quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Muragens - Crônicas de um Muro

Muragens - Crônicas de um Muro faz uma interferência ficcional num recorte urbano real, o entorno do muro dos fundos do cemitério da Soledade em Belém do Pará.
Apresentando situações diversas, pequenas narrativas crônicas - nas quais o devaneio, o Non Sense, o caráter fictício da animação marcam a contação das mesmas.

Parte 01


Parte 02


Muragens- Crônicas de um Muro
Gênero: Animação
Duração:12m11s
Colorido
Produzido no Pará
Ano: 2008

Ficha Técnica
Direção: Andrei Miralha
Co-Direção: Marcílio Costa
Direção Técnica: Nonato Moreira
Trilha Sonora: André Moura
Animação: Diogo Lima, Ítalo Ferreira, Pedro Rogério, Vinicius Souza, Geíza Santos, Rafael Reis, Otoniel Oliveira, Everton Leão e Andrei Miralha.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Ganhadores do "Osga" 2009/2

O Festival Osga de Comunicação foi um sucesso! Esse ano teve a participação de alunos de quase todos os semestres do curso de Comunicação Social além das presenças ilustres dos nossos professores e coordenadores. Como jurados, tivemos a professora Manuela Vieira e o professor Roberto Moreira na árdua tarefa de julgar os mais de 15 filmes inscritos, entre eles comerciais, documentários, curtas e trailers. Foi uma grande diversão e o fechamento de um semestre de muito trabalho e dedicação. Os ganhadores do Osga 2009/2 foram:
  • Melhor Ator: Daniel Santos (Taco Warrios)
  • Melhor Atriz: Hadassa Ralha (Verdade ou consequência?)
  • Melhor Fotografia: Taco Warrios
  • Melhor Figurino: Sorte no Amor
  • Melhores Efeitos Especiais: Pandora
  • Melhor Roteiro: Verdade ou consequência?
  • Melhor Edição: Verdade ou consequência?
  • Maior Mico: A trava pede carona
  • Melhor Filme: A trava pede carona
Ainda tivemos como ganhadores o comercial "Havaianas" dos alunos da 6PPV, o documentário "Trânsito" da 7RPN e o "O caminho brasileiro para a Cidadania Indígena" dos alunos da 4JLM.


Alguns cartazes produzidos pelos alunos para promoverem os seus filmes.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A MORTE DOS HABITARES MÍTICOS

Agenor Sarraf Pacheco


Viagens pelos rios do imenso Vale Amazônico, mais precisamente pelo estreito de Breves, no lado ocidental marajoara, em olhares de relances acompanhamos um teatro vivo de uma mãe a chorar a perda de seus filhos. Trata-se da mãe-natureza diluída em lágrimas de sangue no silêncio da floresta saqueada. Neste cenário, homens escravizados, populações locais desfiguradas, espíritos das matas afugentados, culturas ribeirinhas invisibilizadas desvelam dramas de uma história subterrânea tristemente vivida por populações amazônicas de faces marajoaras, filhas das mestiçagens afroindígenas.

Nas avenidas aquáticas, tessitura de cartografias amazônicas, continuamos assistindo a passagem de empurradores e balsas abarrotadas de toras de madeira, apenas ao som das embarcações que nos transportam de lá para cá e daqui pra lá. Não há mais vozes ensurcedoras outroramente ouvidas por Dalcídio Jurandir, na saga dos viradores de madeira, quando denunciou em matéria jornalística de 1939 a exploração sofrida por morenos corpos humanos, atrofiados pela vigília da floresta derrubada. Hoje, entre nós marajoaras, a lei do silêncio impera. Decreta-se a morte dos habitares míticos.

Nessa esteira, sangradas pelos instrumentos da cultura material rural, moderna e tradicional (potentes motores-serras, serrotões, machados, terçados) e em cicatrizes de cores artificiais para facilitar leituras de suas classificações, a floresta segue sua via-crúcis pelos rios da Amazonia Marajoara, destruída pelo ritmo da ganância de um capitalismo selvagem aposentado dos discursos acadêmicos, mas na ativa, vivo e voraz em territórios amazônicos.

Deitado em sangria rumo a outros portos, visibilizando estéticas do holocausto recriado em paisagens marajoaras, esse patrimônio natural leva consigo territorialidades de nosso patrimônio cultural e sensível. Os personagens lendários e míticos da mãe-natureza desaparecem de nosso imaginário à proporção que árvores de acapu, virola, quaruba, pau-amarelo, cedro, seus antigos habitares, são vencidos pela fúria do capitalismo industrial madeireiro em expansão e dominação nos quatro cantos de nossas fronteiras físicas e culturais amazônicas.

Esse processo fincou raízes no espocar da década de 1930, quando os seringais amazônicos foram aposentados e classificados como inúteis para a lógica mercadológica internacional. História semelhante vive nossos idosos, já que depois de longas décadas de trabalho foram escorraçados do direito à velhice, à memória e à transmissão de suas experiências e sabedorias.

Tal constatação faz lembranças de memórias narradas por antigos moradores do “abandonado arquipélago de Marajó” tomar conta de nosso interior. Uma dessas vozes insiste em não esquecermos suas proféticas palavras: “antes aqui existia muita visagem, depois que a luz elétrica chegou elas foram sumindo”. Ou histórias contadas por uma antiga curandeira, ligada ao mundo da encantaria que, ao ser questionada sobre o modo de vida na cidade do passado, sem titubear assinalou: “em outros tempos, os encantados caminhavam livremente pelas ruas da cidade. Fosse de dia, fosse de noite, facilmente encontrávamos Manoel das Flores, Tupinambá andando por aqui”.

Se um modo de vida urbanocêntrico, europeu, disciplinador e pretensamente modernizante, instalado na região marajoara com o alvorecer da década de 80, expulsou das antigas vilas o conjunto de entidades das matas e das águas, nos dias de hoje, esses seres paradigmáticos estão em apuros, pois suas vidas andam por um fio. Com isso, a morte da floresta e a poluição das águas, últimos redutos de vivência desses seres que povoam nosso imaginário mítico e são fontes para desconstruirmos cosmologias colonizadoras e dominantes, decretam que estamos na liminaridade de nossos modos de ser, acreditar, viver.

Diante da iminente morte dos habitares míticos, como amazônidas, paraoaras, marajoaras, o que estamos fazendo? Nossos diplomas, escritas e belos discursos estão sendo canalizados para que rios de vida e verdade? Este texto cumpre, portanto, uma missão: sem perder a capacidade de indignação, mesmo com poucas ferramentas para fazer frente à guerra em defesa da cultura e da vida de populações locais, seu tom poético é antes de tudo uma escrita de denúncia, politicamente comprometida com a escuta dos clamores de nossos irmãos de beiras de rios, lagos, igapós, várzeas e terras firmes, silenciados pelas vozes e desmandos de poderes recolonizadores.

Publicado em 11/12/2009

Festival OSGA de Comunicação


Professor Renato Nogueira


O “Osga”, como é conhecido, é um festival de vídeos que já vem sendo produzido desde 2005, e que começou com a finalidade de desenvolver os conhecimentos em edição não-linear (meio digital) de áudio e vídeo para alunos do terceiro semestre de publicidade e propaganda da Unama. Seu nome é uma brincadeira feita com um dos maiores festivais de filmes do mundo, o “Oscar”, e simboliza, de uma maneira bem divertida, a “maior premiação de vídeos da Amazônia”.

Esse concurso foi iniciado por alunos da universidade, até que os professores Ricardo Harada e Renato Malcher tiveram a idéia de institucionalizá-lo e transformá-lo em avaliação final. No primeiro ano, houve mais de trinta inscrições, tanto de alunos que deveriam participar do processo avaliativo como alunos de outros semestres, que ficaram interessados em produzir seus vídeos.

No mês da apresentação, que é marcado sempre no final de cada semestre ou uma vez por ano, são espalhados por toda a Universidade cartazes dos trailers e curtas que serão apresentados, chamando assim a atenção de outros alunos que também produzem os seus trabalhos para concorrer. Nesses últimos anos, já foram produzidos filmes que usaram até “Stop Motion”, técnica de animação onde são tiradas várias fotos, que quando colocadas em sequência, dão a ilusão de movimento resultando em um trabalho muito interessante.

No dia da mostra, as torcidas organizadas pelos alunos, os convidados e os concorrentes se encontram para uma noite de muita diversão e apreciação dos vídeos produzidos que concorrem em categorias já pré-estabelecidas, que são: melhor filme, melhor ator, melhor atriz, melhor roteiro, melhor fotografia, melhor figurino, melhore efeito especial, melhor edição e finalmente os prêmios mais esperado da noite, o de maior “mico” e melhor filme.

Nessa segunda edição do ano de 2009, o festival sofreu algumas modificações e foi aberto para as outras habilitações do Curso de Comunicação da Unama, as de Jornalismo e Relações Públicas, que participarão com vídeos produzidos durante o curso, reportagens e documentários, todos colocados em categorias específicas.

Esse ano, o Festival Osga de Comunicação terá a apresentação de curtas paraenses, alguns vídeos selecionados, culminando com os trabalhos dos alunos e será na Unama Br, às 19 horas, no Auditório 03 que fica na Br 316, Km 03 em Ananindeua – PA.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Cassação do prefeito Duciomar Costa: "Ei, Al Capone! Vê se te orienta!"


Estamos no final do semestre e em breve muitos trabalhos de alunos aparecerão neste blog. Mas as notícias da cassação de Duciomar Costa e da liminar que lhe permite continuar como prefeito de Belém não podiam passar em branco no Breados.
Não vou, aqui , entrar nos méritos jurídicos da sentença e da liminar. Quero chamar à atenção a um outro aspecto do processo: sua implicação simbólica.
Nos últimos anos, a sensação que se abateve sobre os moradores de Belém foi de total apatia. A cidade está absolutamente sem governo e esta é uma realidade que podemos estender ao Pará, como um todo. O discurso do "nada vai mudar" e "nada pode ser feito" domina as conversas nas escolas, nas universidades, nos supermercados, na mesa de bar, no engarrafamento...
Voltei a morar em Belém, agora no segundo semestre de 2009 e era quase inacreditável que o prefeito houvesse sido reeleito. Quando perguntava para as pessoas do porquê desta reeleição, as respostas eram meio vagas: asfalto na periferia, negociação de cargoos comissionados... Nada de supreendente. O que surpreendia mesmo é o estado em que a cidade se encontra: lixo espalhado pelas ruas, atendimento à saúde absolutamente sucateado e claro, o caos do trânsito, dentre tantos outros problemas graves. Simultaneamente, os escândalos de desvio de verba.
Parecia que nada podia mudar a situação. Simbolicamente, depois que Belém não conseguiu ser sede da Copa, parace que a cidade mergulhou  num total descrédito.
Agora, a cassação de Duciomar. Não foi por nenhum dos processos a que ele responde por fraudes, desvios de verba. Foi cassado no estilo Al Capone, como me dizia uma amiga do Direito.
Não sei no que vai dar. Vamos aguardar a dança da justiça e o bailado dos advogados. Também não crio expectativas em relação ao outro grupo que poderá assumir a prefeitura. Minha questão continua no nível do simbólico: se a cassação se efetivar, a sensação muda. Muito provavelmente vamos poder voltar a acreditar que a cidade pode melhorar, que o engarrafamento pode diminuir... E, que, principalmente, quem estiver no poder pode ser destituído...
Quando as Torres Gêmeas ruíram naquele fatídigo 11 de Setembro, ruiu também o discurso de que os Estados Unidos eram inabaláveis. Quem sabe esta cassação possa fazer ruir o discurso do inabalável e do "nada vai mudar" e "nada pode ser feito" entre nós! Os mais céticos vão me julgar romântica, mas por que não acreditar? A quem interessa não acreditar que é possível mudar?
Vamos Aguardar!
Ivânia Neves

domingo, 22 de novembro de 2009

Projeto Faces da Amazônia: Identidades,Culturas, Comunicações

Evento do curso de Comunicação Social da Unama - Universidade da Amazônia



CALENDÁRIO DE ATIVIDADES
* Organização das equipes de pesquisa;
(19 a 23 de outubro)
* Realização da pesquisa de campo
( 27 de outubro a 13 de novembro)
*Preparação do material de exposição
(16 a 27 de novembro)
* Montagem e realização do III Expo-Show de Jornalismo
(03 e 04 de dezembro)

Problemática
Desenvolver pesquisas de campo, explorando visões e representações construídas pelos meios de comunicação escritos, digitais, sonoros, auditivos e visuais sobre vivências, identidades e práticas culturais de homens, mulheres e crianças, descendentes de matrizes indígenas, européias, africanas e outras misturas na Amazônia Paraense.
A proposta é captar como e o que diferentes canais comunicacionais evidenciam, por meio de suas variadas linguagens, aspectos dos modos de ser, fazer e viver dos habitantes dessa região multiétnica. A ênfase recaíra no cotidiano de vida de populações urbanas, de áreas periféricas e rurais, de ambientes ribeirinhos, de várzea, terra firme e beira de estradas.


Objetivos

* Incentivar alunos de comunicação a exercitarem práticas de pesquisa em arquivos que registrem por meio de linguagens escritas, digitais, sonoras, auditivas e visuais o cotidiano de populações amazônicas;


 *Visibilizar representações elaboradas pelos meios de comunicação belenenses sobre populações de traços ameríndios, europeus, africanos, afroindígenas e outras misturas étnico-raciais;

*Desconstruir visões estereotipadas, apresentadas por canais comunicacionais a respeito dos modos de vida de populações filhas das mestiçagens amazônicas.

Caminhos de Investigação
*Organizar equipes de 4 a 6 alunos para trilharem os caminhos de investigação. Cada equipe deverá escolher com qual tipo de arquivo ou linguagem comunicacional pretende trabalhar:

*Jornal e Revista Impressa e Digital ;
*Programa de Rádio ;
*Programa de TV;
*Comerciais ;
. Entrevistas;
.Novas mídias;

Resultados:
A partir do levantamento realizado em arquivos de pesquisa ou em atividade de campo, os alunos organizarão materiais para uma exposição, apresentando painéis com:
fotojornalismo;
poesias;
reportagens ou crônicas jornalísticas,
composições musicais,
Artigos acadêmicos;
peças de teatro, coreografias;
Literatura de cordel;

Professor Proponente:
Agenor Sarraf Pacheco

Professores Colaboradores:
1. Ivania Neves
2. Elaine Oliveira
3. Lucilinda Teixeira
4. Marcus Vinicius
5. Raimundo William
6. Stela Pojuci

Todas as produções do evento serão divulgadas neste blog. Em breve, novas notícias...


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Intervenção no Pará

Finalmente o Estado Brasileiro resolveu parar a devastação da Amazônia paraense? Será que finalmente a vida em alguns municípios, onde as pessoas respiram fumaça, vai ganhar mais dignidade? Será que depois de tanta denúcia resolveram colocar um fim na prostituição de menores no interior do estado?Os responsáveis pelos assassinatos no campo vão ser detidos, julgados e condenados? Os prefeitos acusados de desviar dinheiro da merenda escolar vão ser afastados? A intervenção aconteceu porque a verba destinada a Belém pelo Ministério da Saúde não foi totalmente aplicada? Há intervenção porque as escolas públicas do interior estão sem professores? A intervenção aconteceu porque a polícia não oferece condições mínimas de segurança à população da capital e do interior? Será que a intervenção aconteceu porque finalmente resolveram apurar as fraudes nas últimas eleições municipais?

Todas estas razões seriam bastante procedentes para justificar uma intervenção no Pará. Mas, nenhuma delas está aparelhada com o aparato jurídico dos grandes proprietários de terra. Vivemos em um Estado de Direito que precisa fazer cumprir suas decisões judiciárias. A reintegração de posse está dentro da legalidade e é procedente a intervenção. O Governo do Pará não tem cumprido as determinações da justiça. E de fato há uma clara sensação de que o estado está sem governo.

Fica, no entanto, uma eterna pergunta óbvia: quem faz parte do Estado de Direito? Agora que se pronuncie o presidente! Saímos da dança jurídica para o bailado político de véspera de eleições.
Ivânia Neves

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Chama Verequete!!!!

Morreu aos 93 anos o Mestre Verequete! Uma das vozes negras mais significativas destas múltiplas Amazônias!


Na nossa cultura, a morte normalmente é vista como dor, como perda. Talvez não devamos lamentar a morte de homens como Vereque. Existem outras formas de olhar para estas partidas. Em relação ao mestre do carimbó, penso que seja melhor pensar que foi muito bem ele ter existido, ter vivido entre nós.

Verequete é uma das maiores expressões artísticas de nosso estado. Sua passagem pela terra, sem dúvida, fez diferença na nossa cultura.
Siga em paz, Verequete! Muitas e muitas gerações ainda vão te chamar!



Siga em paz, Verequete! Muitas e muitas gerações ainda vão te chamar!

Ivânia Neves

sábado, 31 de outubro de 2009

Professor Doutor Benedito Nunes

Ivânia Neves
No último dia 23 de outubro, a Unama-Univeridade da Amazônia outorgou o título de "Doutor Honóris Causa" ao professor Benedito Nunes. Sua trajetória como intelectual é tão abrangente que é difícil clasificá-lo. Escritor? Professor? Filósofo? Crítico literário?

Em minha trajetória acadêmica, tanto na teoria literária em Belo Horizonte, como na antropologia, aqui em Belém, ou estudando análise do discurso em Campinas, seus livros sempre estiveram presente. Até mesmo em Montreal, no Canadá, tive o privilégio de encontrar um dos seus livros na biblioteca, O Tempo na Narrativa .
Durante a solenidade, em seu breve e significativo discurso, o mais importante intelectual paraense vivo emocionou a todos, quando falou de sua obra.
Brincando com a professora Amarilis Tupiassu, afirmou que escreveu apenas "13 livros", mas que eles não representavam a parte mais significativa de sua obra. Para Benedito Nunes, foi em sala de aula, num processo dialógico com os alunos, qunado aprendia e ensinava, que ele deu sua maior contribuição.
É um privilégio ser contemporânea de Benedito Nunes. Estar presente à solenidade aumentou ainda mais a admiração pela sua trajetória!

Para quem não conhece nada sobre ele:
BENEDITO NUNES :-Entrevista para o Jornal “O Liberal” (Belém)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Imagens da Amazônia 1

Pulmão do Mundo ???
Andréia Silva
Blenda Gomes
Izabella Alves
Victória Oliveira

"Se a Amazônia consome mais oxigênio do que nos dá, como dizer que ela é o pulmão do mundo?"




"Se a Amazônia consome mais oxigênio do que nos dá, como dizer que ela é o pulmão do mundo?"


Triste, né? É como dizer que Papai Noel não existe.

A publicidade é recente, mas apresenta uma ideologia totalmente remota e infundada. E pior, poucos se tocaram disso.

Por que será? O olhar estrangeiro sobre a Amazônia, promovido pela mídia, não tem participação nessa cegueira?

Vemos que o discurso indireto, mais uma vez, leva o conhecimento para os habitantes da região, os quais o julgam como melhor, sem se atinar que somente quem mora aqui, sabe passar a informação corretamente. Afinal, tem aprendizagem melhor do que a convivência? Deixemos, por favor, de ver o discurso do outro de forma incontestável.

Eu e você estamos carecas de saber que o nosso verde é mais falado que conhecido, mais discutido do que vivido. Então desmitifique. A força e a riqueza amazônicas vêm das águas, ops, das algas. Tais se encontram espalhadas por todos os oceanos, e apesar de microscópicos realizam um trabalho grandioso: consomem pouco e são maiores produtores de oxigênio. Amazônia, patrimônio brasileiro. Encha o peito e defenda o que é seu.

Desde o século XVI...
Andréia Silva
Blenda Gomes
Izabella Alves
Victória Oliveira 4PPM11
... A Amazônia já é visitada por dezenas de embarcações das mais diferentes potências européias e o 1º contato feito por meio das estradas aquáticas. Elas foram e ainda são muito importantes para o tráfego de pessoas, turismo, assim como também, e não recente, o comércio – que se movimenta por tais vias com produtos legais e ilegais.

Comendo peixe com açaí, qual o cartão-postal mais visitado de Belém? Muitos produtos que são vendidos no Mercado do Ver-O-Peso você acha que vem de onde? Tal cotidiano belenense desestrutura o discurso do outro, que sempre é embasado pela memória colonial.
Com isso tudo, porque falar que a Amazônia é verde? Será que faltou lápis de cor? Não podemos pensar que é só mato, pois 40% das reservas de água doce superficiais do planeta estão na Bacia Amazônica. Além de que drena cerca de 25% da superfície da América do Sul. Tal percentual corresponde a 1/5 do volume de água nos oceanos.

A água é um bem renovável e há aqui um grande volume desse bem. Será que quando houver escassez de água o Mercado mude de nome? A Amazônia será o fornecedor mundial.

Ei vem cá... Tu não sabes que em 2025, 2 de cada 3 habitantes do globo deverão passar sede ou adquirirem doenças devido à má qualidade da água? Por isso os ambientes aquáticos precisam ser protegidos.
E então, por que não fazer publicidade para alertar essa questão?

Sincretismo religioso na Amazônia
Eddvylly Lima
Luciana Santos
Thalita Brandão
Walessa Reis 4PPM11
A foto busca demonstrar a miscigenação da cultura negra (Candomblé) com a cultura indígena (Caruanas), originando na região Amazônica a religião que conhecemos por Umbanda, elemento este que não é demonstrado e tampouco valorizado quando se fala em Amazônia nos meios de comunicação. O misticismo negro é mais reconhecido como elemento integrante da cultura nordestina principalmente nos estados do Maranhão e da Bahia.



Esta foto acima exposta demonstra um terreiro de Umbanda, situada no distrito de Icoaraci, onde os integrantes bailam, cantando doutrinas tal qual no Candomblé invocando a incorporação dos espíritos indígenas Carunanas.

A prostituição na Amazônia
Eddvylly Lima
Luciana Santos
Thalita Brandão
Walessa Reis 4PPM11


Esta foto retrata a prostituição infantil nos portos da Amazônia, revelando uma situação comum na região, mas que não é conhecida por muitas pessoas, principalmente as dos outros estados brasileiros e que aos poucos vem sendo denunciada através dos meios de comunicação. Infelizmente a Amazônia possui essa realidade e que se mostra como uma imagem negativa para a região, que se desenvolve muito mais em pequenas cidades e de difícil acesso do que nas capitais, o que dificulta a intervenção das autoridades.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Imagens da Amazônia

Amazônia à venda
Geraldo Wladimir Guimarães Nogueira - 4JLN11
Lucas Ismael Rezende
Luiz Armando Paes Loureiro Viana

Muitos dizem que a Amazônia está à venda, que logo, os Estados Unidos, sem mais recursos para continuar sua produção, acabarão por negociar com o governo brasileiro para que possam extrair todas as riquezas que aqui possuímos, dentre elas, principalmente a água, a maior de todas. Contudo essa é uma história que ainda não passa de rumores procurando fazer intriga, pois mesmo que o Tio Sam esteja mesmo de olho na floresta, esse ainda se trata de um futuro deveras distante, que não deveria ser levado com tanta comoção por pessoas desesperadas.


O reflorestamento da floresta amazônica é uma bela iniciativa de pessoas que pensam no futuro. Todo dia, áreas imensas são desmatadas e queimadas sem nenhum escrúpulo, como se a floresta fosse magicamamente se reerguer depois de tanto abuso de seus recursos naturais. O reflorestamento é uma forma de mostrar que o ser humano ainda possui salvação e sendo assim, que a própria floresta também pode ser salva. É preciso que mais pessoas aprendam sobre a real situação que a floresta se passa, para que parem de se preocupar com coisas sem importância e possam ajudar causas realmente relevantes.


Povos isolados na floresta
Denis Cardoso Baima
José Andrey dos Anjos
Cleomenes Mota
Silena De Nazaré Veiga Lima
Elza Ribeiro Vieira 4JLN11
Cerca de 70 sociedades ainda vivem isoladas no interior da floresta amazônica, longe do contato com a civilização. Provavelmente estas etnias já compreenderam que para se manterem integras e sobreviverem precisam estar longe do convívio com os brancos.




A FUNAI implementa políticas de não interferência, respeitando o comportamento desses grupos, determinados a todo custo a se manterem longe da nossa civilização.
Mas o que é civilização? As pessoas que destroem a floresta, disseminam doenças e só trazem destruição?
Então quem precisa ser civilizado? O índio, que mais do que ninguém constrói e pratica a biosustentabilidade ou nós que ainda não compreendemos o meio ambiente como parte inseparável de cada um, que ainda não conseguimos ter uma visão holística, em que cada um seja parte integrante deste grande ecossistema.


Portanto, ao nos depararmos com imagens reais de povos desconhecidos, não os julguem como inferiores ou arredios, são apenas seres humanos buscando o que também queremos: sobreviver. E só isolados desta nossa civilização eles poderão perpetuar sua maneira característica de viver!

O novo Eldorado dos sonhos
Denilson D’Almeida Barroso
Karina Samille Alves Costa
Janaina Haila Lima Cruz da Silva (4JLN11)
Reza a lenda que Eldorado era uma terra indígena de riquezas abundantes, com ruas de ouro e construções erguidas em pedras preciosas, era a cidade do ouro – localizada próximo onde hoje fica Bogotá, na Colômbia. Esta é a síntese de um mito, uma história contada por espanhóis no século XVI para atrair aventureiros para um mundo desconhecido chamado “América”. A existência de Eldorado nunca foi confirmada, nem esquecida ao longo do tempo, tanto que mais de quatro séculos depois se falava em um novo Eldorado, desta em vez em solo paraense. Era a Serra Pelada, uma nova esperança no coração de aproximadamente 60 mil homens que caçavam a sorte na Amazônia.
Era o começo da década de 1980 quando um boato de que toneladas de ouro podiam ser encontradas em um córrego próximo ao morro de fazenda chamada Três Barras. A notícia atraiu imigrantes de todas as regiões do Brasil, sobretudo dos estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, e também de outros países como o Suriname. Muitas dessas pessoas nunca nem tinham visto a cor do metal.
]Em menos de três anos, a Serra Pelada já era considerada o maior garimpo a céu aberto do mundo, na qual foi extraída oficialmente 30 toneladas de ouro deixando uma imensa cratera, do tamanho equivalente a três estádios de futebol, com mais de 100 metros de profundidade foi o que restou da Serra.


Nesta fotografia feita por Sebastião Salgado, em 1986, está nítido o trabalho dos garimpeiros que foram trabalhar na Serra Pelada. Eram tidos como selvagens, trabalhavam na lama e nela construíam suas moradias feitas em barracos de tábua que apodreciam rapidamente devido ao clima da região. Era um trabalho extremamente manual, milhares de miseráveis que subiam e desciam a cava com sacos de lama nas costas, cujos passos eram vigiados por agentes da Polícia Federal e por policiais militares. Não se tem um registro exato de quantos garimpeiros estiveram na Serra Pelada, alguns dados revelam que foram 60 mil, outros 80 mil e no mais elevado 100 mil.
Até a data da foto, era proibida a entrada de mulheres na Serra Pelada, entretanto neste mesmo ano passou a ser liberado acesso delas na área e a formação de famílias.
A imigração sempre esteve presente no processo de povoamento da Amazônia desde o momento em que começou a colonização por europeus, no caso da Serra Pelada temos apenas mais um exemplo vivo disto. Quantas lutas pelas massas foram sediadas em nosso território, quantos sonhos... e quão grande é a força dos recursos naturais, capaz de atrair a cobiça de várias partes do mundo.

O lago que se tornou Serra Pelada Hoje
Hoje o que era uma montanha é um grande lago e esconde um lugar que como poucos alimentou cobiça e fantasia. Nos anos 80 Serra Pelada foi considerada a maior concentração de trabalho humano desde a construção das pirâmides do Egito. Vinte anos depois a Vila de Serra Pelada, mais parece uma cidade fantasma e já não tem mais histórias de riqueza. E como num jogo de azar, poucos ficaram ricos.


Foi com a ilusão do sonho eldorado que muitas pessoas chegaram a Serra Pelada, na tentativa de enriquecer, os que conseguiram um pouco mais gastaram rápido, fortunas efêmeras, que evaporaram depressa. Para a população a única coisa que não passa depressa é a pobreza, para eles uma terra de conflitos, que se vive de ilusão do ouro, um lugar de humilhação, que se morre por encomenda. Em Serra Pelada as condições dos trabalhadores eram sub-humanas, havia surto de meningite e malária, morriam cerca de três garimpeiros por dia, fora os que morriam à base do 38.
Especialista descobriram que ainda há muita riqueza em Serra Pelada, só dentro do lago há cerca de 6 toneladas de ouro e no subsolo 150 toneladas, o que equivale a cerca de 6 bilhões de reais. Muitos ainda esperam as toneladas de ouro ali submersas.
Atualmente os 7 mil remanescentes da população garimpeira vivem em condições muito precárias, com a esperança de uma possível reabertura do garimpo e a mesma ilusão do lugar que no passado atraiu milhares de pessoas, de diferentes lugares, em busca de um único sonho, enriquecer na busca pelo ouro.


A pé, de carro, de trem ou de avião? Não... pelo rio!
Thaís Luciana Corrêa Braga
Camila Emília Nonato de Barros
Lorena Palheta
Ana Paula de Melo Freitas(4JLN11)
A transamazônica foi pensada para interligar as regiões do Brasil já há algumas décadas. Ainda assim, ela é o tipo de rodovia que parece lugar nada a lugar nenhum. Sem pavimentação, é freqüente que atoleiros e acidentes ocorram por lá no período de chuvas. Não sem razão, as pessoas que passam por isso ficam putas. Porém, o que vejo é elas ficarem mordidas com a região, com o lugar, com a situação; quando, na verdade, deveriam ficar com raiva dos governos sulistas e elitistas que grande parte deles elege.
Ora, de quem foi a idéia de pôr a floresta a baixo para construir rodovia numa região que concentra grande parte da malha hidroviária do mundo? Certamente não foi dos índios Asurini do Xingu. Quem é que propagandeia por aí que utiliza “zilhões” de reais em obras de infra-estrutura? Provavelmente essa pessoa não mora no mesmo país que eu. A quem beneficiou a construção da transamazônica? Será que foram os ribeirinhos e povos indígenas, ou os donos dos caminhões que aparecem na imagem 1, bem como os donos de petrolíferas que abastecem esses automóveis e também os patrões das pessoas que dirigem esses veículos?
Esta imagem acima é uma representação da Amazônia que não tem um amazônida sequer; portanto, é distorcida, intransigente e equivocada. Fala-se tanto em Amazônia, porém não vejo as atenções se voltarem para o que ela tem de melhor: os recursos hídricos. Não sei se agradeço aos céus ou não; afinal, tudo para o que esse homem volta os olhos, com o tempo é destruído.

A importância da água


Falar de Amazônia requer mais do quem pensar só em biodiversidade, desmatamento, subdesenvolvimento. O maior patrimônio da Amazônia é sua grande reserva de água doce. Mas não para por aí. Essa água que corre por vários rios da região tem um imenso potencial: o transporte fluvial, embora ainda seja pouco explorado.

Água e floresta: quem dá mais?
Kyria
Maria Waldecira 4JLN11
Quem disse que o maior tesouro da Amazônia é a floresta? E pior, quem foi que disse que a Amazônia é o pulmão do planeta? Se estudarmos um pouco mais a fundo a real importância da região amazônica, veremos que seu tesouro mais valioso é a água.



Sim, a água. E não é qualquer água, é a doce.

Futuramente, e esse futuro não está tão distante, o mundo todo vai se preocupar com um problema gravíssimo. Bem, todos precisam tomar banho, beber água, enfim, realizar necessidades diárias em que o uso da água está envolvido. E o grande problema é que não haverá o suficiente para todos!
Muitos países já estão cientes disso, e já querem tomar posse da nossa Amazônia. Não podemos deixar que isso aconteça, temos a solução, a salvação dentro do nosso território, e vamos simplesmente deixar que o levem.
O Rio Amazonas será tão disputado quanto a copa do mundo. Mas o povo brasileiro deveria se mobilizar e torcer para o rio continuar sendo nosso da mesma maneira que fazem na copa, tendo em vista que essa conquista é de extrema e maior importância, já que influenciará na vida de todos nós.


A cor verde na bandeira brasileira representa as florestas que existem no Brasil. A floresta amazônica é a principal delas, e está sendo brutalmente devastada a todo minuto.

Para que continuar com a cor verde na bandeira, uma vez que, daqui a poucos anos já não teremos o verde no próprio país?
Temos duas opções:
1. Parar com o desmatamento, ou pelo menos, começar a utilizar o desmatamento sustentável. Dessa forma, poderemos manter o verde na bandeira do Brasil.
2. Virar as costas, cruzar os braços e fingir que não estamos vendo, ou seja, continuar com o que estamos fazendo, e deixar que a floresta desapareça completamente com o tempo. Mas esta opção inclui também a mudança na bandeira brasileira, não haverá mais a parte verde.
Pelo rumo que as coisas estão levando, não será surpresa se todos continuarem agindo de acordo com a opção 2.
A imagem pode ser apenas uma charge, mas não podemos deixar de levá-la a sério. O pedido de socorro que ela carrega é muito mais importante e notório do que o humor.
Infelizmente, muitas pessoas só conseguem enxergar o lado humorístico. Não podemos culpá-las, é bem mais fácil, cômodo, e querendo ou não, somos induzidos diariamente a não enxergar a verdade por trás de uma mensagem.

Amazônia de todos nós.
Nathacia Monteiro Parente 4JLN11
Amazônia de todos nos, cheia de encantos e belezas, cercada por águas e belas paisagens e inundada de grandes mistérios. Lugar cheio de riquezas naturais anunciadas e ocultas, habitado por gente simples e guerreira que batalha pra viver da maneira que pode.
As pessoas que vem de fora logo enxergam o tamanho da necessidade dos ribeirinhos que habitam as margens dos rios da Amazônia mas, será mesmo que os ribeirinhos tem tão pouco? ou será que as pessoas que por ali passam que tem mais do que deviam?
Talvez os ilustres visitantes, acostumados à praticidade da vida moderna, já não consigam enxergar a riqueza naquilo que é simples.
Se olharmos por outro ângulo, ignorando a venda que a modernidade pôs em nossos olhos, veremos o quão ricos são os ribeirinhos.
As palafitas em que eles moram parecem mínimas diante da grandeza e do conforto presentes nas casas e prédios das cidades, porem para um homem que mantém suas tradições, sua casa é seu castelo, seja ele de madeira ou não.


Suas crianças brincam livres, aproveitando ao máximo o que a natureza e os ensinamentos dos seus ancestrais têm a oferecer. Enquanto que crianças modernas brincam atrás dos muros e grades dos condomínios, deixando de lado os conselhos dos mais velhos e afundando-se cada vez mais cedo na Internet.
Por viverem em meio à natureza, alimentam-se da maneira mais natural possível. Enquanto que os cidadãos civilizados lutam para controlar o colesterol já que se alimentam cada vez pior.
Trabalham para poder viver, já nos, vivemos pra trabalhar.
Lá o som que predomina é o cantar dos pássaros e o movimento das águas. Aqui, estamos perdidos em meio a tanto barulho e poluição sonora.
Quando mudamos a nossa maneira de encarar uma realidade distante e até mesmo oposta a nossa, passamos a compreender a realidade dos outros, enxergando a beleza onde antes víamos apenas as cinzas. É preciso mudar o foco e parar de tentar fazer com que eles, os ribeirinhos da Amazônia, desejem ter a vida que nos das cidades temos, e preciso que a gente lembre que nos também somos parte da Amazônia dos ribeirinhos.

Destruição para Construção

Debora Barros 4JLN11
Na formação do Estado brasileiro, a Amazônia tem sido colônia de exploração dos governantes aliados com interesses privados nacionais e transnacionais, seguidos de uma prática neocolonial caracterizada pelo saque e rapinagem de seus recursos naturais, minerais e madeireiros.




A Amazônia é uma região abandonada, entregue a um predatório e primitivo extrativismo da floresta tropical.
A atual situação da Amazônia exige, imperativa e urgentemente, uma ativa intervenção do Estado. O que está em jogo não é apenas a necessidade de dar um tratamento racional à exploração de seus recursos, mas, com não menor relevância, a necessidade de preservar os interesses nacionais naquela imensa região.

A Invenção da Amazônia.
Adriano Padilha (4JLN11)


Todo mundo tem a consciência (pelo menos a maioria das pessoas) o quão importante a Amazônia é, não apenas para o Brasil, local onde a sua maior parte se concentra, mas também para todo o planeta. Ao mesmo tempo em que se sabe da importância que essa imensa área representa para a humanidade, o ser humano continua agredindo incessantemente a fauna e a flora deste local.
Porém, se deturpa muito quem são os grandes causadores da destruição da Amazônia. Ainda existe uma idéia muito equivocada do restante do próprio país sobre o que e quem vive na Amazônia brasileira do século XXI.
A imagem do índio ignorante correndo nu pelas matas e pelas cidades do Norte do Brasil e de que os cidadãos vivem cercados por jacarés e onças, é uma visão ainda presente nas mentes de muitos sulistas. Para a grande parte do mundo, que assiste de longe a devastação dessas terras, o homem do norte é um individuo que sobrevive da destruição das matas e da matança descontrolada dos animais. Segundo os “homens do sul”, que se consideram “os grandes conhecedores dos problemas do país”, o causador da maioria dos problemas que a Amazônia sofre hoje em dia é o próprio amazonida.



Claro, é muito mais cômodo e interessante colocar o foco da culpa apenas na população que vive no centro dessas destruições, do que conseguir junto ao governo iniciativas públicas de fiscalização das grandes empresas abusivas que se encontram nessas áreas. Muito mais fácil “atirar pedras” contra os ribeirinhos que necessitam da pesca e da caça para sua sobrevivência, do que aceitar que os verdadeiros causadores de tantos problemas são os que estão no outro extremo desse mapa. Os empresários e madeireiros, que destroem a mata e tudo que nela vive, unicamente para obter lucros financeiros pessoais.

Está certo que é impossível não haver alguma destruição nas florestas amazônicas, além do mais, várias matérias-primas de grande utilidade para a economia nacional e mundial partem da Amazônia. Mas, estou aqui criticando o uso desenfreado e irresponsável desses recursos por pessoas e empresas que ainda por cima, injustamente, culpam a classe que não é totalmente e verdadeiramente responsável.
Os verdadeiros homens da Amazônia são indivíduos pouco conhecidos pelo restante do mundo, apenas quem convive com eles diariamente pode ter alguma noção de qual a relação que eles mantêm com a diversidade que os cerca. São pessoas de tradição forte e costumes exóticos e diversificados, que foram sendo moldados com a ajuda de vários personagens que fizeram parte de sua história.
Antes de outro grupo de sulistas, nordestinos ou de qualquer outra parte do Brasil e do mundo vier para a Amazônia dizendo asneiras sobre os cidadãos que aqui vivem e, ante de acusá-los de principais responsáveis pela extinção das florestas amazônicas, seria muito bom passarem pelo menos um ano vivendo em nossas terras. Um ano olhando e convivendo com nosso povo, quem sabe assim não notam que os grandes errados nessa história toda são eles mesmos. Podem ter certeza que serão muito bem acolhidos.

O que pescaremos amanhã?

Vivian Nery Mendes – 4JNL11
Cerca de 500 anos atrás, uma charge como essa era inimaginável. Depois, já era possível imaginar algo parecido, como moedas de ouro no lugar da lata de sardinha, mas não tão grave assim, pois ainda existiam peixes na água – que ainda não eram mutantes.


Hoje, essa charge poderia até ser reproduzida fielmente na vida real, como um live action, se ainda existissem as personagens. Não que os indígenas tenham todos morrido, ou que a floresta tenha sido toda queimada, ou ainda que rio tivesse secado e os peixes estivessem em extinção, mas é quase isso. A população indígena diminui a cada dia que passa, assim como a floresta, os peixes e a água. Parece até o fim do mundo. Mas ainda não é o fim do mundo, não, que é isso. É só o fim da Amazônia.
Deixando o exagero de lado, a Amazônia não vai acabar agora, nesse ano, nesse exato momento. Ainda faltam algumas árvores para cortar, alguns rios para poluir, alguns animais para matar, e alguns indígenas para aculturar.Por ano, cada atividade dessas tem no mínimo, 1% de efetividade. De 1% em 1% (que é o mínimo), em 100 anos se chega a 100%. E continuando nesse ritmo, um dia acaba mesmo.
Então essa charge – que já é bastante chocante – vai evoluir. Ao invés do índio, talvez algum ator branco, ou um índio com paletó, de preferência, em cima de um Ford. No lugar da floresta, a indústria: porque a indústria invade como erva daninha, fixando suas raízes na terra e matando as árvores ao redor. Plantam-se indústrias, ao invés de árvores. Se ainda existir rio, ao invés de bege, provavelmente será negro mesmo. E animais, se aparecerem, só empalhados. A destruição da Amazônia vai ser quase como a era glacial. O que não vai mudar vai ser a sardinha em lata. Por isso, é bom se acostumar a comer logo.

A culinária da Amazônia Paraense
Vivian Nery Mendes – 4JNL11
Muruci, taperebá, tacacá, tucupi, açaí, bacuri, cupuaçu, caruru, maniçoba, jambú, acerola, pupunha, tapioquinha... a lista é grande e mencionar tudo dá até água na boca. Seja pelas frutas ou pelos pratos regionais, é certo que a culinária paraense tem muito a oferecer: é exótica e bastante variada, até mesmo em seus temperos. Não apenas exótica e variada, também é saudável. Por exemplo, uma tigela de açaí puro, que é rico em ferro, equivale a uma refeição completa, tendo capacidade de sustentar o corpo durante duas horas de alguma atividade pesada, como a corrida. E sem precisar ser misturado com outros complementos energéticos, como guaraná ou a castanha, como é feito em outros estados. No máximo, se acrescenta um pouco de açúcar “só pra dar o gosto”.


A maioria das pessoas que provam a comida paraense se rende aos seus sabores. Prova disso é que ela é bastante comercializada no exterior do estado e do país. Não apenas no setor gastronômico, elementos da culinária paraense atendem em outros setores, como o de estética corporal: várias frutas e ervas daqui são utilizadas para a criação de perfumes, hidratantes corporais e cremes capilares. Também atende o setor da moda, afinal, quem nunca viu alguma roupa ou acessório fashion paraense que não tivesse ao menos uma sementinha de açaí no meio?
Todas essas razões e outras mais servem para comprovar o fato que a culinária da Amazônia paraense vai além de uma simples complementação cultural, e que é a identidade de uma região, de uma cultura, de um povo.

Garfo e faca. Vai aí um pedaço da Amazônia?!
Pedro Cavalcante
Maria Espírito Santo barbalho
Fiquei surpreendido com uma reportagem e logo em seguida, por um comentário de um dos âncoras da Rádio CBN – Alguns meses atrás. O tema era o seguinte: Grandes redes supermercadistas boicotam carnes vindas do Pará.


Minha reação foi de total aprovação. Porque, os matadouros paraenses que tiveram suas carnes boicotadas, contribuíram para o desmatamento da Amazônia. Como isso? Com a derrubada insaciável de árvores para a criação de pasto.
Quem não está cansando de ver nos jornais, o povo lá do sul e centro-oeste opinando sobre a Amazônia? Quando será que o povo da Amazônia tomara juízo, e entender como é importante preservarmos essa floresta?
Vejo sempre matérias que falam de quantas centenas de campos de futebol é correspondente ao desmatamento na Amazônia. É triste ver que a ganância da minoria, porém poderosa elite, pode deixar uma coisa tão linda torna-se um nada sem vida.
Estou muito filosófico hoje!
Admiro a decisão tomada pelas grandes redes supermercadistas - Pão de Açúcar, Wallmart e Carrefour - apoiando ou pelo menos seguindo a pesquisa realizada pelo Greenpeace, onde constataram que a grande maioria dos matadouros que vendiam carnes bovinas do Pará, contribuía no desmatamento da Amazônia.
Apesar disso não ajudar economicamente o estado do Pará, mas quem sabe agora os matadouros que tiverem seus serviços todos legalizados e ambientalmente corretos, tenham mais chance no mercado, ao invés daqueles que só contribuem para destruição da Amazônia, ou porque não dizer, para a destruição do planeta.

Amazônia indígena
Danilo Magela Barros Sousa

Helline Meireles Melo
A forte influência exercida pelos nossos ancestrais indígenas nos dias atuais, ainda se faz presente em alguns setores da sociedade.

Nossa realidade está cada vez mais invadida pelas culturas estrangeiras e este processo começou no período colonial. Esta invasão estrangeira, muitas vezes, consegue exercer um papel colonizador que em vários momentos passam despercebidos pela maioria da população.
Um exemplo bem grande desta influência é quando um cidadão consome ou usa uma roupa com estampa em dizeres que não é a sua língua oficial, e nem sequer sabe que sentido aqueles dizeres tem como significado.
A imagem pode até nos causar estranheza, mas apesar de todos os percalços, a cultura indígena se faz presente em nossas manifestações artísticas. Neste caso encontramos um artesão produzindo um vaso marajoara, característico das tribos indígenas que aqui habitavam antes da “exploração”. Ainda hoje encontramos este tipo de cidadão que carrega as suas tradições com amor e paixão, colocando a sua demonstração de técnica indígena para a comercialização.
Em alguns lugares como Icoaraci, encontramos vários artesãos que sabem manusear as técnicas indígenas e produzem vários vasos e cerâmicas marajoaras. Esta imagem tem um valor positivo devido à dificuldade que é nos dias atuais encontrarmos pessoas que buscam seu subsidio, na expressão indígena que praticamente é esquecida pela maioria da população que aqui vive.



domingo, 18 de outubro de 2009

Imagens da Amazônia 2

Outros olhares sobre Belém
Isabela e Larissa 4PPV11

Atualmente esta costuma ser uma cena típica em Belém do Pará: jovens amigos que se juntam e formam uma banda inicialmente para tocar como hobbie. No caso da banda Vinil Laranja eles conseguiram ir além, colecionaram fãs na cidade e arredores. Eles mostraram que são bons quando foram selecionados em um festival para tocar nos Estados Unidos. A banda tem uma levada de rock, e os integrantes são jovens que ainda estão na faculdade. A Vinil Laranja saiu de Belém para mostrar ao mundo que essa cidade não é formada só por brega e carimbó. Belém é uma mistura de culturas e diversificada em relação as suas “tribos”. Andando pelas ruas é possível encontrar rockeiros, emos, hyppie, playboys, etc. Um lugar onde os ricos se misturam com os pobres, o negro com o branco, o padre e o pastor. Uma mistura de sabores, cores e culturas.


Um índio
Tárcio Galvão, Bárbara,Camila, Vitor 4PPV11
“Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante”... Quanta idealização através dos tempos!


Desde os descobridores da América, passando pelos românticos e chegando a modernidade com Caetano.
Índios serão sempre índios, por um erro de cálculo ou uma bússola mal posicionada. Alguém já se perguntou por que só existem índios na América? Nunca se ouviu falar em índios europeus ou asiáticos.
São tratados como uma sociedade à parte. Têm terras demarcadas, leis específicas e despertam olhares piedosos da civilização urbana. Não seriam vistos de tal forma se tivessem admitido o erro, era mais fácil tomar a terra encontrada e tratar os primeiros habitantes, reais donos da terra como nocivos ou pecadores e incultos.
Há quem critique as aldeias em que os índios andem nus ou semi-nus, para isso os vestiram e agora os criticam por usarem relógios, celulares, assistirem TV e acessarem internet. Mas não era isso que se buscava no início da colonização? Civilizá-los?
E agora que estão antenados com o mundo doente querem expurgá-los do mundo branco. Agora querem a cura a qualquer preço.
Não é uma defesa extremada do povo indígena é apenas uma visão mais ampla e até justificada para que alguns deles hoje vivam como marajás. Sim, mandam e desmandam com o argumento de que sua lei permite, esfregam o facão na cara de quem os incomada e até sequestram, sem medo de punição.
E então...
“... aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio”

O Círio de Nazaré por outro ângulo
Caio, Felipe, Nívea, Ronaldo, Igor 4PPV11
  Que o Círio de Nazaré é a maior procissão católica do Mundo sabemos, é quando aproximadamente dois milhões de pessoas reservam o segundo domingo do mês de outubro para homenagear a Nossa Senhora de Nazaré em Belém. São quase cinco quilômetros de homenagens, e mesmo assim, os milhões de seguidores fazem questão de expressar sua devoção até a chegada da santa na Basílica. É exatamente esse o problema para muitas pessoas.


Todos os anos são registrados muitos casos de pessoas que desmaiam em meio à procissão, porém, contam com o suporte da Cruz Vermelha, grande parte composta por jovens voluntários que buscam dar auxílio aos devotos durante a procissão. Não se encarregam apenas dos casos de desmaios e mal estar, mas distribuem água para que as pessoas possam suportar o calor da multidão até o final sem “complicações”, nos socorros em geral.
Infelizmente muitas pessoas não têm a sorte de receber socorro antes de perder a consciência. O fato de estarem espremidas em meio à multidão acaba por impossibilitar o trabalho da Cruz Vermelha. Algumas vezes os casos se tornam extremos, pessoas morrem pelo fato de sofrer algum imprevisto, geralmente pelo fato de estarem desidratadas, e acabam por morrer pisoteadas pelos devotos que seguem a santa. Não é algo intencional, simplesmente não se pode impedir dois milhões de admiradores de continuar andando.
É algo comum, não se pode impedir uma pessoa em pleno calor da cidade, e em meio a tantos outros dividindo um quase impossível espaço físico de sofrer com a situação. Não é nada positivo saber que muitos cidadãos ao tentar demonstrar toda a sua fé a Nossa Senhora tenham que passar por tamanha situação. Porém, o patrimônio cultural acontece desde 1792, e cada vez mais admiradores surgem. O problema vai sempre estar presente, o que podemos fazer é rezar, ou torcer, para que cada vez menos casos aconteçam.

O guaraná é da Amazônia?
Ana Carolina Morais
Caroline Lima
Eric Bordalo
Leandro Borges
Renan Motta 4PPV11
A escolha da imagem que representasse a Amazônia de outra maneira, porém de forma realista e com uma visão negativa, foi abonada à circunstância de empresas internacionais se apropriarem de nosso guaraná e se beneficiarem com nosso patrimônio.

"O termo apropriar-se desempenha uma função central nos discursos do patrimônio cultural; é sinônimo de preservação e definição de uma identidade, o que significa dizer que é no plano das narrativas nacionais que uma nação se torna o que ela é, na medida em que se apropria do seu patrimônio. Ou seja, o esforço no sentido de restabelecer ou defender a continuidade e a integridade do que define a identidade e a memória de uma nação, entendidas como as práticas de apropriação e colecionamento" (GONÇALVES, 1996).

Ao analisar tal situação vemos claramente empresas se apropriando de nosso patrimônio cultural, de maneira que não se preocupam com a preservação e muito menos com identidade e memória de nossa região. Tratam tudo como simples negócios, e utilizam-se de nosso patrimônio para obterem lucros.
Ao analisar um texto ou uma imagem sobre identidade cultural de uma região é comum percebemos certa transposição cultural – um estranhamento plástico, pois geralmente os autores, além de apresentar o físico, ele tenta expressar a sua opinião e/ou ponto de vista sobre o determinado local – podendo ser ou não uma visão de realista.
Sendo assim, produzimos uma imagem em que houvesse uma visão incomum e ainda real/positiva da identidade cultural Amazônica e Brasileira – uma fotografia do Refrigerante Guaraná Antártica (produzido e comercializado no Brasil). A garrafa do refrigerante possui a cor verde remetendo as florestas, riquezas naturais – representando o Brasil; e em sua logomarca há um guaraná – fruta originária da Amazônia. Além de que, o Guaraná é um dos refrigerantes de seu segmento mais vendidos no mundo, fazendo com que o mesmo se torne uma das identidades do Brasil, da Amazônia.

sábado, 10 de outubro de 2009

Como vemos a Veja Amazônia de setembro de 2009



Em setembro de 2009, mais uma vez uma grande revista de circulação nacional preparou uma edição voltada para a Amazônia. Trata-se da Veja Amazônia de Setembro. As matérias e as propagandas que aparecem nesta revista mereceram uma análise detalhada em nossas salas de aula. Estamos no estado do Pará e a revista simplesmente ignora a nossa existência.
Com suas enunciações sensacionalistas e reducionistas, a Veja Amazônia dá voz de forma muito tendenciosa ao homem da Amazônia. Para representar as populações indígenas, ela dá voz a um índio que mora em Manaus, cursou Administração e agora pretende fazer um MBA. Esta é a única fala de um indígena, na revista, que se propõe a traduzir o que é a Amazônia, hoje.
A maioria das pessoas entrevistadas não é da região e aqui se estabeleceram para tentar uma nova vida. Assim como não estão presentes os índios, também não estão presentes os ribeirinhos e nem as pessoas que vivem nas grandes cidades da região.
Hoje, felizmente, a internet nos possibilita responder a estes abusos destas grandes revistas. As postagens seguintes analisam as matérias e as propagandas desta edição da Veja Amazônia de Setembro.

Profª Ivânia Neves

A revista Veja amazônia de 2009 e a Nestlê


Cibelle Trindade
Jean Brayd
Kathya Chêne
Rita Paganelli 4PPV11
A propaganda da Nestle veiculada na revista Veja de setembro, retrata uma mulher, esta se passando por merendeira de uma escola com um avental branco com o logotipo da empresa juntamente com a do projeto. Ela concede um depoimento sobre as melhorias e do prazer que o projeto realiza e sobre sua felicidade de participar.

Um depoimento, que pela foto, foi feito em uma feira, na parte onde se vende apenas frutas, frutas que dão um colorido grande a imagem> naturalmente associando-as ao produto “Nutri”, para vender a idéia de que é bastante saudável.
Este processo demonstra que o publicitário de utilizou do discurso indireto livre, pois a propaganda em si mostra uma imagem não verdadeira, fazendo com que você retome a outras imagens, em outro imaginário e não identifica exatamente de onde se originaram. O depoimento é de uma merendeira com o suposto nome Rita de Cássia de Natal, que se encontra em uma feira e não há qualquer garantia de que estas informações sejam verdadeiras.

Um futuro de riquezes sem devastação

A matéria que discutiremos, intitulada “Um futuro de riqueza sem devastação”, faz parte de uma edição Especial da Revista Veja sobre a Amazônia, que de especial tem pouco além do titulo. O conteúdo da revista, em geral, é generalizador e, arriscaria dizer, até tendencioso.

Já nas primeiras linhas podemos perceber o rumo que a discussão irá tomar, uma vez que o perceptivo repórter implica que o “homem da Amazônia” prioriza a qualidade de vida do Sudeste em detrimento de viver sua própria vida. A matéria enumera uma série de problemas não solucionados pelo próprio amazonense e depois insinua que devemos confiar que um belo dia um ímpeto de boa vontade cairá sobre nossos governantes. Esse seria o inicio para os problemas da região, certo? Errado. Aí então nos deparamos com a dúvida maior: “qual será a vocação econômica da Amazônia?”. Como se não existisse economia e mesmo com todos os problemas supostamente solucionados ainda não haveria. O máximo que chegaríamos após a solução dos problemas básicos da Região Norte seria uma vocação. Ou melhor, a descoberta de uma.

As soluções milagrosas propostas pela revista são investir mais no turismo da região amazônica e investir também na recuperação das terras exauridas.

Acredito que a verdadeira solução para o “homem da Amazônia” seria, primeiramente, deixar a condição de “ser ajudado” pelo resto do Brasil e do mundo e começar a se ajudar. Um bom começo seria defender sua própria imagem e reagir a ataques passivo-agressivos mascarados de reportagem. Se nada disso funcionar poderíamos fazer uma coleta de uns vinte jacarés, trinta tracajás e vários quilos de pirarucu salgado pra tentar levantar a economia.

Ana Paula de Melo Freitas 4JLN11

Um futuro de riqueza sem devastação
É de uma extrema falta de conhecimento, e o mínimo de inteligência falar de Amazônia sem se quer cita Belém, que é a metrópole da Amazônia.
Apesar da falta de infra-estrutura de toda a Amazônia e não uma só parte dela, não se pode excluir o Pará do mapa turístico, pois o Pará ainda é um dos lugares mais visitados da Amazônia. Dizer que o Pará é terra sem lei, é dar tiro no próprio pé, pois São Paulo e Rio de Janeiro não são muitos diferentes, o que falta não são leis, e sim contingente, para suprir a necessidade e carência do estado de segurança publica mais efetiva.
O governo do Pará investe pouco em turismos, o que é um pecado, pois com tanta riqueza e beleza daria para o estado se sustentar só com o turismo. Não queremos defender o Pará por sermos natural do mesmo, mais queremos que a justiça seja feita.
A edição da Veja Amazônia, foi à série de reportagem mais discriminatória já vista do Pará, um amontoado de reportagens sem um estudo prévio para se compreender o que é Amazônia. Homem da Amazônia não estar só no Amazonas, e sim em todos os estado que fazem parte da Amazônia o que inclui o Pará, excluído da reportagem Veja Amazônia. Que mostra homens, vindo de outros estados, tentarem a vida na Amazônia, e não mostra o maior nativo das terras amazônicas o índio.
Uma das formas de combate ao desmatamento são os projetos,
Um dos mais importantes é desenvolvido pela EMBRAPA, que buscam contribuir para a ampliação na adoção de sistemas agroflorestais como opções à ocupação de áreas já desmatadas na Amazônia, em especial aquelas em diferentes graus de degradação, através de ações programadas em quatro projetos, que abordarão respectivamente, o diagnóstico de causas de degradação de diferentes sistemas de uso da terra vigentes; a proposição de sistemas agroflorestais voltados à recuperação de áreas degradadas; desenvolvimento de estratégias participativas de delineamento e implantação de sistemas agroflorestais voltados à recuperação de áreas degradadas; definição de indicadores de degradação e de sustentabilidade para sistemas tradicionais e alternativos.
As soluções milagrosas propostas pela revista são investir mais no turismo da região amazônica e investir também na recuperação das terras exauridas.
Acreditamos que a verdadeira solução para o “homem da Amazônia” seria, primeiramente, deixar a condição de “ser ajudado” pelo resto do Brasil e do mundo e começar a se ajudar. Um bom começo seria defender sua própria imagem e reagir a ataques passivo-agressivos mascarados de reportagem. Se nada disso funcionar poderíamos fazer uma coleta de uns vinte jacarés, trinta tracajás e vários quilos de pirarucu salgado pra tentar levantar a economia.

Ana Paula de Melo Freitas 4JLN11
Denis Cardoso Baima
Elza Ribeiro Vieira

Amazônia Terra sem lei

A região Amazônica é coberta por um envoltório de mitos. A cultura local é depredada mundo afora tendo, através de certos meios midiáticos, um auxílio nesta divulgação. É criada então, uma famosa lenda que ajuda na desconstrução do imaginário da Amazônia, baseando-se apenas nos conflitos fundiários que há na região. “Violência atrás de violência”, é o que dizem. E dizem mais: A Amazônia é terra de homens sem leis que escrevem com balas a trágica história de quem vai contra seus objetivos. A irmã Dorothy Stang foi vítima deste episódio. A missionária norte-americana, que morreu no ano de 2005, em Anapu; contribuiu para as estatísticas: a terra faz mais uma vítima e a justiça agiliza o processo (já que se trata de uma figura internacional, e não um reles trabalhador brasileiro). E a Amazônia vai para a capa de revistas como a Veja, com o título “Terra sem lei”.

Não, a região amazônica não é uma terra sem lei. E não, na Amazônia, a lei que rege não é a da selva. Até porque selva quase não se tem mais, por causa do desmatamento provocado pelos imigrantes que vieram para cá. (Milhões e milhões de madeira. O que ribeirinhos, que vivem às beiras de rios, levando vidas simples, sem capacidade ou estrutura para construir uma madeireira ou algo do gênero, fariam com tanta madeira?) Lei da Selva é a lei do capitalismo, na qual o mais forte sempre ganha.

Justiça e polícia faltam em todo o país, não apenas nessa região. O desenvolvimento da Amazônia não depende exclusivamente do fim de conflitos agrários entre trabalhadores da região. O desenvolvimento da Amazônia depende é de leis que a protejam a nível nacional e internacional, efetivamente. E principalmente, depende de colaboração e respeito. Coisa que, infelizmente, não depende apenas da população nortista. Porque se dependesse, não teria chegado aonde chegou.

Reduto de tráfico de drogas. Drogas são traficadas em boa parte do mundo e, a nível nacional, existe reduto pior que o das grandes favelas do Rio de Janeiro? Contrabando de armas. E quem é que as vende para cá? Tráfico de animais. Quem os compra? Com tantos animais, por qual motivo a população da Amazônia os comercializaria entre si? Exportar rende mais do que importar, reza a lenda. E o comércio só funciona porque tem gente que consume. Vale sempre lembrar.

“É preciso salvar também as cidades.” Claro, com certeza. Mas antes, é preciso salvar o Brasil. A corrupção que retira a renda destinada para melhorias nas cidades amazônicas para colocar no porquinho de figurões da política existe há muito tempo. E não começou entre os índios. Políticos geralmente seguem os exemplos de seus mestres. E dentro da região amazônica, o estado do Pará; com sua segurança pública e justiça perene (vide o antônimo, por favor), insere-se no mapa sangrento das mazelas oriundas do tráfico de drogas e a brutalidade no campo.

A real definição da Amazônia e de sua população não deve ser levada em consideração quando feita por um jornalismo que é feito pela moeda - e só de um lado dela.

Por Vivian Nery Mendes e Débora Quaresma Meireles, 4JLN11

O Universo Paralelo chamado Amazônia

Sobre a matéria "Cicatrizes dos nossos erros"...
Há tempos vivemos em uma sociedade isolada do resto do Brasil. As diferenças de culturas, hábitos, ritmos e fé, nos inibem de uma sociedade que dita o certo do errado, sem ouvir o que nós temos a dizer.
Lendo a reportagem, Cicatrizes dos nossos erros, da VEJA/ESPECIAL DE SETEMBRO, destaco o total equivoco dos discursos e narrações feitos pelos repórteres, ou melhor, exigidos pela linha Editorial da VEJA.
Trecho da Reportagem:

“As grandes rodovias foram abertas pelo governo federal, que promoveu a ida de COLONOS para a Amazônia na década de 70.”

Espera aí, eu realmente não sabia que tínhamos sido colonizados nos anos 70. Eu sei que existiram os grandes projetos nesses anos, mas colonização! O mais estranho de tudo é que meus parentes são todos paraenses e nenhum deles tem traços indígenas, a minha família está aqui desde o inicio do século XX. Não estou querendo menosprezar a cultura e os traços indígenas, mas quando dizem que a Amazônia foi colonizada nos anos 70, criam uma barreira cultural vividas nos últimos duzentos anos.
Não vou ser falso demagogo ao ponto de negar que a culpa por desmatar a Amazônia desordenadamente não seja de quem vive aqui. Mas se foram construídas estradas aqui, tinham propósitos além de sustentar pequenos povoamentos na beira da estrada, o objetivo era sustentar o mercado do resto do país e não entregar um imenso território para países vizinhos. Se as estradas e os requisitos mínimos de infra-estrutura estão abaixo do necessário, a culpa não é somente nossa, apesar da revista dizer isso.
A Amazônia está recheada de péssimos políticos que usam o dinheiro público em obras invisíveis ao invés de criar incentivos que pudesse elevar a imagem da região para o mundo. Todos sabem que Amazônia é mundialmente conhecida por suas riquezas naturais, e também pela sua rápida destruição. Para muitos na Amazônia só existem índios e animais silvestre – em grande maioria extinta por conta dos outros habitantes da terra – que circulam e convivem em plena harmonia.
Quando mostram o povo, são aqueles que vivem em pequenas vilas, com cerca de 1000 habitantes, no meio de um universo verde – ou queimado.
Se há estradas irregulares e impróprias para o trânsito de carretas, ônibus e caminhões a partir do território amazônico, é porque não existe uma política federal firme para punir os responsáveis, ou melhor, os irresponsáveis que não se preocupam com o Direito de ir é vir de quem habita esse tão “desatualizado” e distante território brasileiro.
A Amazônia é rica em conhecimento, arte, cultura, arquitetura, e principalmente, diversidade. Não apenas de animais, plantas ou árvores – roubadas ou exportadas para o mundo-, mas também de gente, de um conteúdo múltiplo de culturas que formam a Amazônia Humana. É certo que temos que melhorar muito – significativamente-, mas o que não ajuda é o controle e manipulação de informações negativas divulgadas para o Brasil a fora.
Precisamos diminuir o desmatamento e plantar mais mudas, porém, para isso acontecer, é preciso à criação de uma transparência capaz de mostrar para a sociedade que Amazônia não é apenas o texto sensacionalista posto pelas mídias tendenciosas, e que o reflexo dessa visão preconceituosa apenas deixa a Amazônia nesse “Universo Paralelo” onde cada vez mais nos distanciamos da realidade social.

Texto:
Pedro Barros Cavalcante 4JLN1
Edição:
Maria do Espiríto Santo Barbalho
Danilo Magela Barros Sousa