sábado, 23 de janeiro de 2010

Punks, headbangers e... emos?

Caio Portal
Igor Gurjão
Nirvea Almeida
Ronaldo Pizate 4PP11

Punks, góticos, indies, headbangers, emos... O que estamos aqui citando é apenas um fim de tarde na Praça da República aos finais de semana. Isso mesmo, aos sábados e domingos uma enorme concentração de “tribos” pode ser encontrada no local, e a este espaço cabe perfeitamente o papel de “metáfora” a situação dos emos encontrada em Belém.
É estranho, mas, quem poderia imaginar punks, metaleiros e emos dividindo o mesmo espaço físico? Iremos mais além ainda: quem poderia imaginar ambos interagindo entre si? O que parece um simples fato acaba por se tornar algo admirável na região ao levarmos em conta o histórico da relação emos/punks e emos/headbangers. Percebemos então que algo diferente faz com que ambas convivam sem se importar com a presença da outra.
Tudo bem, os movimentos estão a quilômetros e anos de distância de suas origens. A isso devemos a relação “amistosa” entre tais. Assim como a cidade é hoje bombardeada por músicas e videoclipes de bandas consideradas emos, há alguns ou até muitos anos foi atingida por outros gêneros, já distorcidos da importação EUA ou Europa ou Ásia/Brasil.
A verdade é que notamos a quase inesistência de “verdadeiros” emos na região. Percebemos que hoje, “ser” emo é uma questão de estilo. Basta perguntar a qualquer adolescente que aparentemente siga o movimento no local de encontro, cerca de 99% dirá que gosta do visual adotado pela tribo, e que não necessariamente gosta das músicas emocore, revelando assim sua identificação com músicas góticas, punks...
“Eu pego uma característica daqui, outra dali...”, é muito comum ouvir tais palavras surgidas da boca de qualquer jovem que ali na praça se encontra, não apenas dos emos. Encontrar um pré-adolescente de franja, maquiagem, roupas curtas e listradas (coloridas ou não) e tênis “styles” não significa necessariamente que este seja um emo. Pelo menos é o que o mesmo afirma, visando que aquele adolescente sentimental que “vive chorando pelos cantos” praticamente não existe mais.
Algo muito importante precisa ser citado: emos raramente admitem ser emos (preconceitos e afins), porém, é notável a onda do estilo presente (seja em Belém ou qualquer região brasileira). Novos adeptos ao estilo surgem da noite para o dia, muitos sem qualquer pretensão quanto aos conceitos inicialmente propostos pelo movimento.
Estaríamos nos referindo a Belém como uma capital de “pseudo” emos? Ou os emos propriamente ditos já não são mais os mesmos?

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