terça-feira, 8 de dezembro de 2015

“Ser” Belenense: representações sociais e culturais além dos estereótipos

Universidade Federal do Pará
Instituto de Letras e Comunicação
Faculdade de Letras
Disciplina Recursos Tecnológicos

Professora Ivânia Neves

Emerson Delgado Sena
Patrícia de Vasconcellos Silva
Taynara Andreza da Silva Monteiro

INTRODUÇÃO
12 de janeiro de 1616, uma data memorável para aproximadamente 1,5 milhões de habitantes. Nascia, nesse dia, a Capital do estado do Pará. Prestes a completar 400 anos, a cidade morena não poderia passar despercebida. Pensando em homenagear, de forma singela, as inúmeras identidades contidas por entre as ruas do município, deu-se origem o presente Plano de Ensino.
De acordo com Hall (2004), a questão da identidade tem sido discutida na teoria social, onde as velhas identidades que permearam o mundo social, durante muitos anos, encontram-se em declínio, dando início ao surgimento de novas identidades que fragmentam o indivíduo moderno que, até então, era visto como um sujeito unificado. Hoje, compreende-se que fica difícil avaliar a sociedade de forma homogênea, e os indivíduos com uma única identidade.
Em Belém, não poderia ser diferente. Há quem diga que o perfil do belenense é o cidadão que gosta de açaí, toma tacacá, dança carimbo, faz artesanato em cerâmica, ou que tenha o costume de comer Pato no Tucupi e Maniçoba. Errado. É difícil caracterizar um paraense, quanto mais um belenense. Percebemos isso com o vídeo feito pelo canal “Com farinha”, sobre o fato de que não é porque uma pessoa é paraense que faz coisas que a sociedade criou como estereótipo característico da pessoa que nasce no Pará:


Outra coisa que marca a cidade de Belém e que envaidece os belenenses é o Círio de Nazaré. Fafá de Belém, em sua música “Eu sou de lá”, evidencia muito bem esse orgulho que o belenense tem em nascer na cidade das mangueiras. Podemos comprovar olhando a letra da música: 
Eu Sou de Lá
Fafá de Belém
       Eu sou de lá.
       Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar.
       Eu sou de lá.
       Terra morena que eu amo tanto, meu Pará
       Eu sou de lá.
       Onde as Marias são Marias pelo céu.
       E as Nazarés são germinadas pela fé.
       Que irá gravada em cada filho que nascer.
       Eu sou de lá.
                  Leia mais

Diante de tantos estereótipos criados não só pelos que moram em Belém, mas também pelas pessoas de fora, é necessário desconstruir algumas imagens criadas acerca de quem nasce em Belém do Pará. Um blog traz umas dicas interessantes que ensinam um paulistano a entender o que é ser belenense: 


                                                          Veja mais
Como afirma Hall (2004), a identidade é formada ao longo do tempo, através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência do homem no momento de seu nascimento.  Identidade, portanto, se cria através das escolhas, da preferência e da identificação que um indivíduo tem com determinada cultura, costumes e valores.

PLANO DE AULA
1. IDENTIFICAÇÃO
Título: “Ser” Belenense: representações sociais e culturais além dos estereótipos
Proponentes:
Emerson Delgado Sena
Patrícia de Vasconcellos Silva
Taynara Andreza da Silva Monteiro

2. OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Investigar e analisar as várias identidades do belenense e como elas aparecem diante de diversos recursos midiáticos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
§     Mostrar, diante dos recursos midiáticos, como a música e a história em quadrinhos “A turma do açaí” constrói a edificação das identidades socioculturais, acerca do belenense.

§     Identificar os estereótipos da imagem do belenense encontrados na música contida no vídeo “Eu sou de Lá”, de Fafá de Belém, no clipe “Eu sou Pará”, uma paródia da música “We are the world”, e nas histórias em quadrinhos existentes no blog  “A turma do açaí”.  

3. JUSTIFICATIVA
Com a finalidade de desmistificar os estereótipos criados acima do belenense, surgiu a indagação: Qual a identidade do belenense? É possível classificar apenas um modelo do cidadão que nasce em Belém do Pará? Quais as características que classificam o belenense como tal? Por esse motivo, o presente Plano de Ensino justifica-se com a finalidade de tratar um assunto que propiciará aos alunos a compreensão da necessidade de conhecer as várias identidades que o belenense possui, por meio dos seus valores socioculturais.

4. CONTEÚDO
Convergência dos meios musicais e audiovisuais, em mostrar as várias identidades do povo de Belém.

5. RECURSOS DIDÁTICOS
Música, tirinhas em quadrinhos regionais, videoclipes, Datashow, computador e caixa de som.

6. METODOLOGIA
1° MOMENTO: Será feito um debate com os alunos, acerca de buscarmos conhecer a visão deles sobre a imagem do belenense, a partir das seguintes perguntas: quando você escuta falar de Belém, o que você pensa em primeiro momento? Como você caracteriza uma pessoa de Belém?

2° MOMENTO: Será mostrado aos alunos imagens que fazem parte do dia-a-dia do belenense, bem como vídeos e histórias em quadrinhos. Professor, achamos interessante mostra-los, para observar a permanência ou a modificação das ideias dos alunos, acerca dos estereótipos construídos sobre a imagem do belenense.

História em quadrinhos: http://aturmadoacai.blogspot.com.br/.

3° MOMENTO: Neste momento, o professor deverá mostrar aos alunos as anotações feitas no quadro sobre o que foi dito durante o 1º e 2º momento, na intenção de construir “uma chuva de ideias”. A intenção é que eles percebam as suas ideias, baseadas nos estereótipos sobre o belenense e as imagens construídas, através do que eles já conheciam, por meio dos seus conhecimentos de mundo, e o que passaram a conhecer, de acordo com o que foi mostrado.


4° MOMENTO: Aqui, mostraremos como as pessoas de outros estados enxergam ou criam estereótipos sobre o belenense.
Vamos utilizar neste momento, professor, um blog paulistano que tem uma postagem sobre 10 pontos para um paulistano entender Belém.

Seria interessante questionar aos alunos o que eles acha dessa imagem criada por pessoas de fora sobre o cidadão de Belém, de acordo com o que viram até o momento.

5° MOMENTO: Agora, professor, vamos fazer um panorama geral de tudo o que o dito durante a aula, a fim de prepará-los para a produção de um vídeo.

7. AVALIAÇÃO
Elaborar uma paródia através do vídeo da igreja Universal, mas para isso acontecer a tarefa será distribuída em 3 etapas:

1) Os alunos terão que dizer o que mais gostam de Belém?
2) O que gostam de fazer em Belém?
3) E, dizer “#eusoubelenense”.

A partir daí os alunos terão que construir um vídeo, e postar, com nosso auxílio, no Youtube, e no Facebook criar uma página para que as pessoas tenham tanto o conhecimento do vídeo quanto das várias identidades que os belenenses possuem.

8. REFERÊNCIAS

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 9. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

Blog A Turma do Açaí. Disponível em: <http://aturmadoacai.blogspot.com.br/> acesso em 10 de novembro de 2015.




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