sábado, 23 de janeiro de 2010

Punks, headbangers e... emos?

Caio Portal
Igor Gurjão
Nirvea Almeida
Ronaldo Pizate 4PP11

Punks, góticos, indies, headbangers, emos... O que estamos aqui citando é apenas um fim de tarde na Praça da República aos finais de semana. Isso mesmo, aos sábados e domingos uma enorme concentração de “tribos” pode ser encontrada no local, e a este espaço cabe perfeitamente o papel de “metáfora” a situação dos emos encontrada em Belém.
É estranho, mas, quem poderia imaginar punks, metaleiros e emos dividindo o mesmo espaço físico? Iremos mais além ainda: quem poderia imaginar ambos interagindo entre si? O que parece um simples fato acaba por se tornar algo admirável na região ao levarmos em conta o histórico da relação emos/punks e emos/headbangers. Percebemos então que algo diferente faz com que ambas convivam sem se importar com a presença da outra.
Tudo bem, os movimentos estão a quilômetros e anos de distância de suas origens. A isso devemos a relação “amistosa” entre tais. Assim como a cidade é hoje bombardeada por músicas e videoclipes de bandas consideradas emos, há alguns ou até muitos anos foi atingida por outros gêneros, já distorcidos da importação EUA ou Europa ou Ásia/Brasil.
A verdade é que notamos a quase inesistência de “verdadeiros” emos na região. Percebemos que hoje, “ser” emo é uma questão de estilo. Basta perguntar a qualquer adolescente que aparentemente siga o movimento no local de encontro, cerca de 99% dirá que gosta do visual adotado pela tribo, e que não necessariamente gosta das músicas emocore, revelando assim sua identificação com músicas góticas, punks...
“Eu pego uma característica daqui, outra dali...”, é muito comum ouvir tais palavras surgidas da boca de qualquer jovem que ali na praça se encontra, não apenas dos emos. Encontrar um pré-adolescente de franja, maquiagem, roupas curtas e listradas (coloridas ou não) e tênis “styles” não significa necessariamente que este seja um emo. Pelo menos é o que o mesmo afirma, visando que aquele adolescente sentimental que “vive chorando pelos cantos” praticamente não existe mais.
Algo muito importante precisa ser citado: emos raramente admitem ser emos (preconceitos e afins), porém, é notável a onda do estilo presente (seja em Belém ou qualquer região brasileira). Novos adeptos ao estilo surgem da noite para o dia, muitos sem qualquer pretensão quanto aos conceitos inicialmente propostos pelo movimento.
Estaríamos nos referindo a Belém como uma capital de “pseudo” emos? Ou os emos propriamente ditos já não são mais os mesmos?

Emos e sexualidade: O quão próximos são?


Quando se fala em emos, logo um dos principais fatores vem em mente: a sexualidade.
Muitos agem com preconceito ao tratar do assunto, mesmo sem expor o que pensa sobre esses adolescentes, acaba por absorver informações vindas de quem acha que sabe tudo a respeito. Porém, a muitas pessoas realmente cabe essa dúvida: todo emo é homossexual?
Pode parecer exagero ou até apelativo tratar o assunto dessa maneira, mas não é. Uma das principais características pregadas pelo movimento é a liberdade sexual, homens e mulheres não estariam presos ao que se considera o “ideal” pela sociedade. Ainda que em Belém vejamos a “cultura emo” muito ligada à questão de estilo, percebemos que a questão da sexualidade não deixa de ser um fator fundamental para a crescente onda de adolescentes aderentes ao movimento.
Imaginemos uma adolescente, sim, “uma”, pois aqui cabem a homens e mulheres os mesmo valores: amizade, sexualidade... Essa adolescente vive “conflitos” internos quanto à sua preferência sexual. Iria ela lutar contra o que sente? Ou iria esta buscar viver em um meio onde tal sentimento lhe permite? Ainda mais se “tal” meio andar lado a lado com a moda e escutar os mais novos e estourados sucessos musicais.
Esclarecendo, isso é apenas exemplo de um “suposto” caso de homossexualismo ou até bissexualismo presente no meio. Como enfatizamos anteriormente, o emo aparenta hoje ser mais ligado ao estilo visual propriamente dito. Em Belém, não deixando de salientar.
Deu pra entender a relação emo/sexualidade?

Emo: do começo aos nossos dias

Caio Portal
Igor Gurjão
Nirvea Almeida
Ronaldo Pizate 4PP11
EMO: pessoa depressiva que busca transmitir seu estado espiritual regado a roupas escuras, franjas, maquiagens e muito emocore, certo?
Bom, pelo menos é o que dizem por aí.
Em meados de 2003 uma onda atingiu em cheio as grandes cidades brasileiras, o hardcore tocado em um tom mais sentimental (emotional hardcore, emocore) agora já não influenciava apenas no exterior. Adolescentes ou “quase adolescentes” brasileiros passaram a seguir o estilo. Não apenas o modo de se vestir ou o estilo musical, o que se tornava evidente até então era o estilo de vida que aparentemente esses jovens escolheram levar. Os olhos pintados, franjas, roupas até então escuras, eram formas de expressar sua identidade. Ali dentro não havia um adolescente “comum”, e sim um adolescente mais sensível, que em meio à caótica sociedade buscava respostas, expressando seus ideais desde o modo de se vestir até a sexualidade.
Muito bem, estaria logo acima a descrição “literal” de um emo, porém, como o ele se comporta nas pequenas cidades como Belém? O que se vê aqui desse modo de vida? Visando que pelo menos seis anos já se passaram desde a chegada do movimento, como o mesmo se encontra hoje?
Antes de prosseguir, algo merece destaque. Após a “invasão” do estilo emocore no Brasil, um novo visual entre os emos surgiu: alguns passaram a trocar as roupas escuras e melancólicas por vestimentas coloridas e alegres, o que logo de cara quebrou essa imagem de que emos são pessoas tristonhas que vivem de mal com a vida. O visual é baseado em uma moda japonesa. Ainda assim, a visão que se tem dessa juventude é sempre a mesma: choro, sofrimento, crise, homossexualismo (ainda explicaremos)...
É típico, o que ganha destaque nas grandes cidades acaba absorvido tempos depois pelas cidades menores, o que é o caso de Belém. Muitos diriam que isso “é uma pena, como sempre Belém atrasada, e sempre querendo copiar, ô cidadezinha essa”, porém, outros diriam que é graças a tal fato que essa “tribo urbana” intitulada “emo” se encontra dessa forma na cidade hoje.
Dessa forma como?
Buscar informações sobre a “cultura emo” em Belém é quase tão difícil quanto descrever o próprio emo que aqui habita. Como assim? Já já você vai saber o porquê.

Emos e preconceito: O quão próximos estão?

Preconceito! Uma forma de autoritarismo em uma sociedade, causado pela ignorância, por não aceitar o outro que é diferente e acaba levando à discriminação, à humilhação gerando violência, na maioria das vezes sem conhecer a pessoa. Você já deve ter tido algum tipo de preconceito, é difícil dizer que não. Também já deve ter sido discriminado em algum lugar ou por alguém, vivemos em uma sociedade preconceituosa. Infellizmente é do ser humano julgar!
Sinônimo de preconceito hoje em dia são os emos. Quem são eles? O que eles fazem pra serem discriminados? Muita gente não os conhece, e o que eles fazem? Apenas são diferentes! O que já um grande motivo para ser alvo de chacotas e humilhações por todos.
O estilo emo prega o abraço, o beijo, a diversão, amizade e a paz entre amigos, superando as regras estabelecidas para o feminino e o masculino, em que a demonstração de afeto é uma coisa normal e independente do sexo Eles possuem uma sensibilidade excessiva e dão ênfase ao lado sentimental e emocional. Usam maquiagem, piercings, roupas pretas ou coloridas, franja cobrindo parte do rosto, se preocupam com a aparência, o que dá, principalmente aos meninos, o estereótipo de que “todo emo é gay”, que, assim como “toda loira é burra”, “todo índio é preguiçoso”, “todo pobre é ladrão”, está totalmente equivocado.
Como forma de repressão aos emos, eles acabam sendo espancados, humilhados perante a sociedade, além se serem atribuídos como gays, drogados, suicidas, marginais. A imagem mostra uma ação da policia em plena Praça da República, em Belém do Pará, os policiais estão fazendo uma revista aos “vândalos” (emos, punks, góticos...). Não dá para negar que na atitude da polícia há um tom de preconceito. Só eles foram revistados. Nós estávamos lá, mas nenhum policial se aproximou de nós, os aparentemente normais!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Patricinhas ou simplesmente Pattys.

Camila Sfair
Priscila Oliveira
Monielly Gester
Isabela Tostes
Tainá Del Castillo 4PPM11

Formada por garotas muito ligadas às tendências da moda, a Tribo das Patricinhas é um grupo encontrado com muita freqüência nos bares, baladas, academias, shoppings, colégios e faculdades de Belém.
O termo Patricinha é uma gíria que remete a uma jovem adolescente de alta renda, que tem uma preocupação ligeiramente excessiva em se vestir de acordo com a moda, e como toda tribo, elas andam em companhia de outras amigas que compartilhem os mesmos valores.
Para fazer parte dessa tribo, é necessário ter óoooooooootimas condições financeiras, ou seja, muita grana, pois tudo que usam é de grandíssimo valor. As verdadeiras Pattys, como também são conhecidas, gostam de roupas de marca como: Hugo Boss, Guess, Armani, e por ai vai, um bom carro (melhor se for importado), uma carteira cheia de grana e cartões de crédito (se for do pai é melhor!) prontos para serem estourados em um shopping.
Ah! Não podemos esquecer que nunca poderá lhe faltar um celular e o mais importante!! TUDO TEM QUE ESTAR, ABSOLUTAMENTE, COMBINANDO E TEM QUE SER DE ULTIMA GERAÇÃO! Isso tudo é pra se enquadrar na moda e estilo ditado por grandes costureiros de todo o mundo. Esses são somente um pouco dos muitos estereótipos que compõe a essência da “Pattys Originais”.
Mas não existem só as Pattys ricas, ultimamente as Patricinhas estão por toda classe social e etária e fazer parte dessa tribo é praticamente um estilo de vida. Basta ter roupas e acessórios fashions e styles, ter uma nécessaire entupiderrima de maquiagem e no quarto um mural de fotos das amigas, bichinhos de pelúcia, pôsteres de alguns gatinhos famosos alguns frufrus e de preferência tudo que for possível ser rosa, mas sem exageros, para não ser deselegante, ou seja, brega. Para as patricinhas, elas “podem tudo”, mas sem descer do salto é claroo!!.

São proibidos garotos

Luiz Armando 4JLN11

Elas estão praticamente em todas as cidades e, principalmente, em todos os shoppings fazendo compras, conversando, batendo pernas e tudo mais que tiverem direito. São as famosas patricinhas, retratadas em muitos filmes e já totalmente enraizadas na memória de muitos, se não de todos, tanto que podemos até caracterizar como uma das muitas tribos existentes em um ambiente urbano globalizado.
Tudo bem que não é uma tribo que podemos ver reunida em grandes grupos, andando nas ruas e fazendo com que as pessoas desviem o olhar para ver o que está acontecendo. Por ser caracterizada exclusivamente por garotas e de certo poder aquisitivo mais elevado elas costumam estar em seus carros, na academia e em lugares exclusivamente fechados e que possam, digamos, comprar algo.
Essa tribo é um tanto confusa e dispersa, pois nem todos os membros fazem sempre as mesmas coisas, mesmo havendo seus pontos em comum. Existem as que são pagodeiras, as que gostam de brega e acredito que essas sejam exclusivas de Belém, tem as que preferem viajar, etc. O que eu quero mostrar é o quanto é difícil caracterizar um grupo tão heterogênio.
E pra quem pensa que elas são burras ou desinformadas, a maioria delas faz cursos que as pessoas consideram para “pessoas inteligentes”, como direito, fisioterapia, psicologia e alguns outros que nem vou citar. Lógico que existem as que são totalmente fúteis, porem na maioria das vezes ser do jeito que são é uma questão de adotar essa imagem e postura e não por ser burra ou coisa parecida. A pior coisa de tudo nesse tipo de situação é o preconceito. Vou terminando esse texto por aqui deixando essa mensagem: uma “Patty” pode muitas vezes deixar sua vida mais feliz e engraçada, então dê uma chance para elas! Beijos Pink, muáh muáh!

Patricinhas

Geraldo Nogueira 4JLN11

Era uma vez, uma menininha loira, de pele branquinha, rica, jovem... Se as patricinhas tivessem um manual de “Como serem Patricinhas” acho que o livro começaria assim e quem não se enquadrar vai ser a amiga feia da patricinha, a que tem espinha, ou a que é gorda ou a que representa a cota de negros no grupo altamente bajulado que ela freqüenta.
Em mais uma volta na porta das baladas é fácil encontrar muitas moças desse tipo, o tipo que come sardinha e arrota caviar (desculpe o jeito). Era uma reunião de 100 ou mais do mesmo tipo, com o mesmo cabelo de liso escorrido, todas de vestidinhos com cara de serem bem caros, mas é claro que não eram, as lojas de departamento tem vendido como nunca ultimamente. Além das amiguinhas que elas levam a tira-colo, tem sempre um playboy todo machão junto, do tipo que se passa um gay na frente dele, ele recrimina logo, mas no fundo no fundo todos sabem que ele tá é afim de ir passear com o moço de mãos dadas. Este machão que não consegue fechar os braço, leva o grupo de amigas da moça que ele pretende ficar e pra isso ele precisa levar junto as outras 6 ou 7 amigas que ela tem.
Por fim ele a deixa primeiro em casa e ainda tem que deixar as outras depois, e sem ganhar um beijinho no final da noite.


Patricinha que é patricinha só usa rosa
Patricinha que é patricinha só veste roupa cara que ela compra em loja de departamento
Patricinha que é patricinha quando vira puta, não é garota de programa, é acompanhante
Patricinha que é patricinha só usa perfume forte, gosta de ser lembrada pelo seu odor
Patricinha que é patricinha combina a bolsa com o sapato com a roupa com a calcinha e com a cor do carro do namorado
Patricinha que é patricinha tem um namorado que não fecha o braço
Patricinha que é patricinha adora aparecer em foto de balada
Patricinha que é patricinha adora dizer que não lembra do que aconteceu na balada
Patricinha que é patricinha tem dúzias de sapatos para apenas dois pés
Patricinha que é patricinha não tem computador, tem laptop
Patricinha que é patricinha é fresca
Patricinha que é patricinha gosta de todo tipo de música, é eclética
Patricinha que é patricinha sonha que vai casar com um príncipe, daí ela acorda e cai na real e agarra o primeiro que tem carrão
Patricinha que é patricinha quando resolve ter carro, enfeita todo de rosa
Patricinha que é patricinha não peida
Patricinha que é patricinha acorda todo dia de bom humor
Patricinha que é patricinha freqüenta o clube durante as tardes
Patricinha que é patricinha vai pra aula só pra comer merenda
Patricinha que é patricinha diz que não é patricinha
Patricinha que é patricinha tem um cachorro ridículo
Patricinha que é patricinha não faz fofoca, conta boato
Patricinha que é patricinha não paga pra entrar, é sempre vip
Patricinha que é patricinha só anda de salto
Patricinha que é patricinha tem nojo de tudo
Patricinha que é patricinha já viajou para o exterior
Patricinha que é patricinha vai gastar até o ultimo centavo do pai bobão e marido bundão

O preconceito cor-de-rosa

Lucas Rezende 4JLN11

Sempre andando em grupos, trajando roupas espalhafatosas, falando alto e geralmente encontradas nos lugares da moda ou no shopping Center, as pattys também já são consideradas uma tribo urbana, embora elas não se classifiquem nesse rótulo. “Não somos tribo urbana, isso é coisa de emo, metaleiro e gótico”, afirma Nayara Macedo, estudante de psicologia da Unama, “Nós só gostamos de nos vestir bem e curtir os lugares onde pessoas como a gente vão”, ela explica.

Entretanto, algumas pattys, apesar do preconceito, são bem inteligentes e apenas optam por roupas caras, maquiagem e etc,. mas também sabem dividir o tempo com os livros e outras atividades culturais, como no caso de Carla Azevedo, recém formada em direito, que diz adorar passar as noites de sábado na boate Vegas, mas que adora ler um bom livro ou assistir um filme no domingo, “Amo badalar, mas também amo programas calmos, um bom filme, do Kubrick ou do Tarantino, sempre me cativam”, conclui a garota, que faz jus ao ditado que diz que toda regra, tem sua exceção.

“patys”.

Waldecira Sarges 4JLN11

Rosa – choque, rosa – bebê, Pink. Em meio aos vários tons de rosa, lá estão elas... as patricinhas, ou apenas, as “patys”. Elas se identificam com as cores, roupas, o modo de vida e de ser. Mas não é só isso que significa ser uma paty. Aparentemente elas representam alienação, vida boa, esnobismo e que vivem totalmente submersas em seus mundos cor – de – rosa.
Entretanto, essa tribo é também uma dimensão plural da realidade. Durante pesquisa, percebi um perfil heterogêneo da tribo. Esse novo perfil pode ser explicado nas falas de Stuart Hall, quando ele propõe que a identidade passa a ser um processo de identificação, e que como processo estabelece um sentido de movimento, de algo ‘inacabado’.
“A identidade surge não tanto da plenitude que já está dentro de nós como indivíduos, mas de uma falta de inteireza que é “preenchida” a partir de nosso exterior, pelas formas através das quais nós imaginamos ser vistos pelos outros.”
As meninas mais jovens, as adolescentes, são as que mais se mostram felizes com o estereótipo que lhes é dado – o de menina rica, que não se importa com o mundo a sua volta -. Já as mais velhas, geralmente, não negam a origem classe média alta, no entanto, se consideram mais maduras, quanto às pretensões de patys.
Para desmistificar a concepção de vida boa e pra sustentar seus hábitos, a vida de compras, maquiagem e rodadas de amigas, muitas delas trabalham e estudam. Nesse último ponto, se mostram bem mais inteligentes do que parecem, falam mais de dois idiomas e estudam nas melhores universidades.

A identidade cor-de-rosa.

Kyria Monteiro 4JLN11

Uma Tribo Urbana nada mais é do que um determinado grupo de pessoas que possuem determinado interesse, cultura e ética em comum, que se reúnem dentro de uma comunidade ou clã para discutirem suas afinidades.
Com as Patricinhas, sabemos que não é diferente. Cada menina dentro dessa comunidade cor-de-rosa tem sua identidade construída através do processo de convivência com suas amigas, sendo que, todas elas possuem o mesmo estilo de vida.
Quando estão juntas, não existe a questão do estranhamento, pois todas agem de maneira similar. Ao encaram o resto da sociedade, são reconhecidas como tal, as Patricinhas, o que muitas vezes, é visto de forma negativa, apenas pelo simples motivo de não seguirem a regra universal do comum ou do conhecido.

A Tribo Regueira em Belém

DENILSON DE ALMEIDA
ELZA RIBEIRO VIEIRA
KARINA SAMILLE COSTA
JANAINA HAILA DA SILVA 4JLN/11
O reggae é um estilo de música originário da Jamaica que trás consigo um conjunto de filosofias e pensamentos que então em harmonia mente e alma, bob Marley, cantor e compositor é o ícone desse estilo musical, uma das características que podem caracterizar o reggae é a critica social, como por exemplo, cantar, a desigualdade, o preconceito, a fome, e muitos outros problemas sociais pra tentar desviar os olhos do povo para isso, um modo de alertar e incentivar o povo a se mobilizar contra seus problemas.
E para quem acha que em Belém só se escuta brega e carimbo, está enganado. Belém esta entre as cidades brasileiras onde o movimento reggae está mais difundido. Temos locais específicos que tocam reggae, DJs conhecidos nacionalmente e bandas de excelente qualidade. O movimento reggae em Belém surgiu a cerca de 30 anos, tendo como pioneiro o mestre Rãs Alvin, que até hoje possui uma barraca de discos no centro da cidade, onde se encontram verdadeiras relíquias do ritmo jamaicano.
Na década de 90 surgiram vários grupos de reggaes, preocupados com a questão social, grupos esse formados por jovens da periferia de Belém, eles atuam em suas áreas em parceria com os centros comunitários e movimentos sociais. Já dizia Bob Marley:

“Enquanto cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos haverá guerra.”

“Não preciso ter ambições. Só tem uma coisa que eu quero muito: quero a humanidade viva unida... Negros e brancos, todos juntos.”
O que os regueiros de Belém têm em comum com os demais regueiros do Brasil e do mundo, é a filosofia reaggae, de combater a discriminação racial, pregando a fraternidade entre os seres humanos, respeitando sua diferença racial e principalmente social, mas tentando mudar o contexto de abandono de nossos lideres.
Assim para quem não sabia, o reggae está enraizado na cultura paraense, assim como o carimbó e outros ritmos que podem ser ouvidos por onde se passa.



Artistas locais e Lugares de reggae em Belém

A terra que nos deu vários artistas como Pinduca, Calypso, Wanderley Andrade, dentre outros, começa a despertar também para o Reggae. Hoje as festas de Reggae são umas das mais procuradas nos fins de semana. As primeiras casas de shows e bares que tocavam Reggae foram: Espaço do Reggae, Coisa de Negro, dentre outros. Atualmente os lugares mais visitados são: Porto Solamar, Mormaço, Açaí Biruta Bar, Baiúca, Rainha Bar, Coco Verde e Casa Velha.
Um no estilo de música surgiu nas rádios paraenses a mais de 20 anos, dentre as bandas mais tocadas desde essa época até os dias atuas são: “Nego Jô e Leões de Soweto” (primeira Banda de Reggae da região), “Six Marley”, “Holly Pype”, “Sevilha”, “Cristal Reggae”, “Amazon Java”, “Gaia na Gandaia”, “Jahffa reggae”, “Kayamakan”, “Bris Zaboa”, “Yemanjah Roots” entre outras.
Uma curiosidade muito grande é que a maioria dessas bandas já possui algumas musicas de autorias próprias apesar de tocarem musicas internacionais e traduções.
Além das bandas locais Belém já recebeu (e até hoje recebe) grandes nomes do Reggae conhecidos mudialmente como: Culture, Eric Donaldson, Inner Circle, Ziggy Marley & Melody Makers, Mighty Diamonds, Ijahman, The Gladiators, Clinton Fearon, Larry Marshall, Alpha Blondy, entre outros. Um dos shows mais esperados em 2009 aconteceu no dia 15 de novembro, o “príncipe” jamaicano Gregory Isaacs dividiu o palco com a banda Norte Americana SOJA (soldiers of jah army).
Estilo e vocabulário dos Regueiros em Belém

Uma tribo urbana é uma espécie de pacote de gosto musical, ídolos, roupas e acessórios. As pessoas que curtem o estilo reggae são conhecidas como regueiras e se mostram aparentemente calmas, cools, estilosas, etc. Geralmente os regueiros usam roupas e acessórios que tenham as cores do reggae, vermelho, verde, preto e amarelo. As mulheres geralmente usam saias longas e camisetas no estilo hippie ou indianos, não diferentes, estão os homens que se vestem no mesmo estilo.
Os acessórios tanto masculinos, quanto femininos são confeccionados por artesões, com matérias primas da natureza, como sementes, pedaços de madeira, penas de aves e mais a criatividade do artesão. Outra característica dos regueiros são os dreads, bolos cilíndricos de cabelo que aparentam "cordas" presas no topo da cabeça.
O importante é acima de tudo se sentir bem, os regueiros usam roupas soltas, que deêm liberdade no movimento para dançar e que sejam confortaveis, as pessoas do reggae não tem preconceitos, estão mais preocupadas em se divertir e curtir o momento. Uma particularidade em Belém do Pará, é a maneira que os regueiros daçam, juntinhos.
O reggae é muito mais do que vestir uma roupa temática, ir a um show ou ter dreads, o importante é ter atitude, carater e seguir a filosofia reggae, lutando principalmente contra o preconceito social e racial.
Como em outras tribos, os regueiros também possuem um vocabulário próprio, algumas palavras podem ser facilmente compreendidas, mas outras só mesmo quem participa do movimento sabe seu significado. A exemplo temos, Jah (Deus), rainha (regueira), pedras (musicas antigas), dreadlocks (tranças no cabelo), irie (legal), yaga yaga (saudação), entre outros.

Tribo Reggae

Felipe Elleres 4ppv11



Foi no final dos anos 60 que o verão mais quente da Jamaica aconteceu. DJs, preocupados com a desidratação do povo, resolvem desacelerar o ritmo jamaicano visando à permanência do público na festa. Nascia assim o ritmo Reggae! Essa lenda é uma das varias versões contadas de como o reggae surgi na Jamaica. Porém, o mais plausível envolve o músico Lee Perry, um trabalhador dedicado a música caribenha e que resolve inovar trazendo uma nova batida ao rocksteady, chamando assim artistas, no entanto, desconhecidos pelo público para sua gravadora.
Desde então, o reggae vem sendo propagado pelo mundo inteiro com suas mensagens positivas, de igualdade, sabedoria e lutando por problemas sociais de classes menos favorecidas. Bob Marley, Jimmy Cliff, Peter Tosh, Burning Spear, Johnny Nash e outros, fizeram da música reggae um ensinamento e uma cultura bastante acessível. Hoje podemos dizer que o reggae ganhou credibilidade no mundo da musica e vêm crescendo cada vez mais. Mas podemos dizer que o reggae é uma tribo urbana? No Pará, esse movimento tem o devido respeito?
Primeiramente, devemos definir o que é o reggae. Reggae é um estilo musical criado na Jamaica contendo nele vários gêneros e estilos diferentes. Trazendo uma batida bastante peculiar onde os instrumentos mais usados são guitarra, contrabaixo e bateria. A origem da palavra reggae “é uma descrição do ritmo em si”, segundo o guitarrista Hux Brown, mas para Bob Marley a palavra é originada na Espanha e significa “a música do rei”. As letras, no entanto, têm uma visão critica social, irresponsabilidade ambiental, preconceito, fome, desigualdade no geral e muito outros problemas que a sociedade sofre e não enxerga. Podemos perceber também uma grande influencia do rastafári, uma religião que acredita no seu próprio Deus e que tem o Hailé Selassié como messias ou a “encarnação de Deus”.
No Pará, o reggae chega através do DJ Ras Margalho que tocava na Passagem Secundino Portela, na Marquês de Herval no Bairro da Pedreira, chamada Toca do Reggae. Junto com Ras Alvin, Maestro Bernard, Dj Lídio e muitos outros, Margalho trás a essência do reggae para os paraenses e tenta passar a filosofia para as próximas gerações. Logo depois, Riba Macedo leva o reggae para o Maranhão e o ritmo reggae toma proporções maiores com artistas famosos.
Porém, o movimento reggae no Pará ainda está muito fraco e precisa de mais incentivos. Sem falar nas distorções que acontece quando se trata desse assunto. Muitas pessoas utilizam Dreadlock e freqüentam os lugares de reggae sem saber a filosofia e nem a historia real do movimento. No porto solamar é um exemplo, por ali passam dezenas de pessoas todos os domingos mais com um objetivo, de beber, fumar, pegar garotas dançando reggae, sem consciência, jogam lixo no chão e no rio poluindo o meio ambiente e que na verdade o reggae prega uma filosofia totalmente diferente, e ainda, por cima essas pessoas consideram regueiros de raiz. Portanto, podemos dizer que o reggae é um movimento com pessoas de costumes e hábitos diferentes e que ainda sofrem grandes preconceitos e discriminações pela sociedade, mas que ainda pode ser mudado essa situação com dedicação dos movimentos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Tribo Urbana Reggae

Aline Rodrigues 4ppvv11

O hibridismo entre culturas é surpreendente. Entre tribos urbanas este fenômeno cresce cada vez mais. Quem diria encontrar uma jovem de cabelos cor de rosa, e roupas em estilo futurístico em uma casa de reggae. Seria preconceito se surpreender com esta situação? É mais comum você encontrar uma garota com sapato salto alto ou sandália rasteirinha dançando reggae? A garota da foto a cima tem quinze anos, é vocalista de uma banda de rock, e se veste entre o estilo “cluber” e “roqueira meio patricinha” curte um reggae no domingo.
Então, se confunde um pouco tua compreensão, não é preconceito. Entendemos em primeira instância que as mulheres que gostam de reggae usam as cores do reggae, usam saias, trancinhas, etc. Portanto não é preconceito, o que pode explicar uma situação como esta, em que jovens de uma determinada tribo, migram para outras, ou até pertencem a várias, é o fato de que uma tribo não precisa necessariamente atender a todas as exigências de um jovem, basta haver um aspecto que o instigue a ter curiosidade em experimentar, se sentir aceito e gostar de uma tribo, e querer pertencer a ela.
Desta forma é comum encontrar regueiros sem dredes e cabelos coloridos. O reggae chama diversas tribos, pois possui um aspecto muito forte dentro de sua filosofia, que é a paz e a igualdade entre os povos. Esta é uma identidade que determina muitas tribos como o Hip Hop, os surfistas, os roqueiros e outros, possibilitando a ocorrência do hibridismo cultural.

A cultura Reggae

Lorena Lins Machado – 4PPV11
Analisando estruturalmente, reggae significa a melodia e os movimentos produzidos pela guitarra neste tipo de música (“re” baixo, “gae” cima); analisando musicalmente, significa um estilo originário da Jamaica que tem como referências e antecedentes o ska, rocksteady, dub, dancehall e ragga; analisando subjetivamente, significa uma música calma, de ritmo lento mas dançante, que contagia qualquer pessoa; analisando ideologicamente, significa uma arma artística que prega grandes valores morais e caracteriza um estilo de vida totalmente diferente do que estamos acostumados.
A cultura Rastafari, que está agregada ao reggae, mas que não é aplicada a todos os reggaeiros, é fruto da junção das teorias de Marcos Garvey – sindicalista jamaicano que defendia o retorno dos negros à África – com uma filosofia híbrida que interliga várias crenças africanas antigas com o cristianismo fundamentalista da Igreja Batista, e possui várias semelhanças com o Judaísmo. Os adeptos são vegetarianos, vivem com o mínimo de dinheiro,não costumam consumir nada industrializado, se vestem de modo simples e carregam consigo longos dreads e barbas (no caso dos homens), que representam a liberdade do corpo, a conexão com o divino e extensão do corpo de Jah (Deus). Outra forma de se conectar com a natureza é através da ganja (maconha); a erva é utilizada para estimular a meditação e é considerada sagrada (em parte devido a interpretações bíblicas segundo as quais a erva teria sido a única espécie a crescer sobre o túmulo do Rei Salomão).
Como se sabe, uma grande polêmica permeia o assunto, já que a maconha é uma erva alucinógena e, portanto, proibida em vários países. Muitos também consideram que Rastafari não seja uma religião, já que essa denominação significa um re ligamento, e eles acreditam que o homem não pode existir separado de Deus.
É possível perceber, que muitos não levam consigo esta ideologia. Grande parte das pessoas apenas apreciam o ritmo e se caracterizam como o estilo sugere, nada mais. Direcionando para o Norte, especificamente para Belém, é possível contar nos dedos os que consideram o reggae mais que um estilo musical. Não se sabe até que ponto esta filosofia se faz presente principalmente na vida dos jovens, que é o público atingido por esta manifestação cultural; é normal um reggaeiro freqüentar outros tipos de festa, como raves, por exemplo, e pertencer a várias tribos ao invés de manter uma fidelidade. Quem sabe, seja apenas uma nova maneira de propagar a paz, o amor e a união, tríade primordial do reggae.

Reggae no Pará: hibridismos e religiosidade

Essa é a imagem em que concluímos apresentar grandes características da tribo do reggae. Como plano de fundo uma linda ilha ao pôr do sol (Algodoal, Pará), o que representa a aproximação e valorização da natureza das pessoas que se identificam com esse estilo de vida regueiro¹; pessoas diferentes, de lugares diferentes, com línguas, nacionalidades e regionalidades diferentes, e até mesmo pessoas que se identificam com outras tribos extremamente diferentes; todos em um ambiente livre de preconceitos, em uma única batida do ritmo inconfundível do reggae.

Viver próximo e fazer parte da natureza é visto como um estilo africano. É uma teoria fundamentada pela religião rastafari, que é inspirada a abraçar todas as coisas africanas, como uma espécie de protesto e resistência com relação ao passado, onde os negros foram explorados e obrigados a aculturação e, a simplesmente esquecer de sua cultura.

O reggae muitas vezes é associado a essa religião, em decorrência do precurssor do estilo musical, Bob Marley, que era adebto ao rastafarismo. Por isso, o “estilo reggae” é associado à natureza, pôr do sol, miscigenação e liberdade. O fato de ter como “Rei do Reggae” o Bob Marley serve como base para melhor entender o porquê que os ditos regueiros se vestem com roupas bem folgadas, alternativas, sem dar muito importância para estética, era um estilo do cantor, e de sua religião. Muito do que foi Bob Marley é hoje visto como padrão dos seguidores dessa tribo.

No ambiente do reggae sentimos como se todos estivessem na mesma sintonia, ou seja, não percebemos a classe social gritar através das roupas ou até das atitudes, pois todos seguem o estilo simples que traduz o reggae. Os regueiros geralmente são pessoas que gostam de estilos musicais altenativos, bandas desconhecidas que seguem um estilo particular e ao mesmo tempo apresenta a famosa batida contagiante do reggae, ou seja, que sejam simples mas que tragam uma mensagem espiritual e moral em suas músicas.

Homossexualidade: os gritos abafados de uma juventude

Adriano Padilha
Débora Quaresma
Ingred Rocha
Suzielen Caldas
Vivian Nery 4JLN11

Etimologicamente, o termo homossexualidade significa a atração sexual que uma pessoa sente por outra do mesmo sexo. Há pouco mais de dez anos, se chamava homossexualismo, e hoje, também se chama homoafetividade. Doença? Tratamentos? Maldição? Até hoje muitos tentam explicar esta prática, que têm se revelado cada vez mais na sociedade e em Belém não é diferente.
Ao andar por certas casas noturnas na cidade de Belém, é freqüente a presença de travestis, gays e lésbicas: sendo a maioria jovem, com faixa etária que varia de 13 até 20 anos. Um público bem diverso, que geralmente chega por volta das 23:00 horas e fica até o nascer do sol. Tais lugares são como uma espécie de ponto de encontro dessa comunidade – que dificilmente freqüentam outros lugares, por medo de sofrerem algum tipo de preconceito.
“Claro que não vou a boates héteros. Pra que? Receber olhares tortos e ouvir comentários desagradáveis?”, comentou uma estudante de 16 anos, que preferiu não se identificar. Dessa forma, as casas noturnas destinadas ao público LGBT são pontos de encontro para sua liberdade. Lá eles podem ser livres para conversas em alto tom, danças, beijos, abraços e até mesmo algumas carícias um pouco mais ousadas.
Chegando ao final da festa, todos voltam para suas vidas do dia-a-dia: estudantes, estagiários, assalariados. Não é comentado nada sobre a noite, e se é, é somente entre eles, feito de maneira discretíssima: poucos comentários em um sussurro quase inaudível. “O que acontece naquela boate, fica lá, entende? Não comentamos nada disso com o mundo exterior.”, comenta um jovem de 20 anos, estudante de direito, que também preferiu não identificar. “Eu sou gay e gosto de ser gay, mas não vou sair expondo isso por aí, porque ia acabar com a minha imagem.”, finalizou o jovem.
Esse tipo de situação é bastante comum. Muitos jovens têm medo de se assumir homossexuais, na cidade de Belém. Vários motivos justificam essa atitude: o preconceito,  a questão da imagem social, que geralmente é relacionada a movimentos como a parada gay, ao extravagante e até mesmo ao ridículo; entre outros motivos que variam de acordo com cada um. Todos eles juntos, acabam criando a autofobia, que é a não-aceitação própria. “Eu sei que é bem difícil se assumir gay na sociedade, mas se isso não for feito, nada vai mudar, e o preconceito só vai aumentar.
Se os próprios jovens homossexuais acham errado e escondem, aí é que a sociedade vai discriminar mesmo.”, comenta a estudante de odontologia Simone Tanaka, 20 anos, bissexual. É opinião geral que é uma decisão difícil, e que infelizmente, traz consigo muitas situações desagradáveis – e nenhum ser humano gosta de viver situações desagradáveis. Logo, a juventude homossexual de Belém acaba se assemelhando bastante com a violência às mulheres: quase sempre termina em gritos abafados. Se um dia serão ouvidos ou não, não se pode saber.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Homossexualidade e Diferenças


            Paula Barbosa
             Juliana Tavares
             Cássia Pelaes
             Renata Franco
             Thatiana Téssia 4PPM11
                
Seja por preconceito, seja por desconhecimento, muitos são os mitos que envolvem a homossexualidade. Isso se dá por causa da herança machista e religiosa da nossa sociedade, que oprime, julga e até rejeita o homossexual. Este, se não tem o apoio da família, encontra muitas dificuldades e acaba reforçando as fantasias, os estereótipos e os mitos que são impostos pela coletividade.
Contudo, muitos homossexuais lutam para mudar essa situação de clandestinidade. Não é à toa que a Parada do Orgulho Gay tem assumido grandes proporções e arrastado milhões de pessoas pelas ruas das grandes capitais. A legislação também acompanha o crescimento desta categoria, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) corresponde a 10% da população brasileira, proporcionando direitos a ela, como o casamento civil e a mudança de sexo através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Os homossexuais costumam se dividir em várias subcategorias, que são: lésbicas (homossexualidade feminina), gays (homossexualidade masculina), transgêneros (é um homem no sentido fisiológico, mas se relaciona com o mundo como mulher, engloba tanto travestis quanto transexuais) e bissexuais (tem envolvimento sexual e afetivo com os dois sexos).
Segundo Léo, gay há 25 anos, a pessoa nasce gay, pois não é uma questão de escolha e sim de se descobrir. Neste momento é essencial o apoio da família. “Minha primeira experiência foi aos quatorze anos. Eu me descobri e gostei. Em seguida contei para a minha mãe e ela deu a maior força”, conta.
Em relação ao comportamento, os homossexuais são unânimes: o estilo é individual e é desenvolvido conforme a sua personalidade. Sandro, gay há 35 anos, diz que prefere ser mais comportado e manter a aparência de homem. “Existem uns que são espalhafatosos e outros mais discretos. Eu sou mais reservado e prefiro me vestir como homem. Nunca me vesti como mulher e nunca calcei um sapato alto. Não faz parte de mim isso!”, explica.
Já para Rodrigo Rocha, que se diz gay desde que nasceu, mesmo se vestindo de homem, não abandona o seu jeito espetaculoso. Ele diz que gosta de chamar atenção e por isso é reprimido dentro da própria classe. “No próprio grupo existe preconceito, principalmente dos gays que estão vestidos de homem. Eles dizem que nós estamos manchando a imagem dos homossexuais. Eu não me importo com isso, gosto de ser autêntico”, conta.
Nas rodas de conversas, o assunto é extenso. Vai desde conselhos e relacionamentos até situações do cotidiano e o sexo oposto. “Entre amigos, a gente dá palpite na vida amorosa e muitas outras coisas. Falamos de música, porque somos muito ecléticos, gostamos de dance até MPB. Quando estamos com amigas mulheres, sempre rola a frase famosa ‘Eu aceito, mas é um desperdício’. Preferimos nem comentar!”, contam os amigos Danilo e Sandro.
                                    Sandro, Dennis e Danilo: homossexualismo é respeito pela diferença.
É claro que para bater-papo e se divertir, muitos homossexuais preferem freqüentar as boates “GLS”, que estão sempre lotadas e com uma rotatividade grande de atrações para esse grupo. De acordo com Rodrigo, o bom de freqüentar esses locais é que eles estão em um ambiente sem preconceitos, nos quais podem ficar à vontade. “A gente vai às boates para conhecer pessoas novas, namorar e curtir”, enfatiza.
A vida dos homossexuais ainda não é tão fácil quanto parece. Ainda é comum na sociedade moderna a prática da homofobia (ódio irracional à homossexualidade). No Brasil, há um projeto para tornar essa prática em crime. Para fazer pressão, um abaixo assinado virtual está sendo feito no site www.naohomofobia.com.br para a aprovação da PLC 122/06. “Apesar de termos uma aceitação maior, o preconceito existe! Temos que lutar para vencê-lo”, finalizou Danilo.