terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tecnobrega, Cultura, Sociedade e Hibridismo

Haroldo Felipe Silva
Állan Campos
Segundo Semestre de Publicidade
UNAMA- 2010



Analisar o tecnobrega é muito corriqueiro entre acadêmicos e docentes de comunicação na cidade de Belém. Nos dias de hoje, esse estilo ou movimento quenasceu na periferia da cidade, conseguiu força suficiente para se impor e ser ouvido em várias partes da sociedade belenense e, o mais incrível, é que até nacionalmente o estilo está se tornando conhecido.
O movimento não precisou de grandes gravadoras, nem de produtores renomados que mandam e desmandam na essência do estilo. Eles tiveram sua própria criação, produção, edição e logística de marketing e vendas.Na verdade, as pessoas que trabalham no meio fazem de tudo, elas são os cantores, músicos, produtores, engenheiro de áudio, enfim tudo, da produção à distribuição, passando pela edição, todos são as mesmas pessoas.
Para esse feito, elas se valem de um instrumento muito democrático e altamente funcional que é o computador, simplesmente com um computador eles fazem todos esses processos e distribuem entre camelôs da cidade para comercialização. Dentro de semanas ou meses aquela música daquele CD distribuído por uma pessoa normalmente sem formação específica no assunto, e que teve que ser um autodidata com a tecnologia, estará sendo ouvido por uma grande parte da população.
Hoje, em festa de aparelhagem e até mesmo em festa de criança, a população escuta a música que movimenta uma grande parte da população.

Todas as classes sociais já não se importam em participar do movimento, o que é uma situação interessante e até difícil de ser compreendido, pois, a chamada classe média alta e alta ou High Brown (como preferem os comunicólogos), não se “misturava” com esses estilos. Alguma ignorância ou prepotência do passado os impedia. Hoje, o que se vê nas festas embaladas pelo tecnobrega é impressionante, pois estilos e classes se misturam ao som mecânico de Dj’s.

O que percebemos ao escutar o estilo é a grande hibridação que incide nas músicas e batidas. O processo é relativamente o mesmo de quase todas as músicas. A pessoa pega uma música internacional, quase sempre bem conhecida e utiliza apenas a melodia e o ritmo, troca a letra da música e coloca uma que tem a  ver com a sociedade local, entretanto, muitas vezes são letras que não dizem muita coisa. A hibridação ocorre a partir do momento em que os mass media massificam um determinado produto (nesse caso a música) e a partir dai uma cultura “local ”a utiliza, modificando alguns elementos originais, não que necessariamente se tire as características principais do produto.

Em Belém essas situações são corriqueiras e muito normais para quem vive aqui. Quem vem de fora estranha um pouco essas hibridações, por não achar normal. Certa vez, já me falaram que a coisa mais louca que viram aqui foi um spider-man de miriti. Não preciso falar mais nada né!

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