quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A cultura Reggae

Lorena Lins Machado – 4PPV11
Analisando estruturalmente, reggae significa a melodia e os movimentos produzidos pela guitarra neste tipo de música (“re” baixo, “gae” cima); analisando musicalmente, significa um estilo originário da Jamaica que tem como referências e antecedentes o ska, rocksteady, dub, dancehall e ragga; analisando subjetivamente, significa uma música calma, de ritmo lento mas dançante, que contagia qualquer pessoa; analisando ideologicamente, significa uma arma artística que prega grandes valores morais e caracteriza um estilo de vida totalmente diferente do que estamos acostumados.
A cultura Rastafari, que está agregada ao reggae, mas que não é aplicada a todos os reggaeiros, é fruto da junção das teorias de Marcos Garvey – sindicalista jamaicano que defendia o retorno dos negros à África – com uma filosofia híbrida que interliga várias crenças africanas antigas com o cristianismo fundamentalista da Igreja Batista, e possui várias semelhanças com o Judaísmo. Os adeptos são vegetarianos, vivem com o mínimo de dinheiro,não costumam consumir nada industrializado, se vestem de modo simples e carregam consigo longos dreads e barbas (no caso dos homens), que representam a liberdade do corpo, a conexão com o divino e extensão do corpo de Jah (Deus). Outra forma de se conectar com a natureza é através da ganja (maconha); a erva é utilizada para estimular a meditação e é considerada sagrada (em parte devido a interpretações bíblicas segundo as quais a erva teria sido a única espécie a crescer sobre o túmulo do Rei Salomão).
Como se sabe, uma grande polêmica permeia o assunto, já que a maconha é uma erva alucinógena e, portanto, proibida em vários países. Muitos também consideram que Rastafari não seja uma religião, já que essa denominação significa um re ligamento, e eles acreditam que o homem não pode existir separado de Deus.
É possível perceber, que muitos não levam consigo esta ideologia. Grande parte das pessoas apenas apreciam o ritmo e se caracterizam como o estilo sugere, nada mais. Direcionando para o Norte, especificamente para Belém, é possível contar nos dedos os que consideram o reggae mais que um estilo musical. Não se sabe até que ponto esta filosofia se faz presente principalmente na vida dos jovens, que é o público atingido por esta manifestação cultural; é normal um reggaeiro freqüentar outros tipos de festa, como raves, por exemplo, e pertencer a várias tribos ao invés de manter uma fidelidade. Quem sabe, seja apenas uma nova maneira de propagar a paz, o amor e a união, tríade primordial do reggae.

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