaram a colonizar o continente Africano e as Américas, impondo aos povos colonizados, negros e índios, em sua maioria, suas leis e modos de viver, o que resultou em danos como: o genocídio, a discriminação e a segregação racial. 

Com o passar do tempo começaram a surgir algumas teorias que tentavam explicar a suposta superioridade dos europeus. A mais conhecida é a teoria formulada pelo Conde de Gobineau, que afirma existir uma raça ariana superior e dominante das demais raças existentes na Europa. Esta teoria chega com força ao Brasil no início do século XX, com algumas adaptações referentes ao nosso contexto racial. A mídia teve o papel de difundir essa ideologia racista, principalmente utilizando-se de algumas produções literárias, como “Os Sertões” de Euclides da Cunha, no qual o autor faz diversas menções referentes a raças consideradas inferiores. Essa teoria perdurou no Brasil por quase todo o século XX, mas, paulatinamente, foi perdendo força, sendo atualmente considerada ultrapassada. 

Ainda são facilmente encontrados na mídia casos que envolvem a questão do racismo em inúmeras situações do meio social. O que chama atenção é a forma como este preconceito é inserido nos meios de comunicação, em alguns momentos de forma escrachada e em outros pelas entrelinhas, quase sempre sob forma de piada, buscando na maioria dos casos ridicularizar, principalmente, negros e índios. Nesse contexto, chamamos a atenção para o desenho animado “Pica Pau”, no qual percebemos em alguns episódios, o personagem principal mostrando a imagem do índio como um ignorante, sem instrução, com atitudes tolas, ridicularizando-o, o que reforça o estereótipo preconceituoso acerca dos indígenas, como podemos observar no início do episódio “Problema Cavalar”, quando o índio, que persegue o personagem Pica Pau e seu cavalo Pé de Pano, age como um ignorante ao bater com um machado em sua cabeça. No decorrer deste episódio em vários momentos o índio é facilmente enganado pelo personagem principal, como vemos no vídeo abaixo:


No Brasil o primeiro crime virtual de racismo  ocorreu na cidade de Juiz de Fora (MG), em que os computadores de uma universidade foram utilizados para a divulgação de várias mensagens preconceituosas contra negros e homossexuais em uma lista de discussão sobre sexualidade instalada na Unicamp.  Nas Redes Sociais casos de racismo como este ocorrem com muita frequência, como podemos observar nas imagens a seguir:

http://api.ning.com/files/yTUVc*v0z1bEnWnxYy9y20PfPinAZCddosHxf1OmwSwxRJgDCrkqLX5UYu*VP8EtCumkmGiG9XAs7VhGf6PPVWFQx3EikDJ/racista.jpg

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIkHMxv_xwswiz26E6wcdHeihwsNsHvJQ4SAeaI-8TudkituDiOCs-LbFegHWOVxv03qIaMhzJw3dFEr_0RJUekUfd7PL2dxrrHMczgyVkhclXTHf0jkft3ZmS-hPi4zm7h_EMjGjPJDM/s1600/racismo+no+orkut.png

Para combater o racismo foram criadas, no século passado, leis que protegem grupos que geralmente são alvos de preconceito. A níveis mundial e nacional temos normas e leis relacionadas a este tipo de crime, como a carta das Nações Unidas de 1945 que inclui "promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça"; e a nível nacional temos a Constituição de 1988 que tornou a prática do racismo crime sujeito à pena de prisão, inafiançável e imprescritível.

De fato é necessário discutirmos mais afundo o racismo, como o que ocorre com a questão das cotas raciais para a entrada de índios e negros nas universidades federais do Brasil, que tem sido debatida em todas as esferas da sociedade, e considerada uma “solução” que muitos indagam se não seria também uma forma de afirmar o preconceito contra as raças beneficiadas. Na verdade, só poderemos comprovar a sua eficácia com o passar do tempo, pois essa é uma discussão que ainda está em aberto. 

É nítido que o problema do preconceito racial não é apenas algo externo à condição humana, mas está dentro de cada um de nós. Por isso, mais do que nunca, deve-se hoje pregar respeito a todas as raças, reconhecendo que somos seres diferentes, mas com diretos e deveres igualitários perante a sociedade.


REFERÊNCIAS:
http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2013/05/orgaos-publicos-ganham-guia-para-enfrentamento-do-racismo Acesso em: 21/10/2013.

A COR DA CULTURA. Saberes e Fazeres - Modos de Sentir. Copyright Fundação Roberto Marinho. Rio de Janeiro, 2006.

ALMEIDA, Glenda. No Brasil, preconceito sutil é mais forte e perpetua racismo, São Paulo, fev. 2011.

FUNDAÇÃO TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS. Disponível em: http://todosdiferentestodosiguais.blogspot.com.br/. Acesso em: 21/10/2013.

http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/04/miss_angola_mui.html Acesso em: 22/10/2013.

KELLNER, Douglas; SHARE, Jeff. Educação para a leitura critica da mídia, democracia radical e reconstrução da educação. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302008000300004

Um comentário:

  1. Ver nosso trabalho postado no Blog Breados é muito gratificante. Tratar de temas atuais, apresentar trabalhos em uma disciplina tão importante, foi imprescindível para nossa aprendizagem no curso de Letras. Partimos, de fato, da teoria para a prática. Estou muito satisfeita com o que aprendi, com o que apresentei, e com o que depreendi na disciplina de Recursos Tecnológicos com a professora Ivânia Neves, e com o professor Diogo.

    ResponderExcluir