sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Mulher e violência: mídia como combate ou influência?

Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras
Disciplina Recursos Tecnológicos
Professora Ivânia Neves
Dezembro/2013

Aline Pantoja
Elizane Alburg
Fabyolla Franco
Patrícia Sousa

Durante muito tempo, o ambiente familiar foi tratado como um lugar privado e restrito, onde o Estado tinha muita dificuldade para entrar e combater a violência física. Somado a isto, o medo, a vergonha e a falta de informação contribuíram para que mulheres agredidas dentro desse espaço não denunciassem seus agressores, principalmente por se tratar, na maioria das vezes, de pessoas muito próximas, como maridos, companheiros, namorados, pais, irmãos, filhos ou outro integrante da família.

Mas essa situação está mudando. Com a criação, em 2003, da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), da Presidência da República, com os acordos internacionais assinados pelo Brasil com vistas à eliminação da violência e com a sanção da Lei 11.340 - Lei Maria da Penha - em 2006, as mulheres passaram a ser amparadas por inúmeros instrumentos e serviços para garantir seus direitos e o atendimento em situações de violência.


Quem foi Maria da Penha Fernandes?


A farmacêutica Maria da Penha foi mais uma das vítimas da violência doméstica nesse país. Por duas vezes seu então marido, professor universitário, tentou matá-la. A primeira tentativa foi com
o uso de arma de fogo e a segunda por eletrocussão e afogamento. Os fatos aconteceram em 1983, em Fortaleza, Ceará. Esses episódios causaram lesões irreversíveis à saúde de Maria da Penha, que ficou paraplégica. Apesar de condenado em dois julgamentos, o autor da violência, seu marido, não havia sido preso devido aos sucessivos recursos de apelação.

Em 2001, após 18 anos da prática do crime, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos responsabilizou o Estado brasileiro por negligência e omissão em relação à violência doméstica e recomendou várias medidas em relação ao caso concreto de Maria da Penha e em relação às políticas públicas do Estado para enfrentar a violência doméstica contra as mulheres brasileiras.

Por força da pressão internacional de audiências de seguimento do caso na Comissão Interamericana, em 2002, o processo no âmbito nacional foi encerrado e em 2003 o ex-marido de Penha foi preso, mas cumpriu a pena de dois anos de prisão.

Dados estatísticos
No Brasil, a cada 15 segundos uma mulher é espancada pelo marido ou companheiro. Mais de 70% dos incidentes violentos são de espancamentos de mulheres por seus companheiros, que escapam de penas alegando ter agido "sob forte emoção”. As mulheres continuam sendo as maiores vítimas de atentado violento ao pudor, ameaças e lesões corporais dolosas. Os acusados são, na grande maioria companheiros, ex - companheiros, pais, padrastos, parentes e conhecidos.

São registrados 15 mil estupros por ano no Brasil. Mais de um bilhão de mulheres no mundo foram espancadas, forçadas a manterem relações sexuais ou sofreram algum tipo de abuso, quase sempre cometido por parente (companheiro, pai, padrasto, avô, ou amigo). Oitenta e quatro bilhões anuais, ou seja, mais de 10,5% do PIB brasileiro, são gastos como problemas decorrentes da violência contra a mulher. A tentativa de suicídio é 3 vezes mais frequente em mulheres agredidas; 1em cada 5 dias de falta ao trabalho é causado pela violência contra as mulheres dentro de suas casas. A violência doméstica faz com que a mulher perca 1 ano de vida saudável, a cada 5 anos. Portanto, a violência é considerada, pela ONU, um problema de saúde pública. 33% das mulheres apontam a violência contra as mulheres dentro e fora de casa como o problema que mais preocupa a brasileira na atualidade

SERVIÇOS QUE A MULHER COSTUMA PROCURAR QUANDO É AGREDIDA
•Procuram serviço ou apoio............................52%
•Delegacia da Mulher ...................................38%
•Delegacia de Polícia.....................................19%
•Serviços de atendimento à mulher ...............3%
•Hospital e Posto de Saúde.............................2%
•Atendimento telefônico número 180 ............1%
•Associações e grupos de mulheres.................1%
•Igreja / líder religioso ...................................0%
•A mulher não costuma procurar serviço ou apoio.........35%
(fonte Ibope/Themis, 2008)

Porque atender em redes e sua importância no combate à violência contra a mulher

O que é uma rede? 


A rede nos é apresentada como uma teia de relações existentes na sociedade que tem função própria e que juntas aumenta a proporção de proteção no que concerne à violência contra a mulher, problema este que vem se arrastando ao longo dos anos.

Qual a importância das redes sociais no combate à violência contra a mulher?
A importância das redes sociais imprime o papel da prevenção e tratamento relacionado à violência contra a mulher. Estas redes são importantes para que os vários setores da sociedade possam formular estratégias que visam combater os atos de violência sexual, psicológico ou doméstico. Elas aumentam a possibilidade de mais pessoas interajam e encontrem soluções viáveis para o problema. 

Para saber mais:

REFERÊNCIAS



JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. Trad. Susana Alexandria. Editora Aleph, 2008.

KELLNER, Douglas; SHARE, Jeff. Educação para a leitura crítica da mídia, democracia radical e a reconstrução da educação. Educ. Soc., Campinas, vol. 29 - n. 104 - 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302008000300004

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O idoso jovial: A velha/nova forma de retratar a terceira idade.

Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras
Disciplina Recursos Tecnológicos
Professora Ivânia Neves
Dezembro/2013

Amanda Ariana
Cristiane
Kássia Alencar
Murilo Vale

O crescimento significativo do envelhecimento da população no Brasil tem trazido à tona temas relevantes e debates nos diversos tipos de mídia nas últimas décadas. Nossa sociedade está presenciando o surgimento de um fenômeno social com reflexos políticos, econômicos e culturais.

Em pesquisa feita pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, estima-se que o Brasileiro viva em média 74,6 anos. Se observarmos o mesmo estudo feito há 10 anos, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 3 anos. Em 2002 era de 71 anos. Isto implica não apenas um maior número de aposentados, o que gera maiores gastos no que diz respeito à saúde e acessibilidade, como também uma maior visibilidade do idoso nas diversas mídias. Em reportagem do Jornal Nacional do mês de outubro, observamos as implicações que este aumento da expectativa de vida tem causado na população brasileira como a maior dificuldade para a aposentadoria.


Para além do aumento da expectativa de vida, o idoso vem buscando uma vida mais saudável, disposta no que tange aos exercícios físicos, fazendo surgir uma nova identidade, a dita “melhor idade”. Uma das implicações para o aumento de enfoque aos idosos é a construção de uma nova imagem do idoso apresentada pelas mídias. Esta construção, porém, não é sem propósito: vem surgindo toda uma indústria voltada para um apelo midiático e a adesão de um novo estilo de vida para os idosos, conforme podemos observar na propaganda do Windows 7 do ano de 2011.

Desde meados da década de 30, em pesquisas realizadas nos Estados Unidos, a imagem do idoso vem sendo modificada. Se nessa década a imagem retratada era de um indivíduo fraco e debilitado, conforme as telenovelas, comerciais de TV e revistas, a partir da década de 90, o idoso tem sido retratado com um estilo de vida mais jovial, com cadastro em sites de relacionamentos, que possuem namoradas e fazem sexo, etc.


Porém, caímos no ostracismo destas perguntas: Afinal, o idoso realmente mudou? O estilo de vida agora é outro? Ou o enfoque à vida saudável tem buscado casos excepcionais para serem tidos como modelo a ser seguido? Podemos notar que, em nossas casas, no nosso trabalho, bem perto de nós, sempre temos a oportunidade de contado com idosos.

Se observarmos atentamente, este estilo jovial de velhice depende, e muito, da personalidade do indivíduo, como em qualquer faixa etária ou grupo social. A juventude idosa não parte dos indivíduos de terceira idade, mas de uma gama de propagandas, novelas, redes sociais, etc., que trazem essa imagem jovial que já tem se transformado em algo estereotipado. 

Não queremos aqui demonstrar que é impossível uma relação de jovialidade e velhice, mas que esta não se deve apenas ao aumento da expectativa de vida, ou de uma gama de idosos que se preocupa com a saúde física.


Se trouxermos para a realidade do idoso paraense, apesar do advento de academias ao ar livre proposta pela prefeitura de Belém, o idoso da nossa capital não possui políticas públicas voltadas para as suas necessidades, principalmente no que concerne a estruturas das vias de acesso, como a falta de calçamento adequado, poucos espaços nos ônibus para as prioridades, enfim, um descaso com a questão do idoso. Percebemos que a ideia de idoso jovial está bem distante do que vemos na TV ou internet.

O retrato que vemos é da fragilidade e da falta de respeito com os ditos da “melhor idade”. Se formos focar na saúde, o problema piora. A saúde pública do Brasil se arrasta a olhos vistos e sabemos que a saúde do idoso requer cuidados diferenciados. Não vemos um suporte para o atendimento à terceira idade, apenas programas, poucos, que se voltam para esta parcela da população.

Voltando à questão dos idosos nas mídias, percebemos que a imagem destes tem se mostrado demasiadamente estereotipada, embasada por uma menor parcela desta faixa etária. Sabemos que há uma fração minoritária de idosos com o aspecto jovial, mas que ainda há problemas no que concerne o que de fato é o idoso do século XXI.

REFERÊNCIAS 
BEZERRA, Ada Kasea Guedes. "A construção e a reconstrução da imagem do idoso pela mídia televisiva". Não consta o ano. Disponível em: www.bocc.ubi.pt

TEZZA, Rafael; BONIA, Antônio Cesar. "O idoso e a internet: uma etnografia sobre interação e aprendizagem". In: Perspectivas da Ciência da Informação, v.15, n.1, p. 185-197, jan./abr. 2010.

JENKINS, Henry." Cultura da convergência". São Paulo: Aleph. 2008.

KELLNER, Douglas; SHARE, Jeff. "Educação para a leitura critica da mídia, democracia radical e reconstrução da educação". In: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302008000300004

Vídeo do Parafernalha. Disponibilizado youtube no dia 09/12/2013 

Vídeo do Pânico na Band. Disponibilizado no youtube no dia 16/10/2013

EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL: Causas, consequências e políticas de enfrentamento

Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras
Disciplina Recursos Tecnológicos
Professora Ivânia Neves
Dezembro/2013

Alene Caroline de Souza Balieiro
Heidiane Melo Mota
Hellen Patrícia da Conceição Góes
Juliana Yeska Torres Mendes

A exploração sexual de crianças e adolescentes é um dos temas mais abordados atualmente. Isso não quer dizer, no entanto, que seja algo recente, pelo contrário, esse é um problema que vem sendo discutido há muito tempo.  O número sobre exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes aumentam dia-a-dia. O bom é que o número de denúncias também aumenta, fazendo com que cresça também a perspectiva de mudar esse quadro, acabando com essa crueldade. A foto a seguir representa a realidade de muitas crianças brasileiras.


A prostituição infantil é o comércio carnal da criança ou do adolescente, os quais recebem em troca: dinheiro, presentes, ou substâncias tóxicas. As crianças tornam-se vítimas de diversos aliciamentos por adultos: aqueles que vão em busca de sexo fácil e barato, e aqueles que lucram, corrompendo os menores e conduzindo-os ao mercado da prostituição. 

Causas
A pobreza e a exclusão social algumas causas que podemos citar, mas há outros motivos que também devem ser considerados. Também para além da pobreza, o desenvolvimento de vícios por drogas conduzem essas crianças a uma situação deplorável e de extrema necessidade de cuidados especiais. Para atenderem às imposições da dependência química que as dominam, vendem seus corpos para conseguirem algum dinheiro para a compra de drogas, ou mesmo aceitam fazer programas tendo como pagamento a própria droga.

A família, independente da classe social, é outro fator que poder ser responsável pela busca dessas crianças a esse mercado exploratório, visto que algumas dessas crianças não possuem uma base sólida familiar, sofrem com os conflitos que as cercam no ambiente familiar e com isso aumenta a evasão para as ruas e para os lugares em que se agenciam a exploração sexual.  Na tentativa de se ver livre de opressão e de maus tratos, acabam fugindo e se deparando com o mercado exploratório.

Outro complicador desta questão é o chamado turismo sexual, o qual consiste na chegada de vários estrangeiros a regiões como o Nordeste brasileiro em busca de sexo. Meninas pobres, moradoras das regiões periféricas e precárias ao redor dos grandes centros ocupam as principais ruas e avenidas para se oferecerem como mercadoria barata neste mercado do sexo que se estabelece em endereços turísticos por todo o Brasil, principalmente nas praias nordestinas. A educação precária e a miséria extrema são outros motivos.

Consequências
As consequências para a as crianças são diversas, tais como: baixa autoestima, fadiga, confusão de identidade, ansiedade generalizada, medo de morrer, uso de drogas; e orgânicos como atraso no desenvolvimento e problemas na garganta,  contaminação pelo vírus da AIDS, doenças sexualmente transmissíveis contraídas pelo ato sexual sem a devida proteção. Muitas vezes, pela situação de inferioridade em que vivem,  não podem exigir de seus parceiro o uso de preservativos, gravidez precoce – e em muitos casos abortos feitos clandestinamente -, agressões físicas e psicológicas. O processo de reabilitação e reinserção dessas crianças na sociedade pode ser lento e gradual.

Esse tipo de exploração, assim como outras que não envolvam crianças funciona como um tipo de comércio. Cabe, então uma indagação: por que comércio? 

Comércio, porque a prostituição é visto como uma meio fácil de obter lucros por das redes de exploração que ocorrem tanto no mercado formal (hotéis, postos, motéis) quanto no informal (casas de prostituição, margens de estradas), que podem ser organizadas ou não. Isso é mais comum nas cidades pequenas e isoladas do Nordeste do país, geralmente em rodovias e/ou postos de gasolina, onde caminhoneiros e viajantes exploram a situação financeira precária dos menores. 

O filme "Anjos do Sol", de Rudi Lagemann, é um filme brasileiro que trata sobre a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, um exemplo do que acontece com nossas crianças.


A exploração sexual infantil ainda é a nossa realidade, entretanto, é importante enfatizar os avanços nesta luta. No Brasil, em 2000, institui-se o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil, assim como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infantojuvenil, comemorado em 18 de maio.

Em 13 de julho de 1990, foi criado o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) com o objetivo principal de proteger a integridade de crianças. Nesse estatuto há várias leis que amparam e protegem os menores, como exemplo, o artigo 4°, que dispõe a responsabilidade sobre a criança e adolescente:
Art. 4º. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único: A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

É necessário que nossos representantes e toda a sociedade, inclusive nós professores, tenhamos consciência e façamos valer o que determina os artigos 19 e 22 do ECA, que registra:

Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.

Para saber mais:

Plano de aula sobre mídia e racismo
Atividade para uso em sala de aula sobre mídia e racismo

REFERÊNCIAS
JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph. 2008.

KELLNER, Douglas; SHARE, Jeff Educação para a leitura critica da mídia, democracia radical e reconstrução da educação. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302008000300004

http://www.andi.org.br/sites/default/files/legislacao/Viol%C3%AAncia%20contra%20a%20crian%C3%A7a%20e%20o%20adolescente_%20Explora%C3%A7%C3%A3o%20Sexual%20Infanto%20Juvenil%20e%20Prostitui%C3%A7%C3%A3o%20Infantil%20%28monografia%29.pdf

http://www.webartigos.com/artigos/exploracao-sexual-de-criancas-e-adolescentes/23289/

http://www.unicef.org/brazil/pt/Cap_03.pdf

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O papel da mídia no enfrentamento da homofobia: contribuição ou desfavorecimento?

Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras
Disciplina Recursos Tecnológicos
Professora Ivânia Neves
Dezembro/2013

Adriana Ábia
Andreia Patrícia
Oceanira Rafael
Suane Baltazar

A partir do conceito de cultura de convergência, proposto por Henry Jenkins (2009), procuramos discutir os aspectos da relação entre mídia televisiva e o tema da homofobia, a fim de esclarecer de que maneira este tema vem sendo abordado na televisão. Procuramos analisar a programação e compreender como ela faz a construção ou a desconstrução da imagem homossexual, para entender até que ponto as mídias tem contribuído ou desfavorecido para o preconceito homossexual.

Atualmente, a questão homossexual vem se destacando de forma muito intensa e ganhando espaço nos canais de informação, possibilitando as pessoas a terem um maior conhecimento sobre o tema da homofobia. Muitos desconhecem, no entanto, que o homossexualismo sempre existiu e não é algo recente na sociedade contemporânea, pois se recuarmos para os tempos antigos será possível ver que o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo era tido como algo natural e em certos casos necessário, como por exemplo, na Grécia Antiga, em que o envolvimento entre homens chegava a ter a função de fazer com que os soldados criassem laços mais fortes para que assim defendessem de maneira mais intensa nos combates.

Mas, se no contexto da antiguidade, a relação entre pessoas do mesmo sexo não trazia à tona o preconceito contra esse tipo de envolvimento, a sociedade moderna tem se mostrado muito intolerante em relação a estas práticas. Com tantas resistências, passou a ser necessário que uma parcela desta mesma sociedade lute a favor da aceitação da relação homossexual como algo natural e propenso a acontecer. A mídia entra nesta discussão como um meio de difundir as informações a respeito da homossexualidade, na atualidade procurando divulgar os desdobramentos na luta contra o preconceito homossexual.

A televisão tem proporcionado vários espaços para o debate da questão da homofobia, como por exemplo, através dos telejornais, ajudando no combate, na divulgação e no entendimento da proposta de lei PL 122/2006, que criminaliza o preconceito dirigido à homossexuais.


Em contra partida, o discurso midiático nem sempre pode ser visto de maneira positiva, já que muitas vezes essas informações são passadas de maneira equivocada, estabelecendo assim um conjunto de ideias sobre os homossexuais que não condizem com a realidade destas pessoas.  Dessa maneira, se faz necessário entender até que ponto a mídia pode contribuir ou desfavorecer no entendimento e aceitação do homossexualismo.

A figura do homossexual nas novelas se apresenta um tanto quanto divididas, já que, com certa frequência nos deparamos com personagens homossexuais caricatos, referidos por gestos, articulações, no dialeto, nos aspectos visuais, que nem sempre condizem com a realidade homossexual. Alguns papéis, como o exemplo, do Crô interpretado por Marcelo Serrado em 2011 na novela global “Fina estampa”, apresentava um personagem alegre, engraçado, mas que era submisso, mal tratado e ridicularizado. O personagem se apresentava associado a algo negativo, reforçando o estereótipo que todo homossexual é engraçado, humilhado, indefeso e submisso.  

A televisão, muitas vezes, retrata os homossexuais de forma diferente da vida real como. Por exemplo, na novela “Amor a vida”(2013) o tema da homoafetividade  é representado por meio do casal Nico (Thyago Fragoso) e Eron (Marcelo Antonny), porém, o personagem  de Marcelo Antonny recebeu várias críticas ao trair o parceiro com uma mulher. Então, surge o questionamento, será que esse público LGBT se sente representado na teledramaturgia, será que a forma como homossexual se apresenta nas novelas se assemelha a vida real? Veja o vídeo do psicólogo Leandro Zagui sobre a questão.


O uso da mídia na educação do combate à homofobia
O uso da mídia na escola é uma forte arma para o debate de temas polêmicos e combate a preconceitos. Como educadores, precisamos usar a mídia a nosso favor, mostrando o quanto ela reflete o pensamento padrão de nossa sociedade, e também o quanto seu uso equivocado pode reforçar tal pensamento.

Como professores qual seria nossa atitude quanto mediadores entre o conteúdo midiático e nossos alunos, bem como com temas a serem abordados?

Kellner e Share (2008) nos falam sobre este desafio para a construção de uma mídia democrática, em que possamos unir forças nos processos de dissipar mitos e desafiar a hegemonia de um pensamento padrão.

No caso da homofobia, a mídia tem tentado ultrapassar as barreiras do preconceito, porém - talvez pelo fato de querer também agradar seu público - ela tem errado nesta tentativa, muitas vezes reforçando o discurso homofóbico ao invés de combatê-lo. Na sala de aula, a importância da mediação do educador se dá principalmente por estas questões, no momento da utilização da mídia para a abertura de espaço para a discussão de um tema tão complexo como a homofobia. Precisamos ter em mente que temos em nossas salas, tanto alunos com discurso homofóbico, quanto alunos que sofrem com o mesmo.Precisamos usar a mídia como meio de desfazer tal discurso ainda tão arraigado na sociedade.

Para saber mais:

Plano de aula sobre mídia e homofobia
Atividade para uso em sala de aula sobre homofobia

Fontes das fotos:  
http://g1.globo.com
http://conexaolagoa.com.br
http://estrelando.com.br/
http://entretenimento.gay1.com.br


Referências: 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=3745 acesso em 15/10/2013 às 17:55 h.

JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph. 2008.

KELLNER, Douglas; SHARE, Jeff. Educação para a leitura critica da mídia, democracia radical e reconstrução da educação. In: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302008000300004

http://www.historiadomundo.com.br/idadecontemporanea/historiahomossexualidade.htm acesso em 09/10/2013 às 18:30.

http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1646/1569 acesso em 13/10/2013 às 19:30.

BEIJO GAY: http://youtu.be/_7V_bjbdXBc acesso em 13/10/2013 às 19:30

Homofobia pelo personagem César (Amor à vida): http://youtu.be/NYv0I_P3ADg acesso em 13/10/2013 às 19:30.

Entrevista: http://youtu.be/qVXqouQD5Uc acesso em 13/10/2013 às 19:30.

RACISMO: Um problema cultural e midiático

Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras
Disciplina Recursos Tecnológicos
Professora Ivânia Neves
Dezembro/2013


Daniele Santos da Silva
João Paulo Cordeiro Ferreira
Sindy Rayane de Souza Ferreira
Tereza Tayná Coutinho Lopes

Ainda hoje entende-se racismo como discriminação entre “brancos” e “negros”. Isso acontece principalmente pela forma como se deu a colonização no século XV, quando muitos negros eram vendidos aos brancos para servir como mão de obra escrava. Porém, ressaltamos que nesse momento histórico a questão da escravidão era comercial, uma vez que os próprios negros vendiam seus descendentes. Neste período os europeus começaram a colonizar o continente Africano e as Américas, impondo aos povos colonizados, negros e índios, em sua maioria, suas leis e modos de viver, o que resultou em danos como: o genocídio, a discriminação e a segregação racial. 

Com o passar do tempo começaram a surgir algumas teorias que tentavam explicar a suposta superioridade dos europeus. A mais conhecida é a teoria formulada pelo Conde de Gobineau, que afirma existir uma raça ariana superior e dominante das demais raças existentes na Europa. Esta teoria chega com força ao Brasil no início do século XX, com algumas adaptações referentes ao nosso contexto racial. A mídia teve o papel de difundir essa ideologia racista, principalmente utilizando-se de algumas produções literárias, como “Os Sertões” de Euclides da Cunha, no qual o autor faz diversas menções referentes a raças consideradas inferiores. Essa teoria perdurou no Brasil por quase todo o século XX, mas, paulatinamente, foi perdendo força, sendo atualmente considerada ultrapassada. 

Ainda são facilmente encontrados na mídia casos que envolvem a questão do racismo em inúmeras situações do meio social. O que chama atenção é a forma como este preconceito é inserido nos meios de comunicação, em alguns momentos de forma escrachada e em outros pelas entrelinhas, quase sempre sob forma de piada, buscando na maioria dos casos ridicularizar, principalmente, negros e índios. Nesse contexto, chamamos a atenção para o desenho animado “Pica Pau”, no qual percebemos em alguns episódios, o personagem principal mostrando a imagem do índio como um ignorante, sem instrução, com atitudes tolas, ridicularizando-o, o que reforça o estereótipo preconceituoso acerca dos indígenas, como podemos observar no início do episódio “Problema Cavalar”, quando o índio, que persegue o personagem Pica Pau e seu cavalo Pé de Pano, age como um ignorante ao bater com um machado em sua cabeça. No decorrer deste episódio em vários momentos o índio é facilmente enganado pelo personagem principal, como vemos no vídeo abaixo:


No Brasil o primeiro crime virtual de racismo  ocorreu na cidade de Juiz de Fora (MG), em que os computadores de uma universidade foram utilizados para a divulgação de várias mensagens preconceituosas contra negros e homossexuais em uma lista de discussão sobre sexualidade instalada na Unicamp.  Nas Redes Sociais casos de racismo como este ocorrem com muita frequência, como podemos observar nas imagens a seguir:

http://api.ning.com/files/yTUVc*v0z1bEnWnxYy9y20PfPinAZCddosHxf1OmwSwxRJgDCrkqLX5UYu*VP8EtCumkmGiG9XAs7VhGf6PPVWFQx3EikDJ/racista.jpg

http://1.bp.blogspot.com/_bZw0KJyjym4/TTm5Xn1nSZI/AAAAAAAABYg/VyIwnIeaGQg/s1600/racismo%2Bno%2Borkut.png

Para combater o racismo foram criadas, no século passado, leis que protegem grupos que geralmente são alvos de preconceito. A níveis mundial e nacional temos normas e leis relacionadas a este tipo de crime, como a carta das Nações Unidas de 1945 que inclui "promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça"; e a nível nacional temos a Constituição de 1988 que tornou a prática do racismo crime sujeito à pena de prisão, inafiançável e imprescritível.

De fato é necessário discutirmos mais afundo o racismo, como o que ocorre com a questão das cotas raciais para a entrada de índios e negros nas universidades federais do Brasil, que tem sido debatida em todas as esferas da sociedade, e considerada uma “solução” que muitos indagam se não seria também uma forma de afirmar o preconceito contra as raças beneficiadas. Na verdade, só poderemos comprovar a sua eficácia com o passar do tempo, pois essa é uma discussão que ainda está em aberto. 

É nítido que o problema do preconceito racial não é apenas algo externo à condição humana, mas está dentro de cada um de nós. Por isso, mais do que nunca, deve-se hoje pregar respeito a todas as raças, reconhecendo que somos seres diferentes, mas com diretos e deveres igualitários perante a sociedade.


REFERÊNCIAS:
http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2013/05/orgaos-publicos-ganham-guia-para-enfrentamento-do-racismo Acesso em: 21/10/2013.

A COR DA CULTURA. Saberes e Fazeres - Modos de Sentir. Copyright Fundação Roberto Marinho. Rio de Janeiro, 2006.

ALMEIDA, Glenda. No Brasil, preconceito sutil é mais forte e perpetua racismo, São Paulo, fev. 2011.

FUNDAÇÃO TODOS DIFERENTES, TODOS IGUAIS. Disponível em: http://todosdiferentestodosiguais.blogspot.com.br/. Acesso em: 21/10/2013.

http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/04/miss_angola_mui.html Acesso em: 22/10/2013.

KELLNER, Douglas; SHARE, Jeff. Educação para a leitura critica da mídia, democracia radical e reconstrução da educação. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302008000300004

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A moderna mulher brasileira


Desde o semestre passado eu tenho me entrosado com os moços que estudam a história da ciência no Pará lá no Instituto de Educação Científica e Matemática da UFPA. Eu muito mais ouço do que falo, o que é raro, porque eles me ajudam muito a refletir sobre o conhecimento popular e o conhecimento científico, incrementando o debate que tento estabelecer na minha pesquisa de mestrado e na minha vida fora da academia. O grupo é coordenado por um físico e seus integrantes mais antigos são homens mestrandos e doutorandos com formação em física, química e biologia.

No encontro de hoje, debatemos um texto sobre a obra de José Veríssimo chamada “A Educação Nacional” que foi publicada primeiramente aqui no Pará em 1890. O texto é de autoria da professora e pesquisadora Maria do Perpétuo Socorro G. de S. A. França. A autora faz uma exposição sobre o pensamento de José Veríssimo sobre a questão da educação brasileira naquele momento de transição do Império para a Nova República, e apesar de ter sido escrito no século XIX, o texto de Veríssimo é rico em complexidade e nos possibilita uma reflexão extremamente contemporânea.

Como o texto também apresenta a questão da educação da mulher brasileira daquele momento (p. 193), um dos rapazes questionou a nós mulheres, que hoje estamos compondo o grupo também, sobre a nossa percepção a respeito das questões da “mulher moderna” e foi pontuando algumas coisas que ele tem enxergado nas mulheres e na atualidade.

Acho que nenhuma pergunta poderia ser tão oportuna. Pelo momento que tenho vivido e nos movimentos que tenho buscado fazer junto a algumas mulheres do meu convívio (mais recente ou mais antigo). Aguardei que uma moça falasse sobre como ela se percebe no contexto dos apontamentos e ao fazer aquele famoso “filme sobre minha vida”, deparei-me com uma dúvida sobre os questionamentos que ele fazia: “de que mulher moderna você está falando?” Perguntei.

Veja bem, continuei. A mulher brasileira não é uma mulher. Não existe a mulher brasileira. Nunca existiu. Superficialmente, penso imediatamente em pelo menos quatro mulheres brasileiras: a indígena, a negra e a branca. Então de que mulher moderna brasileira você está falando? Repeti.

Recentemente, aprendi a ver os vários perfis de mulheres indígenas existentes no Brasil contemporâneo, como bem me apresentou a professora Ivânia. A mulher indígena que vive da terra e busca cultivar sua ancestralidade com base nessa experiência também. Essa mulher pode ser agricultora, militante, mãe, usuária das tecnologias disponíveis na contemporaneidade. Então como será que essa mulher se sente ante a “modernidade”? Será que uma mulher indígena que opte por viver no urbano pode ir a uma entrevista de emprego usando o cocar, que é uma das marcas identitárias de sua tribo? Essa mulher será aceita nessa modernidade?

E a mulher negra moradora da periferia ou dos centros, de 22 anos, como a Bruna Raiol ou de 29 anos como a Nega Suh? Como se sentem essas mulheres nessa modernidade? E eu? Como me sinto? Fiz algumas escolhas, sim, mas nada impede que eu mude de ideia e que minhas escolhas sejam reconfiguradas. Posso não ser mãe hoje, mas ano que vem posso desejar ser mãe e ainda assim não abrir mão de outras escolhas feitas anteriormente. É costumeiro ouvir que a mulher de 35 anos solteira e sem filhos não nasceu pra casar porque ela é independente. Mas qual a conexão entre as duas opções? Não posso ser independente e decidir não ser solteira? E mais, será que ao me reconhecer em minha ancestralidade e, da mesma forma que aquela indígena, eu for a uma entrevista de emprego usando o turbante que a minha mãe me ensinou a usar e que era característico das primeiras mulheres negras africanas que foram escravizadas no Brasil? Será que sou moderna o suficiente para ser aceita nesse emprego?

Quanto às mulheres brancas, a facilidade de aceitação parece estar estabelecida. Mas e se essa mulher for casada com outra mulher? E se essa mulher for casada com um homem, mas também se relacionar com mulheres? Como essa mulher é aceita nessa modernidade? E se naquela entrevista de emprego, se questionada sobre seu estado civil ela responder que é casada e que sua mulher está grávida? Essa modernidade aceitará essa mulher?

E mais, se uma mulher faz questão de ser dona de casa aos 30 anos para cuidar da filha e combina com o marido que ele será o responsável pela manutenção econômica da família? Essa mulher não é moderna? Ela será aceita por essa modernidade?

O que legitima, então, uma “mulher moderna”?

Compreendo que essa é aquela vontade de verdade presente nos discursos hegemônicos. A mulher moderna é rotulada, exigida e treinada para ser “super mulher”. Tal qual na educação da mulher no século XIX, como mostra o texto que debatemos.

Eu não aceito esse rótulo. Não quero ser moderna, nem “super mulher”. Mas quero protagonizar minha história, disso não abro mão. E penso que muitas mulheres já conseguiram alcançar esse protagonismo, ainda assim não é o caso de todas, mesmo as muitas que se adaptam a esse novo discurso hegemônico e colonialista do “papel da mulher moderna”.

Quero concluir dizendo que não compreendo a existência de uma mulher moderna brasileira, mas que existe uma diversidade de mulheres brasileiras, como sempre existiu. Porque lá no texto do Veríssimo, quando ele descreve a educação enciclopédica que a mulher recebia no século XIX, ele não considera a diversidade de mulheres existentes já naquela época, visto que a educação feminina era voltada apenas para a mulher branca aristocrata.

Ao final da minha intervenção, três homens começaram a contar alguns detalhes de seus casamentos e falaram de suas mulheres.

Cada mulher que eu citei naquele momento é uma mulher real em minha vida. Não pude me permitir o reforço do estereótipo, porque entra as mulheres brasileiras que eu conheço nenhuma é invencível, são todas humanas e estão construindo histórias tão diferentes que eu não pude me calar.
Thiane Neves
Fonte: http://www.facebook.com/nazare1977/posts/10200859811675886?comment_id=6042237&offset=0&total_comments=4&notif_t=mentions_comment
 
 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Os Aikewára e a Mídia: Relações de poder, cultura e mediação.


Programa de Mestrado em Comunicação, Linguagens e Cultura

GEDAI – Grupo de Pesquisa Mediações e Discursos com Sociedades Amazônicas
 




Os Aikewára e a Mídia:
Relações de poder, cultura e mediação.


Maurício Neves Corrêa

BANCA EXAMINADORA:
Presidente/orientador: Profª Drª Marisa Mokarzel  (UNAMA)
Professora Drª Maria do Rosário V. Gregolin (UNESP/Araraquara)
Professor DrºAgenor Sarraf (UFPA)
Professor Drº  Nilton Milanez(UESB)
Local: Casa da Memória – Unama Alcindo Cacela, Bloco D – 5º. Andar
                       Data: 18/03/2013
                       Horário: 16:00

RESMO

Esta pesquisa analisa os resultados do projeto Crianças Suruí-Aikewára: entre a tradição e nas novos tecnologias na escola e a relação dos Aikewára com a mídia. Uma nova frente de contato a que está exposto o povo indígena Aikewára: a chegada nada pacífica da mídia a Terra Indígena Sororó. Os enfrentamentos teóricos precisam chegar a esta nova fronteira, que não pode desconsiderar a história e os aspectos econômicos a que está submetida esta sociedade e que já foram bastante discutidos pela antropologia, mas que devem ir um pouco além, porque falam a partir de uma realidade midiatizada, que demanda novas categorias de análise. O objetivo deste trabalho é compreender, a partir da análise das relações de poder da Análise do Discurso e dos estudos de mediação propostos pelos Estudos Culturais e dos estudos de Fricção Interétinica, como se constitui a história do presente entre os Aikewára e a chegada sistemática e violenta dos meios de comunicação, mas mostrar que existe pontos de fuga, de produções de novos sentidos, como o projeto Crianças Suruí-Aikewára.
 Os Aikewára, também conhecidos como Suruí do Pará e Suruí-Aikewára, são índios castanheiros que moram no sudeste do Pará entre os municípios de São Domingos e São Geraldo do Araguaia.   “Suruí” foi uma denominação imposta pelo não índio.  Este povo tupi vive na Terra Indígena Sororó, um grande quadrado de floresta preservado em meio à devastação.
Em meados dos anos de 1960, os índios Aikewára sofreram uma grande depopulação após o contato sistemático com a população das cidades vizinhas e chegaram a 33 índios. Apesar de duramente perseguidos por fazendeiros e madeireiros da região, além de surtos de gripe e varíola, os Aikewára resistiram. Houve muita interferência por parte dos não-índios, neste processo, que procuraram alterar suas práticas religiosas, sua alimentação, suas regras matrimoniais, etc. Este momento mudou definitivamente o rumo da história e da cultura desta sociedade indígena. Segundo o último senso da Aldeia, os Aikewára somam mais de 300 índios, sendo que a maioria são crianças e jovens.

Palavras-Chave: Discurso, Cultura, Aikewára,Sociedades indígenas.

MEMÓRIAS TUPI EM NARRATIVAS ORAIS NO RIO TAJAPURU MARAJÓ DAS FLORESTAS - PA



Programa de Mestrado em Comunicação, Linguagens e Cultura

GEDAI – Grupo de Pesquisa Mediações e Discursos com Sociedades Amazônicas


MEMÓRIAS TUPI EM NARRATIVAS ORAIS NO RIO TAJAPURU MARAJÓ DAS FLORESTAS – PA

Joel Pantoja


BANCA EXAMINADORA:
Orientadora: Profª Drª Ivânia dos Santos Neves (UNAMA)
Professor /co-orientador Dr. Agenor Sarraf Pacheco (UFPA)
Professora Drª. Maria do Rosário V. Gregolin (UNESP – Araraquara)
Professor Dr. Nilton Milanez (UESB)
Professor Dr. Marcos André Dantas da Cunha (UFPA)


Local: Casa da Memória – Unama Alcindo Cacela, Bloco D – 5º. Andar
                       Data: 18/03/2013
                       Horário: 17:00


Resumo: A primeira parte desta dissertação de mestrado está voltada para o nosso percurso da pesquisa junto às sociedades amazônicas. Nossa pesquisa consistiu de um extenso levantamento bibliográfico sobre a região e em um trabalho de campo que aconteceu em duas etapas no Marajó das Florestas, às margens do rio Tajapuru, no município de Melgaço-Pa. Na segunda parte, as materialidades que analisamos relativas à história do presente, nesta região, são narrativas registradas em trabalhos pedagógicos e etnológicos, a segunda parte, produzida no trabalho de campo realizado com uma equipe do GEDAI, são narrativas orais contadas por moradores ribeirinhos do rio Tajapuru, coletadas em janeiro de 2012. O objetivo consistiu em analisar como estas narrativas, com suas dispersões e regularidades, dialogam com uma memória Tupi, que encontrou formas de resistências no cotidiano das sociedades marajoaras contemporâneas. A posição e o lugar que assumimos, a partir da orientação teórica da Analise do Discurso, especialmente os estudos sobre identidade e história, de base foucaultiana, permitiu ser possível, sim, pensar em uma memória discursiva Tupi, em suas dispersões e regularidades presentes nas narrativas de narradores ribeirinhos, apesar das relações de poder que implicam a nomeação do seja ser “ribeirinho” na Amazônia Paraense.
Palavras-chave: Colonialidade; Mediações; Discursos, Melgaço