domingo, 24 de janeiro de 2010

CENA DE FILME? POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, NÃO.


Thaís Luciana Corrêa Braga
Cleomenes Mota
Ana Paula de Melo Freitas


Ser um jovem evangélico nas terras de Nossa Senhora de Nazaré não chega a ser exatamente impossível. Opções de igrejas não faltam... Apesar do censo realizado pelo IBGE em 2000 apontar a predominância da Igreja Evangélica Assembléia de Deus em todo o Brasil, e na região Norte de maneira especial, pelas ruas da cidade das mangueiras pode-se encontrar muitas outras comunidades evangélicas, como a Igreja Quadrangular, Sara Nossa Terra, Universal do Reino de Deus e Igreja de Cristo.
A conversão é uma das formas pela qual o jovem torna-se evangélico. Quando não são nascidos na religião, geralmente são convidados por amigos e atraídos pelo dinamismo das celebrações. Em oposição à rigidez de uma cerimônia católica, o culto evangélico ensina os adolescentes a falarem com Deus “em sua própria língua” a respeito de seus problemas. A abstinência às “coisas do mundo”, com drogas, baladas e álcool são pregações comuns nessas comunidades; contudo, eles encontram suas próprias maneiras de divertimento. A “Madrugada Jovem” é um exemplo desse divertimento em Belém do Pará. Uma semana após o “Pará Folia”, a Madrugada promete levar divertimento e louvor com apresentação de bandas gospel – e simplesmente o Cidade Folia lota nos dois eventos.
Não ouvimos falar de agressão a evangélicos nas terras papa-chibés, tampouco é fácil de reconhecê-los por sua indumentária. Afinal, já se foi o tempo em que evangélico só usava roupa de linho ou saia abaixo do joelho. Suas vestimentas são comportadas sim (nada de decotes ou apelos eróticos), mas nada que os classifique nalgum estereótipo. O jovem evangélico é muito mais característico pelas suas práticas sociais do que por suas vestimentas. Ainda, eles freqüentam suas comunidades, mas nem por isso deixam de ter amigos de outras religiões.

Mesmo em relação ao Círio de Nazaré, maior manifestação católica do povo paraense, os evangélicos são tolerantes, pois alguns deles enxergam a festa como movimento cultural. Esses fatores provam que as religiões podem coexistir em Belém e o jovem pode transitar entre elas perfeitamente. Até porque não há fator que o prenda em uma comunidade a não ser sua vontade de ficar. E como jovens que são, é comum que experimentem muitas religiões até se definirem (ou não).

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