terça-feira, 5 de setembro de 2017

A Valorização da Cultura do povo indígena Sateré-Mawé por meio de Narrativas Orais


Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras
Disciplina: Recursos Tecnológicos no Ensino de Português
Docente: Ivânia Neves
Discentes: Ana Carolina Sena
                  Alcione Alves Farias
                  Romário Paixão Costa


http://roseartseducar.blogspot.com.br/2013/03/lenda-do-guarana-avalialacao.html

O Brasil tem uma grande diversidade cultural, dentre as quais se destacam a cultura dos povos indígenas, que habitavam este território muito antes do processo de colonização do país. A herança histórico-cultural dos indígenas se faz muito presente em nossa sociedade, principalmente na região amazônica como podemos observar nos hábitos e costumes da região, desde a gastronomia até o nosso vocabulário. Desta maneira, este trabalho explora um pouco da cultura dos Satére-Mawé, povo indígena que valoriza sua cultura mesmo estando em contato com o homem branco.

As narrativas orais Sateré-Mawé sintetizam a memória dos seus ancestrais, os elementos simbólicos da cultura desse povo são apresentados nos rituais, nas danças e nas suas narrativas, revelando os seus hábitos, as suas crenças bem como a sua organização social. (NASCIMENTO, 2013, p.29)

É através das suas narrativas orais que os Sateré-Mawé, conhecidos como filhos do guaraná, buscam manter a própria cultura e suas tradições.
Pensando na importância que é reconhecer o valor da cultura indígena e que ela faz parte da nossa história é importante que os educadores tragam essas narrativas orais para o contexto escolar, com o objetivo de fortalecer a nossa cultura e os saberes do povo. Portanto é importante a aplicação de atividades que assegurem essa valorização. Atividades que contemplem não apenas a sala de aula, mas que possa alcançar, por meio de vários recursos midiáticos, uma grande parcela da sociedade para que a mesma tenha uma visão crítica e participativa reconhecendo o nosso valor cultural.
De acordo com Jenkins (2006) apud KELLNER; SHARE (2008) os educadores precisam se preocupar em incentivar seus alunos a ter uma participação, crítica ou não, efetiva na mídia, como produtores culturais e participantes, não somente como consumidores. Isto é, o reconhecimento da cultura indígena pode alcançar grandes proporções, desde que haja um direcionamento por parte dos educadores à um conhecimento crítico e participativo dos alunos e da sociedade em geral.




Referência Bibliográfica

JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2006.

Nascimento, Dilce Pio. Narrativas sateré - mawé: oralidade e dramatização. /Dilce Pio Nascimento. – Manaus: UEA, 2013.

 PLANEJAMENTO DA OFICINA
TEMA: A Valorização da Cultura do povo indígena Sateré-Mawé por meio de Narrativas Orais.

OBJETIVO GERAL: 
Reconhecer a língua como instrumento de transmissão e manutenção de saberes únicos,                       culturais e históricos do povo Sateré-Mawé.

              OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
·  Conhecer,  por meio de textos e videos  o povo Sataré-Mawé.
·  Mostrar as características de uma narrativa oral.
·  Apresentar algumas narrativas orais do povo Sateré-Mawé.
·  Demonstrar aspectos da cultura Sataré-Mawé em suas narrativas orais.

             JUSTIFICATIVA:
Na cultura indígena, as narrativas orais têm um papel fundamental para manter a memória e a identidade de um povo. Em virtude disso, optou-se abordar o tema “A valorização da cultura do povo indígena Sateré-Mawé por meio de narrativas orais” no ambiente escolar. Através desta oficina, busca-se proporcionar aos alunos o conhecimento sobre o contexto histórico-cultural da Amazônia; e um contato com a visão do mundo e das coisas por meio da linguagem indígena, por meio das narrativas orais dos Sateré-Mawé. Em consonância com o que afirma Barbero (2014, p. 30) “A linguagem é a instância em que emergem mundo e homem ao mesmo tempo. E aprender a falar é aprender a dizer o mundo, a dizê-lo com os outros, a partir da experiência de habitante da terra, uma experiência acumulada através dos séculos”.
Pensando nos saberes adquiridos e transmitidos através dos séculos, por meio de narrativas orais do povo Sataré-Mawé, no presente trabalho, utilizaremos algumas narrativas que explicam a origem do povo, e de alimentos como o guaraná e a mandioca, além do ritual da tukandera, característicos da comunidade Sateré-Mawé e que ajudam a manter as tradições que fazem parte da identidade deste povo.

            METODOLOGIA
            A oficina terá duração de 20h, que será dividida em cinco aulas, de quatro horas/aula.
AULA 1
·         1° Momento (01h30 min)
Para iniciar a aula, será apresentado o tema da oficina e, em seguida, será entregue aos alunos um texto sobre o povo indígena Sateré-Mawé que contém informações acerca da língua, localização, história, cultura e como vivem essa comunidade indígena atualmente e seus projetos.
·         2° Momento (30 min)
Será feito um debate com os alunos com o objetivo de identificar o que eles sabem sobre a cultura dos povos indígenas, ao mesmo tempo será dada informações específicas sobre como a cultura Sateré-Mawé procura se manter através das narrativas orais.
·         3° Momento (30 min)
Para complementar o debate será apresentado aos alunos o vídeo “Memorial Indígena Sateré-Mawé”, o qual mostra como os Sateré-Mawé transmitem a sua história através das narrativas orais.
                Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tXaf7RGF5rQ&t=32s>b
·         4° Momento: (1h30 min)
Após a análise dos vídeos será retomada a discussão questionando a origem dos alunos, isto é, sua ascendência. Cada aluno deverá fazer um breve relato sobre o que ele conhece acerca das sua origens e que aprendeu através de narrativas orais.
AULA 2
· 1° Momento: (01h00)
Nesta aula será apresentado um texto sobre a origem do povo Sateré-Mawé e porque eles são conhecidos como os filhos do Guaraná, onde serão explicitados os elementos simbólicos desse povo presentes na narrativa.
Fonte: FIGUEROA, Alba Lucy Giraldo. Guaraná, a máquina do tempo dos Sateré-Mawé. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 11, n. 1, p. 55-85, jan.-abr. 2016
· 2° Momento: (30 min)
Para complementar, será apresentado o vídeo “Reportagem em telejornalismo: os filhos do guaraná” que aborda o tema: a cultura do guaraná na etnia Sateré-Mawé, considerados os domesticadores da planta. Um vídeo de quinze minutos que mostra relatos sobre a origem do guaraná, a forma de cultivo e beneficiamento do fruto, o consumo do sapó e uma série de referências cinéticas sobre a cultura e sobre a região, construídas a partir da articulação de vários elementos da linguagem televisual.


· 3° Momento (01h30 min)
 Depois da exibição do vídeo, que serviu como um preparo para a atividade posterior, os alunos serão agrupados em cículo para o início de uma atividade de improviso, na qual será produzida uma história da origem de um povo. O início da narrativa será elaborado pelo professor e, em seguida, os alunos é que terão que dar continuidade à história, não necessariamente em sequência, e a mesma precisa ter início, meio e fim. Para esta atividade será preciso de um gravador, pois a gravação desta narrativa será apresentada aos alunos no final da oficina em forma de vídeo de animação.
· 4° Momento (01h00)
Com base no que foi trabalhado em sala, a turma deverá pesquisar sobre outras narrativas orais, de outros povos indígenas onde discutiremos sobre a importância de se manter a cultura indígena de acordo com concepção de cada um.
AULA 3
·         1° Momento (30 min)
A continuação da oficina se dará através da exibição do  vídeo “Ritual da Tucandeira na comunidade indígena Sataré-Mawé Sahuapé” com o objetivo de mostrar aos alunos que os rituais também estão presentes em narrativas orais.




·         2° Momento (01h00)
Realizar uma discussão com os alunos sobre a finalidade do ritual em comunidade indígena.
·         3° Momento (30 min)
A discussão será complementada com a amostra de slides que contém informações e imagens sobre os Sateré-Mawé.
·         4° Momento (30 min)
Neste momento da aula os alunos poderão tirar suas dúvidas ou contribuir para a oficina através das suas observações acerca do tema.
    AULA 4
·      1° Momento (30 min)
Inicialmente apresentaremos outras narrativas através de textos sobre a Lenda da mandioca contada pelos índios Sateré-Mawé.
·      2° Momento (01:00h min)
Será feita uma discussão sobre como essas lendas influenciam a cultura e o comércio do povo Sateré-Mawé.
·      3° Momento (01:00h30 min)
Neste momento será solicitado para que o aluno produza uma narrativa falando da importância de mantê-las como um meio de conservação dos valores culturais.
·      4° Momento (01:00h)
Discussão sobre algumas ideias acerca do que já foi produzido em sala.
    AULA 5
·         1° Momento (1h00)
Apresentação do vídeo “Costumes e tradições dos índios Sateré-Mawé” e logo em seguida uma roda de conversa será feita para uma breve discussão.

Fonte:
·         2° Momento (1h00)
Faremos um apanhado geral sobre o que foi feito em sala e tentaremos identificar os proveitos que eles tiveram com a oficina.
·         3° Momento (01h 30 min)
Neste momento será entregue ao aluno um pequeno questionário com as seguintes perguntas que deveram ser respondidas oralmente.
- Durante a oficina, o que mais lhe chamou a atenção em relação as narrativas orais?
-  O que você aprendeu sobre a importância de valorizar a cultura indígena?
- Foi modificado o olhar de vocês sobre as questões indígenas? De que forma?
·         4° Momento (30 min)
Para finalizar a oficina será apresentado um vídeo em animação com a narrativa criada pelos alunos em sala no momento do improviso.
             AVALIAÇÃO
A avaliação será contínua, através de frequência, participação e no final da oficina os alunos deverão criar um texto sobre a  importância de valorizar a cultura dos povos indígenas, que deverá ser publicado no Facebook.
           RECURSOS DIDÁTICOS
Ø  Textos escritos
Ø  Computador
Ø  Caixas de som   
Ø  Data-show
Ø  Celulares

REFERÊNCIAS:

KELLNER, Douglas; SHARE, Jeff. Educação para a Leitura Crítica da Mídia, Democracia Radical e a Reconstrução da Educação. Educ. Soc., Campinas, vol.29, n.104 – Especial, p. 687-715, out.2008
MARTÍN-BARBERO, Jesus. A comunicação na educação. São Paulo: Contexto, 2014.
Nascimento, Dilce Pio. Narrativas sateré - mawé: oralidade e dramatização. /Dilce Pio Nascimento. – Manaus: UEA, 2013.




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