sábado, 10 de outubro de 2009

O Universo Paralelo chamado Amazônia

Sobre a matéria "Cicatrizes dos nossos erros"...
Há tempos vivemos em uma sociedade isolada do resto do Brasil. As diferenças de culturas, hábitos, ritmos e fé, nos inibem de uma sociedade que dita o certo do errado, sem ouvir o que nós temos a dizer.
Lendo a reportagem, Cicatrizes dos nossos erros, da VEJA/ESPECIAL DE SETEMBRO, destaco o total equivoco dos discursos e narrações feitos pelos repórteres, ou melhor, exigidos pela linha Editorial da VEJA.
Trecho da Reportagem:

“As grandes rodovias foram abertas pelo governo federal, que promoveu a ida de COLONOS para a Amazônia na década de 70.”

Espera aí, eu realmente não sabia que tínhamos sido colonizados nos anos 70. Eu sei que existiram os grandes projetos nesses anos, mas colonização! O mais estranho de tudo é que meus parentes são todos paraenses e nenhum deles tem traços indígenas, a minha família está aqui desde o inicio do século XX. Não estou querendo menosprezar a cultura e os traços indígenas, mas quando dizem que a Amazônia foi colonizada nos anos 70, criam uma barreira cultural vividas nos últimos duzentos anos.
Não vou ser falso demagogo ao ponto de negar que a culpa por desmatar a Amazônia desordenadamente não seja de quem vive aqui. Mas se foram construídas estradas aqui, tinham propósitos além de sustentar pequenos povoamentos na beira da estrada, o objetivo era sustentar o mercado do resto do país e não entregar um imenso território para países vizinhos. Se as estradas e os requisitos mínimos de infra-estrutura estão abaixo do necessário, a culpa não é somente nossa, apesar da revista dizer isso.
A Amazônia está recheada de péssimos políticos que usam o dinheiro público em obras invisíveis ao invés de criar incentivos que pudesse elevar a imagem da região para o mundo. Todos sabem que Amazônia é mundialmente conhecida por suas riquezas naturais, e também pela sua rápida destruição. Para muitos na Amazônia só existem índios e animais silvestre – em grande maioria extinta por conta dos outros habitantes da terra – que circulam e convivem em plena harmonia.
Quando mostram o povo, são aqueles que vivem em pequenas vilas, com cerca de 1000 habitantes, no meio de um universo verde – ou queimado.
Se há estradas irregulares e impróprias para o trânsito de carretas, ônibus e caminhões a partir do território amazônico, é porque não existe uma política federal firme para punir os responsáveis, ou melhor, os irresponsáveis que não se preocupam com o Direito de ir é vir de quem habita esse tão “desatualizado” e distante território brasileiro.
A Amazônia é rica em conhecimento, arte, cultura, arquitetura, e principalmente, diversidade. Não apenas de animais, plantas ou árvores – roubadas ou exportadas para o mundo-, mas também de gente, de um conteúdo múltiplo de culturas que formam a Amazônia Humana. É certo que temos que melhorar muito – significativamente-, mas o que não ajuda é o controle e manipulação de informações negativas divulgadas para o Brasil a fora.
Precisamos diminuir o desmatamento e plantar mais mudas, porém, para isso acontecer, é preciso à criação de uma transparência capaz de mostrar para a sociedade que Amazônia não é apenas o texto sensacionalista posto pelas mídias tendenciosas, e que o reflexo dessa visão preconceituosa apenas deixa a Amazônia nesse “Universo Paralelo” onde cada vez mais nos distanciamos da realidade social.

Texto:
Pedro Barros Cavalcante 4JLN1
Edição:
Maria do Espiríto Santo Barbalho
Danilo Magela Barros Sousa

Nenhum comentário:

Postar um comentário